1. Não tropece nos próprios pés.
Gastar menos do que se recebe é a base de qualquer orçamento. Uma regra tão
simples e tão óbvia que pode parecer uma tolice falarmos dela aqui. Há muitas
pessoas, entretanto, que se enrolam com dinheiro, usando o limite do cheque
especial de maneira indiscriminada, fazendo dívidas desnecessárias e criando um
buraco cada vez mais fundo do qual torna-se cada vez mais difícil sair. Viver na
"pendura" é um sério risco, que pode trazer conseqüências graves, pois quando
houver uma emergência, não existirão mais reservas para que se possa recorrer.
Abraham Lincoln já dizia: Não criarás estabilidade permanente baseada em
dinheiro emprestado. Não evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do
que ganhas.
2. Fique ligado na aplicação de seu dinheiro.
Já dizia um velho ditado: quem tem cuida. O maior interessado em ver seu
investimento crescer é você mesmo. Lembre-se que o dinheiro é seu e que deixar
decisões importantes sobre o destino de seu capital na mão de outras pessoas
pode ser, no mínimo, delicado. Existem muitos profissionais que poderão ajudá-lo
a administrar seu patrimônio mas, por mais interesse que tenham, lembre-se que o
dinheiro não é deles e acompanhe de perto os resultados obtidos. Habituar-se a
acompanhar os seus investimentos o deixará mais informado sobre as melhores
oportunidades do mercado financeiro e sobre seus direitos como investidor.
3. Não caia na armadilha dos juros nominais.
Durante muito tempo, convivemos com altas taxas de juros que nos davam a ilusão
de grandes ganhos, quando, na verdade, a maior parte desta taxa era apenas
correção monetária que fazia frente ao monstro inflacionário. Portanto, fique
atento e veja quais são os juros reais dos investimentos, ou seja, (juros já com
o desconto da inflação). São os juros reais que representam o ganho verdadeiro
nos investimentos.
4. Escolha um indexador como parâmetro.
Os indexadores ou índices de preços servem como parâmetro para avaliar a
performance dos investimentos. Por meio dos indexadores é possível comparar e
medir com mais eficiência a evolução de seu patrimônio. Os indicadores mais
utilizados são o IGP-M, apurado pela Fundação Getúlio Vargas, e o IPC-FIPE. O
importante é adotar um índice de preços e mantê-lo para não alterar a base de
comparação.
5. Quem não arrisca não petisca.
Retornos maiores estão sempre associados a riscos maiores. O que significa que,
se você pretende obter lucros maiores do que a caderneta de poupança, irá correr
algum tipo de risco. O que deve ser determinado é o nível de risco que você está
disposto a correr com seu investimento. Uma boa maneira de avalia-lo é responder
ao questionário do perfil do investidor aqui na Patagon.com. Determinado seu
perfil, você poderá compor sua carteira de investimentos
6. Não coloque os ovos numa única cesta.
A diversificação dos investimentos é uma regra básica para diluir os riscos e
melhorar a performance. O nível de diversificação dependerá do tamanho de sua
carteira, de seus objetivos de rentabilidade e de sua percepção de riscos
aceitáveis. Deve-se, porém, tomar cuidado para não exagerar na diversificação.
Se você possuir uma carteira de ações com mais de dez ou quinze empresas, estará
correndo o risco de não poder acompanhar de perto, e de forma consistente, os
resultados dos negócios dela. Também é importante ter critérios avalizados para
a escolha dos ativos.
7. Quem tudo quer, tudo perde.
Investir requer controle e técnica. Ficar esperando as maiores rentabilidades
sem levar em conta os riscos envolvidos pode ser muito arriscado e pode por a
perder um ganho que já estava garantido. É melhor um pássaro na mão do que dois
voando. É claro que buscamos sempre os melhores resultados nos investimentos,
mas é necessário ter cautela e dosar as chances de prejuízo X lucro.
8. Não se deixe levar pelas ondas.
O mercado financeiro costuma apresentar momentos de grande turbulência.
