Carreira / Emprego - Networking na dose certa: carisma tem muito a ver com sinceridade
Tanto se fala sobre networking que as pessoas acabam exagerando. Imagine a
seguinte situação: um estagiário tem amizade com todos os demais estagiários.
Porém, ao ser efetivado, rompe completamente a relação com eles.
E quem nunca se deparou com um profissional que demonstrava grande admiração por
seu superior direto, mas, ao ser transferido para outro departamento, esqueceu
completamente dele, bem como das outras pessoas com quem trabalhou?
Situações como essas são bastante comuns, garante a diretora da consultoria de
imagem RMML, Renata Mello. "Existe um jogo de interesse relacionado a cargos.
Quando há interesse em jogo, geralmente, as pessoas se mostram pacientes e
simpáticas. É até normal que isso aconteça, uma vez que, por trás dessa atitude,
está o próprio emprego delas. O problema se dá quando não somos quem somos. Cedo
ou tarde, nos entregamos e mostramos a verdadeira face".
O passado importa
Há quem se esqueça de quem já o ajudou. Assim, uma vez alcançado o objetivo, o
contato profissional que outrora foi tão "paparicado" é rapidamente
"descartado". "É importante não esquecer o passado. O mercado de trabalho é
pequeno e é provável que cruze com contatos profissionais antigos. Alguém que
você esqueceu pode acabar se tornando seu chefe", analisa Renata.
Vamos supor que, no seu curso de MBA, você conhece um importante executivo. Ele
não lhe agrada, mas, pelo fato dele ser "importante", acaba fazendo de tudo para
que se tornem amigos. O objetivo é fechar um grande contrato comercial.
"O que ocorre é que, quando finalmente conseguir o que deseja [fechar o
contrato], poderá não tratar mais o contato como antes. Ele deixará de ser
importante. E assim acaba entregando sua face interesseira", explica a
especialista.
Ao deixar transparecer o oportunismo, o profissional se queima no mercado e,
muitas vezes, acaba sendo conhecido pelo mau caráter. "A fama se espalha",
garante a consultora.
A importância de ser autêntico
A dica para manter uma boa rede de relacionamentos é prezar pela sinceridade e
originalidade, sem focar no interesse pessoal ou profissional. Lembre-se de que
ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas todos merecem um tratamento
igualitário e respeitoso, sem distinção de cargo.
"É errado tratar o assistente de uma forma e o presidente da empresa de outra. O
mundo dá voltas", diz Renata. Mesmo porque, nem sempre a pessoa que você bajula
irá te ajudar.
O carisma não tem a ver com o esforço contínuo para agradar os outros, e sim com
a autenticidade, o caráter, os valores éticos e morais e a transparência nas
relações humanas.
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