"Durante uma dinâmica de grupo, perguntei sobre o salário do cargo, que
não estava claro para mim. Fui preterido no processo. Será que foi pela minha
pergunta?"
"Cheguei atrasado pois me perdi no trajeto até a empresa que havia me
chamado para uma entrevista. Fui rejeitado. É possível que um atraso
involuntário possa ter me retirado da seleção?"
"Discuti fortemente com outro candidato que participava comigo de uma
dinâmica de grupo. Percebi, na hora, que estava fora."
Se você já teve dúvidas sobre os motivos pelos quais foi excluído de um
processo seletivo, este texto é para você.
A mídia, principalmente impressa, freqüentemente publica dicas sobre como se
comportar em processos seletivos, seja durante a entrevista, a dinâmica de grupo
ou - pasme !!! - dizendo o que desenhar em determinado teste psicológico.
E por que será que as empresas estão utilizando mais e mais instrumentos
durante a Seleção? Será que é para ver a resistência do candidato ou há outro
motivo?
Qualquer contratação traz enorme investimento para as empresas. Se o
profissional deixar a organização pouco tempo depois de contratado, certamente o
investimento passa a ser custo.
O ser humano é extremamente complexo. Dê uma olhadinha para dentro de você e
verá o que quero dizer... O uso de diferentes instrumentos nos processos
seletivos traz maior segurança às empresas quando precisam contratar
profissionais. Devido à complexidade já citada do ser humano, quanto melhor
observado for o candidato, maior segurança na seleção a empresa terá e
conseqüente certeza do seu investimento ao contratá-lo. Os candidatos também
deveriam aproveitar este tempo para avaliar se aquela empresa merece seu
trabalho.
Um processo seletivo é composto por diversos instrumentos: entrevistas,
dinâmicas de grupo, testes psicológicos, testes práticos. As informações
colhidas são complementares, ou seja, cada atividade revela um tipo de
característica.
Por exemplo: a entrevista individual permite que o candidato detalhe
projetos, conquistas, interesses pessoais e profissionais. Isto não ocorre em
uma dinâmica de grupo. Nesta, os itens "relacionamento interpessoal",
"liderança", "cooperação x competição" são melhor observados.
Os testes de personalidade, por sua vez, mostram traços como ambição,
energia, equilíbrio emocional, nem sempre observados na entrevista ou nas
dinâmicas de grupo. Por último o teste prático, que verifica se o profissional
reúne as competências e conhecimentos técnicos necessários para o desempenho da
função em questão, itens que os outros instrumentos podem demonstrar
parcialmente.
Os resultados de um processo seletivo, portanto, são decorrentes de um
conjunto de informações e observações e não apenas de uma ou outra
característica. Para melhor entendimento didático, podemos resumir o processo
seletivo na "equação": candidato certo + cargo certo + chefia certa + empresa
certa. Se apenas uma destas partes não existir, toda seleção está comprometida.
Mesmo assim, é possível que apenas um comportamento do candidato possa
excluí-lo do processo? A resposta é SIM, é possível. Você contrataria para sua
empresa:
- Profissionais que se atacassem pessoalmente durante uma dinâmica de
grupo, desrespeitando-se mutuamente?
- Uma candidata que seduzisse claramente o entrevistador?
- Um candidato que "colasse" na aplicação coletiva de um testes de
personalidade?
Tenha em mente que o melhor que você tem a mostrar é VOCÊ MESMO. Busque o
autoconhecimento e o autodesenvolvimento. A segurança e a assertividade virão e
tudo ficará mais fácil.
Agora, se você comprou na banca de jornais aquele "livrinho" ensinando as
respostas dos testes de personalidade, esqueça: é uma furada!!!