Para pagar todos os impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos
federal, estadual e municipal, o brasileiro teve que trabalhar 4 meses e 26 dias
(146 dias). Na década de 1970, o cidadão trabalhava 2 meses e 16 dias para
pagamento dos tributos; na de 1980, 2 meses e 17 dias e, na década de 1990, 3
meses e 12 dias.
Comprometimento da renda
Segundo o levantamento, ao pagar os tributos, o cidadão brasileiro comprometerá
40,01% de seu rendimento bruto em 2007. Em 2003, este comprometimento era de
36,98%; em 2004, de 37,81%; em 2005, de 38,35% e, em 2006, de 39,72%.
A tributação incidente sobre os rendimentos (salários, honorários etc.) é
formada, principalmente, pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição
previdenciária e sindicais. Além disso, ainda existem a tributação pelo consumo
(PIS, Cofins e outros) e pelo patrimônio (IPTU, IPVA).
Faixa de renda
O levantamento ainda mostrou que a classe média - rendimento entre R$ 3 mil a R$
10 mil - foi a que mais precisou trabalhar para pagar os tributos: 156 dias,
comprometendo 42,70% da renda bruta. A classe alta teve que trabalhar 152 dias e
comprometeu 41,73% da renda, e a classe mais baixa, 141 dias e 38,75% da renda.
Segundo o advogado tributarista e coordenador do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral,
"é notório que o principal entrave do crescimento econômico brasileiro é a
elevadíssima carga tributária", disse.
Outros países
Enquanto no Brasil se trabalha 146 dias para conseguir pagar os tributos, nos
vizinhos Argentina (97 dias) e Chile (92 dias) não se trabalha nem cem dias. A
título de comparação, o levantamento do IBPT ainda mostrou que na Suécia são
necessários 185 dias; na França, 149; na Espanha, 137, e nos Estados Unidos, 102
dias.