Finanças pessoais - Liberdade financeira
“Para ter liberdade financeira, não importa quanto você ganha e, sim, quanto
você consegue poupar” . Suze Orman, autora e palestrante de finanças pessoais
O que pensamos sobre o dinheiro? “Sempre falta”; “é um mal necessário”;
“gostaria de não ter que me preocupar com ele – ou com a falta dele”; etc. São
frases comuns, repetidas frequentemente, às vezes até em tom de brincadeira, mas
que expressam eventuais crenças autolimitativas que, inconscientemente, podem
nos conduzir por um caminho de dificuldades. O condicionamento do subconsciente
determina o pensamento. O pensamento gera sentimentos, que conduzem a decisões,
que provocam ações, que, finalmente, determinam o resultado. Nossos pensamentos
têm muito poder: de criar ou destruir. Por mais talentosa e hábil que seja uma
pessoa, todas as tentativas de alcançar o sucesso permanente, inclusive
financeiro, falharão até que ela examine a sua programação mental e as atitudes
autodestrutivas dela resultantes e opere em si as mudanças necessárias.
Passamos pelo ensino básico, obrigados a memorizar nomes ou datas de pouca ou
nenhuma utilidade, sem estudar noções de economia, contabilidade, finanças e
impostos. Mesmo nos cursos específicos, não se ensina como gerir as finanças
pessoais, não se discute a postura de vida diante do dinheiro e não se fala da
relação entre emoções e o sucesso financeiro. Num tempo em que o conhecimento é
mais importante que em qualquer outro período da história, o sistema educacional
continua ignorando o assunto “dinheiro”, quando o dinheiro é nossa maior
tecnologia social; precisamos dele para tudo. Tendo saído bem ou mal na escola,
sendo profissionais altamente qualificados ou realizando tarefas de menores
exigências técnicas ou habilidades, todos precisamos de conhecimentos básicos
sobre finanças. Porque, independente do que fazemos para ganhar a vida, temos
que lidar com o dinheiro.
Possivelmente, em decorrência das dificuldades financeiras, em que as pessoas
buscam tábuas de salvação, finanças pessoais, hoje, é assunto de rádio, da
televisão, de jornais, revistas e livros, além de palestras e cursos. Antes
técnicos demais, os livros com conteúdo financeiro renovaram a abordagem do tema
para alcançar o público leigo.
Suze Orman, uma das consultoras de finanças pessoais mais ouvidas e populares
nos Estados Unidos, autora de vários livros, garante que fatores psicológicos e
espirituais influenciam a forma como vemos o dinheiro. Considerada, por alguns
críticos, simplista demais – coisas de auto-ajuda barata –, ela sugere nove
passos para nos sentirmos livres em relação ao dinheiro:
1. vasculhar no passado a chave do futuro das nossas finanças: nossas primeiras
experiências com dinheiro – más ou boas – determinam a forma como lidamos com
ele hoje e os sentimentos que ele desperta;
2. encarar os medos e criar novas verdades: encarar nossos problemas
financeiros, não os escondendo dos outros e até de nós mesmos;
3. ser honesto com nós mesmos: colocar no papel todas as contas;
4. ser responsável por quem amamos: deixar as finanças organizadas;
5. respeitar a nós mesmos e o nosso dinheiro: agilizar o resgate de dívidas,
inclusive com amigos e parentes; dívidas pesam no espírito, mantém a mente
atormentada e fazem sentirmo-nos presos;
6. confiar mais em nós mesmos que nos outros: perceber a intuição;
7. estar aberto para receber tudo que merecemos: a melhor maneira é doar;
8. entender e aceitar os ciclos do dinheiro: ele vai e volta;
9. reconhecer o que é a verdadeira riqueza: a verdadeira liberdade se baseia na
definição de quem somos e não do que temos ou fazemos.
O dinheiro deve ser um aliado na busca de melhor qualidade de vida e não
instrumento gerador de dificuldades e problemas. Momentâneas satisfações,
através do consumo diário de bens e serviços, podem ser dispensadas para
garantir a realização de objetivos maiores, como fechar o mês com alguma sobra
ou, no mínimo, com as contas equilibradas; adquirir um bem mais valioso; viajar;
etc. Tudo isso requer organização, tempo, paciência, persistência e disciplina.
Em alguns casos, orientação e acompanhamento de consultores especializados. E,
principalmente no caso de pessoas consumistas, concomitante ajuda de psicólogos
ou psiquiatras.
|