Carreira / Emprego - Transtorno que pode gerar problemas no trabalho não tem cura, mas é controlável!
A cura para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH),
problema que afeta 5% da população adulta brasileira, só é possível durante a
infância. Na fase profissional, por sua vez, a pessoa consegue apenas controlar
o transtorno, que traz efeitos negativos ao ambiente de trabalho.
"Na criança, observa-se cura porque o cérebro está em desenvolvimento", diz o
neurologista da infância e adolescência do Instituto Glia, Marco Arruda. No
adulto, é possível, em 80% dos casos, controlar o transtorno por meio de
tratamentos e medicamentos. "A medicação é capaz de promover grande melhora dos
sintomas e da qualidade de vida do adulto portador de TDAH".
O transtorno
Dentre os efeitos observados no ambiente de trabalho, estão a dificuldade de
organização, concentração, diminuição da capacidade de memória, inquietação e
impulsividade. As características não são as mais indicadas para quem toma uma
posição de tomada de decisões. "Essa alteração genética provoca mudanças em
áreas cerebrais importantes para o comportamento: acelerador, breque e
embreagem".
"Estudos mostram que os adultos com TDAH sofrem mais com depressão, têm menor
produtividade, maior freqüência de divórcio e insatisfação profissional, migram
mais de emprego e também registram maior absenteísmo que os demais", justifica
Arruda.
Processo seletivo
Tida como uma atitude de discriminação, o que acontece é que algumas empresas,
principalmente as norte-americanas, têm realizado testes no processo seletivo
para identificar se o candidato é portador ou não do transtorno. "Essa é uma
preocupação nossa, dos especialistas e pesquisadores do assunto, e das
organizações não-governamentais que congregam portadores", diz Arruda.
Um exemplo da diferença como chegam a ser tratados nos EUA, estudo realizado
pelo professor Joseph Biederman e seus colaboradores da Universidade de Harvard
mostra que os adultos que são portadores do TDAH recebem, em média, cerca de US$
10 mil por ano a menos do que os indivíduos sem o transtorno.
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