Elegância no comportamento é diferente de elegância no vestir ou ter etiqueta;
de usar trajes e acessórios bem combinados ou de luxo; ou seguir regras
preestabelecidas de comportamento social. É algo que deve estar presente com a
pessoa dia e noite com o “coração cabendo todos”: amigos, colegas de trabalho,
subordinados, concorrentes, fornecedores, adversários políticos, “discordantes
de opinião” etc.
Deve estar presente em todos; nos proprietários de empresas, nos executivos,
nos profissionais de sucesso, nos operários, nos funcionários das empresas, nos
homens públicos, nos produtores e trabalhadores rurais, nos servidores públicos
em todos os níveis, nos comerciantes, nos comerciários, nos professores, nos
alunos, nos industriários, nos círculos de amizade, nos namorados, nos casais...
Enfim, deve estar presente em todos e na relação entre “uns e outros e outros e
uns”.
Manifesta-se no acordar com um sorriso no rosto agradecendo a Deus por tudo
de bom que vem acontecendo, desejando um bom dia “de coração” para todos, a
começar de quem está a seu lado, “esquecendo” eventual ponto de discordância ou
mal-estar que possa ter aparecido. Está na forma de se movimentar, de falar, de
ouvir, na atenção, no reconhecimento e retribuição de uma gentileza e no
cumprimento aos outros, independentemente do nível hierárquico ou posição
social.
Revela-se na movimentação na rua, em quem cumprimenta aos demais
indistintamente, que “fecha os cruzamentos” como se fosse a única pessoa com
pressa, que não abusa da buzina e sendo paciente como aqueles que dificultam o
seu percurso. Faz parte do chegar ao trabalho cumprimentando a todos e deixando
para trás qualquer “stress” ou sentimento negativo em relação aos quais
os outros não têm culpa.
Incorpa-se na pessoa que trata a todos na empresa como seres humanos, como
gente, mais do que “aqueles” que têm obrigações a cumprir. Manifesta-se na
pessoa que evita assuntos constrangedores; que é avessa a fofocas, mas que sabe
ser assertiva, dar “feedback”, elogiar ou repreender no momento
apropriado, da forma adequada à pessoa certa.
Está em quem respeita o trabalho realizado por um colaborador, não o
desmerecendo como pessoa ou profissional quando a qualidade está abaixo do
esperado, mas sabendo avaliar e junto com ele identificar pontos de melhoria.
Faz-se presente no executivo que não se preocupa apenas em identificar e punir
os responsáveis pelos “erros cometidos”, mas fundamentalmente achar em conjunto
com seus colaboradores as formas de solucionar os problemas pelas suas causas e
concentrar a energia na prevenção de reincidências.
Aparece nos executivos que dividem com a equipe os méritos pelo sucesso do
departamento ou empresa. Nos empresários que não querem tudo para si, que sabem
que os lucros e resultados foram alcançados também pelo esforço de seus
colaboradores, e que eles merecem alguma forma de retribuição.
Acontece no compreender das situações adversas pelas quais pode estar
passando seu próximo e entender reações externadas por ele, seja ele seu
subordinado, amigo, parente, superior hierárquico ou um transeunte ou motorista
do veículo próximo. Está no respeito às diferentes opções políticas, religiosas,
esportivas ou sexuais, não fazendo delas motivos de chacota ou discriminação.
Ocorre em quem não faz brincadeiras de mau gosto ou desrespeitosas aos
amigos, colegas de trabalho ou subordinados. Faz-se presente no executivo que
trata os membros de sua equipe, não como subordinados, mas como colaboradores,
parceiros e amigos. Que para si, para seu próprio bem e de seus funcionários,
busca o equilíbrio entre trabalho, lazer e vida pessoal, respeitando o tempo que
ele e os demais devem ter para cada uma dessas atividades.
Aparece em quem é discreto, que evita ouvir ou “entrar em conversa dos
outros” e não fica olhando documentos ou coisas pessoais do próximo. Faz-se
presente nos profissionais que não contam excessivamente vantagens de si, mas
que se valorizam sem desmerecerem os demais. Aparece em quem não fuma perto dos
outros, especialmente próximo aos não fumantes e que jamais fuma no local de
trabalho.
Integra as pessoas que sempre são pontuais e, quando poderão se atrasar um
pouco avisam aos demais. Está em saber usar o celular, não falando alto em
ambientes fechados, não deixando tocar em reuniões ou treinamentos e, quando
precisar utilizar em uma conversa, pedindo licença ao interlocutor. Manifesta-se
em quem trata com elegância e respeito os tripulantes e demais passageiros do
ônibus, avião, trem ou navio, mesmo que algo não esteja saindo a contento (eles
provavelmente não terão culpa do que não esteja saindo bem).
Faz parte de quem responde às comunicações como cartas, telefonemas e
e-mails, sejam de colaboradores internos, clientes ou pretendentes a
fornecedores. Está no oferecer-se para ajudar a um colega que está com
dificuldades no trabalho. Faz-se presente nas pessoas que demonstram interesse
por assuntos que desconhecem, que presenteiam fora das datas festivas, que
cumprem o que prometem, que não andam de “nariz empinado”, que sabem agradecer
elogios e que sabem tratar o ser humano com humanidade e respeito.
Elegância no comportamento é algo que está sempre com a pessoa, associada ao
seu “natural” e a acompanha o dia todo e em todos os momentos. Está em quem
começa e termina todos os dias (e não só no fim de ano), desejando para si e
para os demais o melhor durante todos os momentos, especialmente saúde, paz e
amor.