Carreira / Emprego - Competitivo, eu? Confira os prós e os contras da competitividade
Profissionais competitivos existem aos montes Brasil afora, mas nem todo
mundo admite a característica. Na realidade, segundo o sócio-diretor do Grupo
Bridge, Celso Braga, normalmente, as pessoas não percebem que são competitivas.
E quem são esses profissionais e como atuam no dia-a-dia? Para Braga, eles estão
mais preocupados com o próprio resultado do que com os avanços da equipe. Também
não levam em consideração que os colegas podem precisar de ajuda.
"Pessoas assim existem, mas estão em baixa. Hoje, na maioria das empresas, não
há mais espaço para a competição. O foco passou a ser o trabalho em equipe.
Tanto que, já no processo seletivo, elas costumam ser cortadas. É nítido quando
alguém é competitivo. Seu discurso, na entrevista de emprego, é todo na primeira
pessoa: eu fiz, eu realizei. Na dinâmica em grupo, ele ou ela toma a dianteira",
conta.
A diretora da RMML Consultoria de Imagem Corporativa, Renata Mello, explica que
o competitivo, é, via de regra, mais agitado, ansioso e exigente. "Por querer
crescer e aparecer mais, esse tipo de profissional é mais inquieto. Muitas
vezes, não pensa duas vezes antes de passar por cima de alguém para poder
crescer. No entanto, é complicado usar a equipe para aparecer. Uma hora, essa
pessoa cai, porque, ao longo do tempo, cria inimigos".
Pontos positivos e negativos
Na opinião de Braga, o ponto positivo de ser competitivo é a capacidade de
alavancar resultados muito bons. E qual seria o negativo? "Se o profissional não
faz sua parte pensando no coletivo, pode beneficiar seu departamento, mas
prejudicar os outros. Por exemplo, na área comercial, é comum encontrar pessoas
competitivas. Porém, de que adianta o profissional vender mais do que a empresa
é capaz de produzir ou administrar (no caso de contratos)?".
"Quem é competitivo, não é competitivo por acaso. Geralmente, ele tem força,
talento, é bom no que faz, ou seja, tecnicamente é muito capaz, mas, do ponto de
vista comportamental, tem esse defeito, perceptível para todos que estão ao
redor", explica o sócio-diretor do Grupo Bridge.
"Recentemente, estava conversando com uma pessoa que contou ter um gerente muito
bom em sua empresa, mas que não poderia promovê-lo por conta de seu estilo
competitivo. Como ele poderia subir e ser diretor sem resolver antes o conflito
que tem com o grupo? Não dá, porque um diretor tem a função de conciliador",
acrescenta.
Na opinião de Renata, a competição só é boa quando falamos de concorrência com
outras empresas do mesmo ramo. Ou seja, o profissional que é competitivo visando
ao ganho da empresa perante suas concorrentes é valioso. Todavia, ela é maligna
quando se dá contra os colegas de trabalho e subordinados (no caso dos líderes).
"O competitivo, com o tempo, é excluído do grupo, e fica conhecido como
arrogante. Ele é o sabe tudo, que está sempre certo. Porém, cedo ou tarde, a
máscara cai", garante ela.
Críticas
O competitivo precisa tomar cuidado com o hábito de criticar os outros. "É uma
característica forte dos competitivos fazer críticas e depreciar o esforço e o
trabalho alheio. Ele só vê o lado ruim do colega de trabalho por conta da
necessidade de chamar a atenção. A reação das pessoas, normalmente, é marcada
por passividade", diz Braga.
Também é necessário se atentar para a falta de paciência, segundo ele. "O
competitivo não é fiel à empresa, somente a ele mesmo. Quando não cresce
rapidamente, ele deixa o emprego, porque não tem paciência de esperar",
completa.
A diretora da RMML Consultoria de Imagem Corporativa finaliza lembrando que,
tudo que é feito por "mais de uma mão" é melhor. "O trabalho feito em equipe é
mais rico, mais consistente".
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