Segundo estudos realizados pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do livro “A
Inteligência Emocional”, (Editora Campus/Elsevier, 1995), 90% da diferença entre
as pessoas que obtém grande sucesso pessoal e profissional, e aquelas com
desempenho apenas mediano, se deve a fatores relacionados a competências
comportamentais, mais do que às habilidades aprendidas na escola.
O conjunto destas competências é o que podemos chamar de Inteligência
Emocional. Elas têm cinco componentes principais:
- Autopercepção – que é a capacidade das pessoas
conhecerem a si próprias, em termos de seus comportamentos frente às
situações de sua vida social e profissional, além do relacionamento consigo
mesmo.
- Autocontrole – ou capacidade de gerir as próprias
emoções, seu estado de espírito e seu bom humor.
- Auto-motivação – capacidade de motivar a si mesmo, e
realizar as tarefas e ações necessárias para alcançar seus objetivos,
independente das circunstâncias.
- Empatia – habilidade de comunicação interpessoal de
forma espontânea e não verbal, e de harmonizar-se com as pessoas.
- Práticas sociais – capacidade de relacionamento
interpessoal e de trabalho em equipe.
Analisando estes fatores comportamentais que compõem a inteligência
emocional, percebemos que eles estão intimamente relacionados ao sucesso e às
realizações pessoais.
Em qualquer área da atividade humana, pessoas com estrutura emocional sólida,
conseguem melhor produtividade, e, por isto, destacam-se entre as demais.
Um esportista que não estiver bem, emocionalmente, mesmo sendo um atleta de
destaque, dificilmente obterá vantagem sobre aquele que se apresentar com alto
quociente emocional. Também nas empresas ocorre o mesmo, o profissional instável
emocionalmente, tem sua produtividade prejudicada ao desempenhar suas funções.
Existe um estudo do professor John Kotter, da Universidade de Harvard,
apresentado no livro As Novas Regras. Ele acompanhou um grupo de 115
alunos desta universidade, durante 20 anos, após sua formatura em 1974. Comparou
o desempenho profissional deles ao final do período, com as notas obtidas pelos
mesmos, ao concluírem o curso. O resultado, ao contrario do que se esperava,
mostrou que não havia ralação positiva entra as notas obtidas, e o sucesso
pessoal e profissional alcançado pelos participantes. Ou seja, os melhores
alunos não foram os que obtiveram maior sucesso pessoal e profissional.
Baseado nos estudos atuais é possível afirmar que a Inteligência Emocional
tem maior impacto na realização pessoal, profissional e na felicidade de uma
pessoa, do que o QI, quociente de inteligência. Por isto é tão importante
aprendermos a desenvolver nosso quociente emocional, ou QE.
No entanto, surge uma questão: é possível desenvolver a Inteligência
Emocional? E como fazer para desenvolver esta habilidade tão importante?
Desenvolvendo a Inteligência EmocionalUm programa para
desenvolver a inteligência emocional de uma pessoa, precisa cumprir as seguintes
etapas:
- Relacionar as principais competências comportamentais desta pessoa em
relação ao seu contexto, pessoal e profissional.
- Fazer uma avaliação destes comportamentos, comparando o grau atual
destas competências, com o grau desejável naquele contexto.
- Executar um treinamento, em relação aos comportamentos pouco
desenvolvidos, com ações práticas.
- Controlar os resultados até conseguir atingir as metas pretendidas.
Depois de saber quais os pontos fortes e as limitações, a pessoa deve ser
orientada a desenvolver as competências comportamentais que mais estão
prejudicando seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Habilidades como empatia, flexibilidade, espírito de liderança, poder de
persuasão, motivação, comunicação e relacionamento interpessoal, entre outras,
devem fazer parte do programa de desenvolvimento de sua Inteligência Emocional.
É preciso que a pessoa faça uma planilha com as competências que precisa
desenvolver e aproveite todas as situações de sua vida pessoal e profissional
para praticá-las.
Treinando, treinando, treinandoÉ como andar de bicicleta, é
preciso praticar até tornar estas competências algo natural em sua vida. Se
alguém tem dificuldade de falar em público, e esta competência é fundamental
para o desenvolvimento de sua carreira, então será preciso praticar esta
atividade até tornar-se espontânea.
Segundo pesquisas, o cérebro emocional aprende através de experiências
repetidas. Portanto, depois de identificar seus pontos fracos, é preciso centrar
forças neles até desenvolvê-los. É necessário enxergar as oportunidades do dia a
dia para praticar suas competências em desenvolvimento.
Quem precisa desenvolver a Inteligência EmocionalTodas as
pessoas se beneficiarão ao desenvolver sua Inteligência Emocional. Estudantes
conseguirão melhor aproveitamento na escola. Jovens terão melhores condições de
conseguir seu primeiro emprego, e construí uma carreira de sucesso desde o
início. Profissionais terão melhores oportunidades de crescimento e condições de
assumir cargos de chefia. Chefes terão melhores condições de liderar suas
equipes. Enfim, a Inteligência Emocional poderá ser a diferença entre uma
trajetória bem sucedida, com uma vida cheia de realizações, ou uma carreira
medíocre.
Por isto, sugerimos a todas as pessoas: profissionais, estudantes, médicos,
executivos e empresários, que busquem identificar seus pontos fortes e pontos
fracos em relação à Inteligência Emocional, e desenvolvê-los da melhor forma
possível. Lembre-se que nunca é tarde para o crescimento pessoal.