"O marketing olfativo é relativamente novo, na comparação com as demais
práticas de marketing", explica o professor de Marketing da Trevisan Escola de
Negócios, Joaquim Ferreira Sobrinho. "Ele ajuda a fixar a marca entre os
consumidores, gera credibilidade e atrai clientes".
Não é à toa que a empresária Mariangela Russi Blois, proprietária da loja de
roupas infantis Mariangela Blois Pour Des Enfants, que fica no Shopping Pátio
Paulista, em São Paulo, apostou no invento. "Contratei uma empresa que cria
essências customizadas, porque, como as fragrâncias têm a ver com a identidade
da marca, não podem existir duas iguais", explica.
Ela conta que, para a criação da essência, respondeu a um questionário que pedia
muitas informações acerca da empresa, tais como o perfil do público que
pretendia atingir, descrição dos produtos comercializados e o que ela gostaria
que mudasse na empresa. "Meu medo era que o cheiro fosse muito forte e
originasse dor de cabeça nos clientes. Felizmente, a fragrância não é
enjoativa".
Por que investir no marketing olfativo
Mariangela afirma que, desde que investiu na fragrância, em março deste ano,
houve um aumento no fluxo de clientes. "A loja é toda voltada para a estimulação
dos sentidos das crianças, mas faltava estimular o olfato. Faltava um cheirinho
diferenciado", lembra ela. "Hoje, muita gente é atraída pelo cheiro, que
ultrapassa a porta da loja. Tem gente que até quer comprar a fragrância, mas não
está à venda".
Quem também apostou no marketing olfativo foi a Baccarat, que comercializa os
cristais puros, em peças de decoração, lustres e jóias. A gerente da loja, Iledy
Lovro, diz que a empresa queria atrair o público e tornar o ambiente mais
agradável, por meio da essência. "A fragrância é muito sutil. Os clientes
gostam", avalia.
A Air Berger é uma das empresas que cria e comercializa fragrâncias. O
representante dela no Brasil, Marcelo Ginzberg, garante que os aromas são
capazes de modificar o comportamento das pessoas, na hora das compras. "Ela
origina conforto e identidade olfativa à marca", sublinha.
Fique atento aos riscos
No entanto, nem tudo é tão perfeito quanto parece. O professor da Trevisan
Escola de Negócios alerta que o marketing olfativo implica um lado positivo e
outro negativo. Ele explica: "o cheiro pode tanto atrair o consumidor quanto
repelir. Se for muito forte, além de as pessoas deixarem de comprar na loja,
podem passar mal". A dica, portanto, é escolher o aroma com cautela.