Imóveis - Vai comprar a casa própria? Veja dicas para fazer o melhor negócio possível
Muita gente está pensando em aproveitar as facilidades oferecidas pelos
tradicionais feirões realizados pela CEF (Caixa Econômica Federal) para a compra
da tão sonhada casa própria.
De acordo com o presidente do Ibedec (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa
das Relações de Consumo), José Geraldo Tardin, entretanto, são muitos os
problemas que podem ser encontrados neste tipo de compra, como financiamentos
negados, imóveis danificados, cobrança de contas em atraso, imóveis ocupados,
entre outros.
Cuidados
Para evitar que o sonho da casa própria se transforme em pesadelo, conheça
alguns cuidados importantes a serem tomados na hora de adquirir um imóvel.
- Imóvel Ocupado: O pior pesadelo que pode existir para alguém que
adquire um imóvel por meio de feirão, é comprar uma casa ainda ocupada. Por
isso, é muito importante procurar informações no edital ou nos prospectos de
venda antes de efetuar a compra e, se estiver ocupado, desistir do mesmo.
Isso porque o processo de retirada judicial é bem demorado, podendo, até,
não acontecer.
Se mesmo assim ainda houver determinação para fazer o negócio, visite a
residência e tente conversar com o morador sobre a situação dele e sua
disposição para desocupar o local amigavelmente. Se perceber predisposição
para brigas, pense duas vezes, pois além dos gastos com a compra, ainda terá
que pagar as custas judiciais e os honorários de advogados, caso necessite
entrar na Justiça.
- Visite o imóvel: Faça uma vistoria detalhada do imóvel que lhe
foi prometido e colha a assinatura de quem está vendendo, já que isto vale
como prova para a reposição de possíveis itens faltantes ou indenização, em
dinheiro, do novo proprietário.
- Panfletos e anúncios: Na Justiça tudo vale como prova e é de
obrigação do fornecedor cumprir o que foi prometido, por isso é de extrema
necessidade guardar panfletos e fazer que tudo que for objeto da negociação
conste na proposta de compra, inclusive prazos, taxas de juros, metragem do
imóvel e outras despesas.
Orçamento
Em um período de crise econômica como este, em que se reduz a garantia de
emprego, torna-se mais arriscado assumir um financiamento de longo prazo sem
fazer bem as contas, alerta a Pro Teste - Associação de Consumidores. Portanto,
para não tomar uma decisão precipitada e comprometer o orçamento familiar,
atente para o seguinte:
- Preço: Uma fase essencial para a compra da casa própria é a que
envolve pesquisa de preços. Depois de ter ideia do local, ou mesmo do prédio
no qual gostaria de morar, procure avaliar outros imóveis à venda no mesmo
prédio ou conjunto, com as mesmas características do qual pretende comprar,
a fim de saber o valor de mercado. Também vale consultar o preço médio do
metro quadrado da região junto a imobiliárias e corretores, assim será
possível estabelecer um valor máximo para a compra do imóvel.
- Taxas de Juros: Também vale a pena fazer uma pesquisa de taxas de
juros, já que grande parte dos bancos do país fazem financiamentos para
habitação. A taxa de juros varia conforme a renda, o valor do imóvel e do
financiamento. Uma boa dica é fazer simulações para encontrar o melhor
negócio para o seu perfil, as instituições costumam disponibilizar
simuladores em suas páginas na internet.
- CET: Nem sempre a menor taxa de juros representa o melhor
negócio, é o CET (Custo Efetivo Total) do financiamento, que nada mais é do
que um percentual que mostra o valor total da operação, incluindo todas as
taxas administrativas e tributos cobrados pelo banco, que vai apontar se o
financiamento escolhido será um bom ou mau negócio, portanto, de olho nele.
- Pendências: Procure certificar-se de que a propriedade não possui
nenhuma dívida pendente, como condomínio, IPTU, entre outras. Tais débitos
são de responsabilidade do antigo dono e devem ser quitados pelo banco ou
pelo vendedor do imóvel, caso contrário, o comprador corre o risco do imóvel
está sendo usado como garantia da dívida e este sofrer execução. É
importante, segundo o Instituto, que tal fato conste em contrato, assim como
a possibilidade do consumidor reter os pagamentos ao vendedor enquanto
houver pendências.
Mais dicas
Ainda no que diz respeito ao orçamento familiar, as duas entidades chamam a
atenção quanto ao comprometimento da renda e os riscos de se tornar
inadimplente.
- Renda: O ideal, na opinião do Instituto, é comprometer, no
máximo, 15% da renda. Não caia na tentação de destinar 30% da renda ao
financiamento imobiliário, como orientam algumas instituições, pois o prazo
para o pagamento deste tipo de empréstimo costuma ser longo e dificuldades e
crises podem ocorrer a qualquer momento e com qualquer pessoa.
- Composição de Renda: É comum, hoje em dia, a composição de renda,
ou seja, vários membros da família se unem para compor a renda necessária
para a aprovação do financiamento. Porém, antes de optar por este
dispositivo, pense bem no tamanho do vínculo e da confiança que será
necessária entre os envolvidos durante muitos anos. Além disso, as pessoas
devem lembrar que ficarão obrigadas ao pagamento da dívida até o final, ou
seja, a renda estará comprometida caso haja interesse de financiar outro
imóvel no futuro.
- Prazos: Procure dar o máximo de entrada que puder, além de
financiar pelo menor prazo possível, conforme sua capacidade de pagamento,
pois quanto maior o prazo, maior ficarão os juros que serão pagos pelo
imóvel.
- Inadimplência:Lembre-se: na hipótese de atrasar três parcelas do
financiamento, o imóvel pode ser levado a leilão, sendo que o comprador pode
perder tudo que pagou e ser surpreendido com uma dívida resultante do saldo
devedor do empréstimo, se o valor de venda da casa ou apartamento for
inferior ao débito.
Fique de olho
Por fim, para não gastar mais desnecessariamente, fique de olho na intervenção
do despachante imobiliário, pois, muitas vezes, as despesas deste profissional
estão incluídas nos contratos de vendas. Saiba que ela não é obrigatória. Se
você mesmo fizer todos os procedimentos burocráticos - o que pode tomar certo
tempo -, pode haver uma economia de R$ 500,00 a R$ 1.000,00.
Além disso, é importante considerar os gastos com escritura e ITBI para
registrar a transação em cartório, que podem chegar a 3% do valor de mercado
atual do imóvel e devem ser pagas à vista, por isso, é bom ter uma reserva em
dinheiro e boa compra.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Gladys Ferraz Magalhães
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