Nesse exato momento, em que você deu início à leitura dessa matéria, inúmeros
profissionais estão focados no futuro e questionam: como galgar os degraus
certos para alcançar êxito e sucesso na carreira? Enquanto algumas pessoas fazem
essa indagação e ficam sem resposta, pois de certa forma estão à deriva como um
barco em um mar com ondas fortes, outras encontram respaldo na própria empresa
em que atuam.
Foi exatamente para dar uma sustentação aos seus profissionais que a Chemtech
– empresa que passou a fazer parte do Grupo Siemens em 2001, adotou a “Carreira
em Y” – para os colaboradores que atuam na área de Engenharia.
A “Carreira em Y” é uma trajetória que possibilita, em determinada fase,
levar o trabalhador a passar por uma mudança, ou seja, dá oportunidades para que
o indivíduo migre para uma nova vertente de especialização daquela que vinha
sendo atribuída a ele. Com isso, o profissional que, por exemplo, estava
desmotivado por alguma razão pode dar uma guinada na vida, melhorar a
auto-estima e atender às expectativas do negócio.
Fundada em 1989 com capital 100% nacional, a Chemtech é uma empresa de
consultoria e prestação de serviços em engenharia e TI e atua em diversos países
como Alemanha, Estados Unidos, Rússia, Japão, Cingapura, Tailândia, Arábia
Saudita, França, África do Sul, Canadá e Espanha. Em 2001, passou a fazer parte
do Grupo Siemens, mantendo sua liderança, padrão mundial de qualidade,
marketing share definido, linha de soluções e gestão independente. Com cerca
de 700 funcionários, a Chemtech está presente nos Estados do Rio de Janeiro, São
Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
Ao adotar a “Carreira em Y” a empresa teve como principal objetivo
proporcionar aos colaboradores a possibilidade de desenvolvimento de trajetória
profissional gerencial ou técnica, equiparadas em termos salariais e de
benefícios. De acordo com Daniella Romão Gallo, coordenadora de RH, para a
Chemtech - uma empresa de tecnologia cujo maior patrimônio é o capital
intelectual - é muito importante desenvolver profissionais para ambas as
funções.
“Na prática, existem muitas empresas que valorizam apenas os cargos
gerenciais. Aqui na Chemtech, os especialistas e os consultores técnicos são tão
importantes e valorizados quanto os gerentes”, ressalta, ao acrescentar que uma
das vantagens que a “Carreira em Y” proporciona é a de que os próprios
funcionários podem fazer uma opção profissional baseados unicamente pelo seu
perfil e vontade.
Para se ter uma idéia do que isso significa para o crescimento profissional,
quem vai para área de gerência, por exemplo, torna-se primeiro líder de projetos
e, posteriormente, gerente de projetos e na seqüência sênior. Hoje, dentre os
quatro diretores da Chemtech, tanto o diretor de operações quanto a diretora de
Recursos Humanos iniciaram suas carreiras na empresa como estagiários. Essa
“divisão” em categorias motiva os funcionários com a real expectativa de
crescimento na empresa, preparando-se sempre para uma nova função.
Vale ressaltar que a opção pela carreira técnica ou gerencial é baseada não
apenas na escolha do profissional, mas também na avaliação de desempenho do
indivíduo, onde será verificado se o colaborador tem o perfil para seguir a
carreira desejada, ou seja, se realmente possui as competências requeridas para
aquela determinada atividade. Para esse planejamento do profissional, explica
Daniella Romão Gallo, as avaliações de performance, realizadas pelo menos uma
vez por ano, não são apenas feitas pelo superior e pelos pares do trabalhador. O
avaliado, nesse caso, tem a chance de realizar uma auto-avaliação. Outro detalhe
importante é que a equipe de Recursos Humanos da empresa acompanha todas as
avaliações que envolvem o processo.
Na prática, quem acompanha diretamente a avaliação de desempenho do
colaborador é o gerente de projeto em que o profissional atua. A área de RH fica
responsável pelo acompanhamento das trajetórias dos colaboradores através de
avaliações, reuniões com os gestores e as entrevistas feitas com os próprios
profissionais.
Por outro lado, caso o funcionário que esteja trabalhando a “Carreira em Y”
não alcance um bom desempenho, a organização tem uma estratégia para reverter a
situação. “É necessário avaliar, primeiramente, os reais motivos para este
desempenho, se estão relacionados à empresa ou a questões pessoais, para
podermos traçar um plano em conjunto com o colaborador. Se o problema for uma
desmotivação ligada à função desempenhada, por exemplo, podemos propor uma
realocação interna. A Chemtech permite e estimula a rotatividade interna na
empresa e acredita que cada pessoa tem algo de especial para dar, e nunca vê
como solução a demissão sumária de quem não atende às expectativas”,
complementa.
Quando indagada se ao implantar a “Carreira em Y”, a organização sentiu
alguma dificuldade no início do processo, a resposta da coordenadora de RH é
afirmativa. Ela explica que como a equipe da Chemtech é jovem, a quantidade de
consultores no começo era muito pequena quando comparada com a de gerentes.
Existia, então, uma falsa impressão de que não se dava o devido valor à carreira
técnica. “Não vemos qualquer desvantagem no plano de Carreira em Y. A idéia é
proporcionar ambas as opções de carreiras para engenheiros, técnica e gerencial,
garantindo as mesmas condições salariais”, conclui Daniella Romão Gallo, ao
complementar que com o tempo, mais consultores foram trazidos para integrar a
equipe e hoje a empresa já conta com o primeiro time de consultores formados
dentro da organização.