Acontecimentos fora da rotina tendem a afetar o comportamento do mercado no
curto prazo. Entretanto, é sempre bom considerar que a atividade econômica
continua e que, depois da tempestade, vem a bonança. Agir precipitadamente
representa grande risco. Muitas vezes, a melhor estratégia é aguardar uma
definição mais clara de tendência e, só então, tomar uma decisão.
9. Não fique com um mico na mão.
Não hesite em eliminar uma posição que se mostra perdedora. Compramos ações de
uma empresa na expectativa de sua futura valorização. Infelizmente, em alguns
casos, vemos a ação começar a cair. Muitas vezes, acreditamos que não é possível
que a ação caia ainda mais e aguardamos uma alta que não acontece; a ação volta
a cair, aumentando progressivamente as perdas. Em muitos casos, é melhor obter
um pequeno prejuízo, ao reconhecer um erro, do que carregar uma posição
perdedora, deixando passar outras oportunidades de investimento que poderiam
recuperar as perdas.
10. Habitue-se a poupar.
Disciplina e regularidade são palavras chaves para formar um bom patrimônio. É
fundamental reservar uma parcela de sua receita para os investimentos que irão
representar sua segurança e trazer a tranqüilidade financeira.
11. Quanto mais cedo, melhor.
Quanto mais cedo começar a poupar, pensando em fazer um pé de meia para o futuro
e aposentadoria, mais fácil será acumular um patrimônio suficiente para garantir
seu padrão de vida quando parar de trabalhar. Achar que é muito jovem para se
preocupar com a aposentadoria é um erro; quanto mais adiar esta decisão, menos
tempo terá para poupar.
12. Seja perseverante.
Defina com clareza quais são seus sonhos e ambições e os transforme em
objetivos, definindo prazos e estratégias para alcançá-los. Somos movidos por
motivação; se temos claro aonde queremos chegar, cada passo dado é uma vitória e
a trajetória se torna mais fácil e prazerosa.
13. Cuidado com boatos e dicas.
Barbadas costumam sair caras. Boatos muitas vezes são criados e disseminados
para servirem a interesses de alguns. Aplicar baseando-se em dicas não dá
trabalho nenhum, entretanto, elas podem ser a maneira mais fácil de você perder
dinheiro. Estas informações sempre devem ser checadas segundo critérios
técnicos.
Quando uma multidão vai para um mesmo lugar, corre-se o risco de muita gente
encontrar uma paisagem devastada. As oportunidades são identificadas por quem
consegue enxergar novas opções quando todos estão vendo a mesma coisa.
14. O passado não garante o futuro.
A rentabilidade passada e o desempenho histórico dos investimentos não constitui
garantia de desempenho futuro, porém, é um importante parâmetro no momento de
análise das opções de investimento.
15. Lembre-se da mordida do leão.
Ao fazer um investimento, é fundamental levar em conta os custos, taxa e
tributos envolvidos. Muitas vezes, os investidores se atêm exclusivamente à
rentabilidade e se esquecem de tais aspectos. A CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira) é o primeiro tributo que deve ser considerado.
Incidindo 0,38% sobre todos os saques e transferências realizados da conta
corrente, a CPMF tem um impacto direto no momento da aplicação, pois o dinheiro
tem que sair da conta-corrente para um fundo de investimento, uma aplicação em
ações, um CDB. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é outro tributo que
deve ser avaliado. Ele incide sobre os rendimentos dos investimentos de renda
fixa, como fundos de investimento, CDBs, títulos públicos, debêntures, etc., com
saques de prazos inferiores a 30 dias. Por fim, é importante considerar a
incidência do imposto de renda nas aplicações. No caso de investimentos de renda
fixa, a taxa é de 20% sobre o valor do rendimento, enquanto nas aplicações de
renda variável, a taxa é de 10%.
Vale a pena lembrar das taxas de administração cobradas pelos fundos de
investimento, que variam de instituição para instituição, e das taxas de
performance cobradas em alguns casos.