Ninguém pode negar que ter uma conta bancária bem recheada traz muita
tranqüilidade. E é exatamente por este motivo que muitos profissionais acabam se
rendendo a empregos que remuneram bem, mesmo que eles não dêem tanta satisfação.
"Infelizmente, devido às fortes pressões do mundo corporativo de hoje, é uma
situação bastante comum", afirmou o consultor e diretor-executivo do Insadi
(Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual), Dieter Kelber. Neste caso,
o que acontece é que a pessoa trabalha pela motivação externa. Por isso, ela se
torna muito susceptível e se comporta de acordo com recompensas, que não são
sustentáveis no longo prazo.
Porém, ninguém pode negar também que é extremamente prazeroso atuar na vida
profissional com aquilo que tem vocação. Pois é, existe um outro tipo de
motivação, que é a interna, a qual responde ao 'mundo das vontades'. "É a
personalidade de cada um vibrando quando está alinhada com as tarefas que vai
executar". Neste caso, um exemplo é quem escolhe um emprego que está alinhado
aos traços vocacionais.
Conflito de motivações
Para Kelber, o que acontece é que existe um conflito entre as duas formas de
motivações. De olho em um bom salário e benefícios (motivações externas), mas,
ao mesmo tempo, na ascensão profissional (motivação interna), os profissionais
acabam aceitando atividades pouco desafiadoras e, muitas vezes, sem relação com
a vocação.
O papel do líder e da organização
De acordo com o consultor, soma-se a este cenário o próprio despreparo dos
líderes em avaliar esse tipo de situação, que foge da simples avaliação das
competências técnicas dos membros da equipe. O que se deve fazer, então, é
alinhar as motivações internas dos profissionais a desafios.
"Nas organizações do século 21, o homem quer saber o porquê, para quê, para quem
e com quem ele trabalha. Por isso, é necessário não só mudar pessoas, mas também
caminhar para uma cultura organizacional que busca um entendimento integral dos
fenômenos", disse Kelber.