Em um prédio de Santana, o Gol do JT pára diante da garagem. Nem foi
preciso buzinar para que o portão se abrisse. Depois, não houve necessidade de
tocar a campainha do interfone para que o porteiro recepcionasse a estranha. Ele
explica: “Pensei que fosse o carro do pedreiro. É que temos um apartamento em
reforma. Está certo que foi um descuido. É que, depois de algumas horas de
serviço, a gente sempre vacila um pouco.” (Eram 18h30 e ele começou a trabalhar
às 14h).
Constrangido, o porteiro, que ganha R$ 570 por mês, argumenta que apenas abriu o
portão da garagem porque estava “atrapalhado, falando no interfone”.
Teve treinamento para ficar atento na portaria do prédio? “Nenhum. Vejo o carro
pelo monitor de vídeo, mas a gente está acostumado com os moradores. Só entra
quem dá uma buzinada.”
E dá uma justificativa para o despreparo e desatenção, permitindo a entrada de
estranhos: “Tem coisas que não dá para evitar. Aqui tem muito carro parecido,
todos com cor escura. A gente se confunde.” Detalhe: o Gol usado pelo JT
era branco.