Carreira / Emprego - Depois do sonho de ser mãe: o que se pondera para voltar ao trabalho?
Pesquisa realizada pelo Grupo Catalyst nos EUA revelou que metade das
profissionais com filhos estão no mercado de trabalho, mas este número está
caindo.
De acordo com a vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável da ABRH
(Associação Brasileira de Recursos Humanos), Jorgete Leite Lemos, no Brasil, a
proporção das mulheres que deixam o mercado de trabalho após o nascimento dos
filhos não deve ser grande, apesar de desconhecer uma estimativa oficial. A
decisão, conforme ela disse, esbarra em três critérios.
"Primeiro é o apoio da empresa: recursos que ela disponibiliza para a
funcionária-mãe. Em empresas como a Natura ou a Avon, os pedidos de demissão
pós-parto devem ser mínimos", explicou Jorgete.
Em segundo lugar esta a paixão pela carreira. "Se a mulher ama muito o que faz,
ela não vai conseguir largar o emprego". Outro ponto que pesa bastante nesta
decisão é a situação financeira. Existem mulheres que simplesmente precisam
trabalhar para conseguir manter os filhos.
Quando ter filhos?
Muitos vezes acontece por acaso, mas em outras é possível planejar a chegada do
bebê. O problema é saber qual o melhor momento para isso. "A resposta é muito
pessoal", afirmou Jorgete. Porém, a mulher que está em início de carreira pode
deixar para mais tarde.
O que normalmente acontece, conforme ela disse, é que a mulher firma um
propósito na carreira e somente depois busca a maternidade, que está ficando em
um segundo plano. Para se ter uma idéia, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) revelam que as famílias compostas por casais sem
filhos, nos quais ambos os integrantes trabalham, são cada vez mais freqüentes.
Os dados referentes a 2007, revelam que, no Brasil, os casais em que ambos os
cônjuges tinham rendimentos e nos quais as mulheres não tiveram filhos
representavam 3,4% dos domicílios, o que corresponde a 1,9 milhão de casais. Em
quase 60% deste tipo de casal, a pessoa de referência tinha até 34 anos de
idade.
O IBGE concluiu que isso reflete um adiamento da fecundidade e a busca por
melhores posições no mercado de trabalho. As pessoas estão cada vez mais focadas
em suas carreiras. O perigo que se corre, de acordo com Jorgete, neste caso, é o
de nunca atingir os objetivos na carreira, deixando a maternidade ou a
paternidade para trás.
Legislação
De acordo com Jorgete, a nova legislação que prevê licença-maternidade de seis
meses para as mulheres é bastante positiva, pois permite um maior acolhimento da
criança pela mãe. Porém, para aquelas que querem ficar no mercado de trabalho,
mesmo depois deste período, ela indica que se mantenham atualizadas. "É preciso
dedicar horas do dia para navegar na internet, ler, dialogar...não se manter
alheia", finalizou.
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