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Imóveis - Vai comprar a casa própria? Veja dicas para fazer o melhor negócio possível 

Data: 21/05/2009

 
 
Muita gente está pensando em aproveitar as facilidades oferecidas pelos tradicionais feirões realizados pela CEF (Caixa Econômica Federal) para a compra da tão sonhada casa própria.

De acordo com o presidente do Ibedec (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo), José Geraldo Tardin, entretanto, são muitos os problemas que podem ser encontrados neste tipo de compra, como financiamentos negados, imóveis danificados, cobrança de contas em atraso, imóveis ocupados, entre outros.

Cuidados
Para evitar que o sonho da casa própria se transforme em pesadelo, conheça alguns cuidados importantes a serem tomados na hora de adquirir um imóvel.
  • Imóvel Ocupado: O pior pesadelo que pode existir para alguém que adquire um imóvel por meio de feirão, é comprar uma casa ainda ocupada. Por isso, é muito importante procurar informações no edital ou nos prospectos de venda antes de efetuar a compra e, se estiver ocupado, desistir do mesmo. Isso porque o processo de retirada judicial é bem demorado, podendo, até, não acontecer.

    Se mesmo assim ainda houver determinação para fazer o negócio, visite a residência e tente conversar com o morador sobre a situação dele e sua disposição para desocupar o local amigavelmente. Se perceber predisposição para brigas, pense duas vezes, pois além dos gastos com a compra, ainda terá que pagar as custas judiciais e os honorários de advogados, caso necessite entrar na Justiça.
     
  • Visite o imóvel: Faça uma vistoria detalhada do imóvel que lhe foi prometido e colha a assinatura de quem está vendendo, já que isto vale como prova para a reposição de possíveis itens faltantes ou indenização, em dinheiro, do novo proprietário.
     
  • Panfletos e anúncios: Na Justiça tudo vale como prova e é de obrigação do fornecedor cumprir o que foi prometido, por isso é de extrema necessidade guardar panfletos e fazer que tudo que for objeto da negociação conste na proposta de compra, inclusive prazos, taxas de juros, metragem do imóvel e outras despesas.
Orçamento
Em um período de crise econômica como este, em que se reduz a garantia de emprego, torna-se mais arriscado assumir um financiamento de longo prazo sem fazer bem as contas, alerta a Pro Teste - Associação de Consumidores. Portanto, para não tomar uma decisão precipitada e comprometer o orçamento familiar, atente para o seguinte:
  • Preço: Uma fase essencial para a compra da casa própria é a que envolve pesquisa de preços. Depois de ter ideia do local, ou mesmo do prédio no qual gostaria de morar, procure avaliar outros imóveis à venda no mesmo prédio ou conjunto, com as mesmas características do qual pretende comprar, a fim de saber o valor de mercado. Também vale consultar o preço médio do metro quadrado da região junto a imobiliárias e corretores, assim será possível estabelecer um valor máximo para a compra do imóvel.
     
  • Taxas de Juros: Também vale a pena fazer uma pesquisa de taxas de juros, já que grande parte dos bancos do país fazem financiamentos para habitação. A taxa de juros varia conforme a renda, o valor do imóvel e do financiamento. Uma boa dica é fazer simulações para encontrar o melhor negócio para o seu perfil, as instituições costumam disponibilizar simuladores em suas páginas na internet.
     
  • CET: Nem sempre a menor taxa de juros representa o melhor negócio, é o CET (Custo Efetivo Total) do financiamento, que nada mais é do que um percentual que mostra o valor total da operação, incluindo todas as taxas administrativas e tributos cobrados pelo banco, que vai apontar se o financiamento escolhido será um bom ou mau negócio, portanto, de olho nele.
     
  • Pendências: Procure certificar-se de que a propriedade não possui nenhuma dívida pendente, como condomínio, IPTU, entre outras. Tais débitos são de responsabilidade do antigo dono e devem ser quitados pelo banco ou pelo vendedor do imóvel, caso contrário, o comprador corre o risco do imóvel está sendo usado como garantia da dívida e este sofrer execução. É importante, segundo o Instituto, que tal fato conste em contrato, assim como a possibilidade do consumidor reter os pagamentos ao vendedor enquanto houver pendências.
Mais dicas
Ainda no que diz respeito ao orçamento familiar, as duas entidades chamam a atenção quanto ao comprometimento da renda e os riscos de se tornar inadimplente.
  • Renda: O ideal, na opinião do Instituto, é comprometer, no máximo, 15% da renda. Não caia na tentação de destinar 30% da renda ao financiamento imobiliário, como orientam algumas instituições, pois o prazo para o pagamento deste tipo de empréstimo costuma ser longo e dificuldades e crises podem ocorrer a qualquer momento e com qualquer pessoa.
     
  • Composição de Renda: É comum, hoje em dia, a composição de renda, ou seja, vários membros da família se unem para compor a renda necessária para a aprovação do financiamento. Porém, antes de optar por este dispositivo, pense bem no tamanho do vínculo e da confiança que será necessária entre os envolvidos durante muitos anos. Além disso, as pessoas devem lembrar que ficarão obrigadas ao pagamento da dívida até o final, ou seja, a renda estará comprometida caso haja interesse de financiar outro imóvel no futuro.
     
  • Prazos: Procure dar o máximo de entrada que puder, além de financiar pelo menor prazo possível, conforme sua capacidade de pagamento, pois quanto maior o prazo, maior ficarão os juros que serão pagos pelo imóvel.
     
  • Inadimplência:Lembre-se: na hipótese de atrasar três parcelas do financiamento, o imóvel pode ser levado a leilão, sendo que o comprador pode perder tudo que pagou e ser surpreendido com uma dívida resultante do saldo devedor do empréstimo, se o valor de venda da casa ou apartamento for inferior ao débito.
Fique de olho
Por fim, para não gastar mais desnecessariamente, fique de olho na intervenção do despachante imobiliário, pois, muitas vezes, as despesas deste profissional estão incluídas nos contratos de vendas. Saiba que ela não é obrigatória. Se você mesmo fizer todos os procedimentos burocráticos - o que pode tomar certo tempo -, pode haver uma economia de R$ 500,00 a R$ 1.000,00.

Além disso, é importante considerar os gastos com escritura e ITBI para registrar a transação em cartório, que podem chegar a 3% do valor de mercado atual do imóvel e devem ser pagas à vista, por isso, é bom ter uma reserva em dinheiro e boa compra.


 
Referência: InfoMoney
Autor: Gladys Ferraz Magalhães
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