Carreira / Emprego - Confiança em si mesmo gera continuidade
"Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de
nós." (Jean Paul Sartre)
Na última semana, tive a oportunidade de jantar com um empresário que admiro
muito. Principalmente por ser um dos mais bem-sucedidos empreendedores que
conheci nos últimos anos. Daqueles que podemos chamar de "inquieto com toque de
Midas". Um dos poucos que passou com sucesso pela bolha da internet, e, no
início desta década vendeu seu projeto para investidores qualificados, que
desenvolveram negócios bem-sucedidos nos setores de entretenimento e educação, e
que agora navega firmemente no campo das energias renováveis com um
empreendimento de dar inveja a qualquer um pelo tamanho e perspectivas.
É impressionante, mas parece que soube estar sempre no lugar certo na hora
certa. Acompanhou os movimentos mais importantes da economia, e, atento, estava
lá para aproveitar. Era exatamente sobre isto que conversávamos. Quantos
falharam, tantas vezes tentando cavalgar nas mesmas oportunidades. Talvez até
"players" maiores e, aparentemente, mais bem preparados. Qual terá sido o seu
diferencial?
Minha pergunta: "De onde vem esta coragem para começar e recomeçar tudo
novamente? Muitas pessoas parariam e usufruiriam os louros das conquistas, mas
você não pára. E fundamental: cada vez está emocionalmente mais tranqüilo, mesmo
reinvestindo grande parte dos seus suados ganhos".
Sua resposta: "O que me levou a iniciar sempre novos ciclos é a segurança que os
desafios anteriores me trouxeram. Não estou falando somente da segurança
financeira, afinal a coloquei muitas vezes em risco em novos projetos, mas
também a estabilidade emocional e intelectual. Podendo me aposentar no início
dos anos 2000, aprendi que não teria que me aposentar nunca".
Isso me fez pensar na carreira de muitos executivos que acompanhei nos últimos
doze anos. Assisti profissionais despontarem em empresas, desenvolverem
carreiras meteóricas de sucesso e depois desaparecerem. E por quê? Porque o
sucesso trouxe o apego. O medo da perda das conquistas já realizadas. O temor
fez com que as contribuições não fossem mais tão criativas e a capacidade de
contribuição declinou vertiginosamente.
No final, o medo de perder levou ao fracasso. O executivo não pode perder a
confiança em si mesmo. É a confiança que o ajudará a perpetuar sua trajetória
profissional. Obviamente deve se reciclar e atualizar, mas, principalmente
utilizar a confiança adquirida durante sua vida profissional para continuar
seguindo e trilhando seu caminho.
"Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de
nós." (Jean Paul Sartre)
Luís Wever é sócio-diretor da Ray & Berndtson.
Referência:
sebrae-sc.com
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