Colaborador é a palavra para designar o conceito de trabalhador,
anteriormente chamado funcionário, subordinado, mão-de-obra. E gestor é a
palavra para designar o conceito de líder, anteriormente chamado chefe, patrão.
Agora, vamos refletir um pouco sobre o que acontece com freqüência: o gestor não
é um colaborador. Ou seja, aquele que está exercendo o cargo de líder máximo na
organização gera conflitos, em vez de gerar o desenvolvimento da equipe tendo
como resultados a produção e satisfação dos clientes internos e externos e,
conseqüentemente, o lucro.
Se o gestor não é um colaborador, então ele não é gestor: é chefe, patrão,
feitor ou qualquer coisa assim. Organizações com este tipo de liderança não têm
colaboradores, têm funcionários que cumprem ordens (ou descumprem).
Mas o que pode levar um gestor a não ser um colaborador? Falta de informação,
falta de treinamento de performance, principalmente. Os gestores sabem tudo
sobre o negócio, administrativa e financeiramente. Mas a lidar com gente, poucos
sabem. E então, os conflitos acontecem... O clima da organização fica pesado,
tóxico. As pessoas adoecem com freqüência, ocorre o chamado absenteísmo (faltas
freqüentes ao trabalho), a produção fica comprometida, o cliente externo percebe
que não deve ser agradável trabalhar naquela empresa até mesmo quando entra no
local. E a pressão para que o atendimento seja em clima de alegria e felicidade
acaba desencadeando um sorriso amarelo, plástico, que faz com que o cliente
muitas vezes até duvide da qualidade do produto ou que não se sinta bem apesar
da qualidade do produto.
Muitos gestores que estão até mesmo satisfeitos com os resultados financeiros da
empresa não estão conscientes de que tais resultados poderiam ser ainda
melhores, se os colaboradores não se desgastassem tanto com o clima de
terrorismo, pressão exacerbada, estímulos negativos convidando a emoções
negativas, que se originam daquela fonte que deveria nutrir, incentivar,
convidar, desafiar a equipe, mas nunca detonar uma guerra psicológica.
A filosofia humanista de trabalho, que convida ao bem-estar e tem como
conseqüência resultados positivos para todos os envolvidos, está sendo adotada
pelas organizações que querem crescer e permanecer no mercado como líderes.
Resultados imediatos a qualquer preço, em detrimento da qualidade de vida dos
envolvidos no processo, está gerando um preço alto para as organizações: a falta
de envolvimento, de comprometimento. Isso é parceria, é gestão voltada para
resultados a curto, médio e longo prazo.
Hoje, as pessoas não querem mais trabalhar PARA, querem trabalhar COM. Os
gestores que não estão fazendo o óbvio, que é tratar as pessoas como pessoas,
estão dando um prejuízo incalculável para a empresa. E quando a luz vermelha
aparecer, não adianta colocar a culpa no governo.