Carro / Veículo - Especialistas mostram qual a melhor hora para trocar de carro
Se o carro foi comprado
novo, não se deve esperar mais de dois anos; se já era usado, venda quando a
desvalorização chegar a 30 ou 35%
Trocar de carro é um aborrecimento: envolve vários dias perdidos em anunciar,
receber interessados, discutir preço, ir ao banco e ao cartório; depois,
começa-se tudo de novo para comprar outro carro. Mas, apesar da chateação, essas
são tarefas que ninguém deve adiar por muito tempo:
Analistas de mercado, consultores e avaliadores são unânimes na opinião de que o
carro deve ser trocado antes que se transforme numa fonte de despesas de
manutenção.
Quanto tempo significa isso? No caso de um carro que foi comprado novo, dois
anos de uso é um prazo bom para se trocar por outro zero-quilômetro. No caso de
um carro que foi comprado de segunda mão, segundo o consultor econômico José
Eduardo Favaretto, deve-se fazer a troca no máximo quando houver de 30% a 35% de
desvalorização.
Garantia O consultor de empresas Marcos Cobra, também professor de Marketing da
Fundação Getúlio Vargas, lembra que, terminada a garantia de fábrica, o custo de
manutenção do veículo aumenta muito, pela falta de cobertura e pelo desgaste das
peças. "Em certos casos, o melhor nessa hora é comprar um carro novo", diz
Cobra. Para os veículos nacionais, a garantia varia de um a dois anos.
Padrão Cobra admite que o proprietário queira ficar um pouco mais do que isso
com o carro, se este estiver bem conservado, mas lembra que a substituição deve
ser providenciada no máximo quando o veículo atingir desvalorização entre 30% e
35%. Isso significa cerca de três anos de uso de um carro que foi comprado novo
(veja tabela da desvalorização média acima). O consultor dá um exemplo: se
esperar que a desvalorização alcance o patamar de 50% para vender o carro, o
dono terá de dispor, no mínimo, do dobro da quantia obtida com a venda para
comprar um modelo do mesmo padrão.
Na opinião de Favaretto, mesmo terminada a garantia e apesar da constante
depreciação, muitos consumidores de veículos novos só trocam de carro após três
ou quatro anos de uso. "São pessoas que recorrem aos planos de financiamento com
24 ou 36 parcelas e só vão pensar em uma nova dívida depois de quitadas todas as
prestações."
Há mais um argumento contra trocas tardias: "O custo da revisão aos 20 mil km
chega perto de 15% do valor do carro, dependendo do modelo", lembra o avaliador
Oriovaldo Ribeiro, da concessionária Volkswagen Sopave.
Desgaste Segundo Ribeiro, o brasileiro roda em média 20 mil km por ano. "Em
muitos casos, nessa hora o cliente prefere comprar um carro novo utilizando as
vantagens dos descontos oferecidos atualmente". Segundo o avaliador, os bônus
oferecidos pelas autorizadas na venda de alguns modelos zero-quilômetro podem
compensar os efeitos da depreciação.
Outro avaliador, Ricardo Spanguero Mariano, da concessionária GM Anhembi, lembra
que, com 40 mil km, o carro já está com quase 60% do nível máximo de desgaste de
componentes caros, o que significa que falta pouco para substituir conjuntos
como freio e embreagem, sem falar na limpeza do sistema de injeção eletrônica e
do motor. "São serviços com peças e mão-de-obra dispendiosas", diz Mariano.
Desvalorização é maior entre os importados
O consultor econômico José Eduardo Favaretto diz que os comerciais leves estão
entre os modelos de menor índice de desvalorização: "O apelo de vendas deles
está na utilização para o trabalho e não na aparência, que tende a se degradar
com o tempo", justifica. Com os veículos de passeio, a situação é diferente: as
contínuas mudanças de design, a saída de linha e a aparência são fatores
determinantes na hora da venda.
Na opinião do professor Marcos Cobra, a necessidade de troca é mais urgente no
caso dos modelos importados, que tendem a desvalorizar-se mais rapidamente que
os carros nacionais, porque o fornecimento de peças de reposição nem sempre é
imediato. "Mas, em compensação, os importados oferecem prazos de garantia
maiores", lembra.
Importados têm, em geral, dois anos de garantia. A Subaru é exceção: oferece
garantia de cinco anos (veja a garantia oferecida para cada modelo nacional e
importado nas tabelas de carros novos das páginas 12 a 18).
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