Carreira / Emprego - Revolução: empresas se empenham mais para contratar e reter talentos
As empresas estão investindo mais em seus funcionários. Os gastos das
companhias privadas não listadas em bolsas com o pagamento de seus staffs
subiram 63% nos últimos 12 meses. Já os custos com o recrutamento e a retenção
de pessoal ficaram 59% mais altos no mesmo período. As constatações integram o
International Business Report, pesquisa da Grant Thornton International,
representada no País pela Terco Grant Thornton, uma das maiores empresas de
auditoria e consultoria do Brasil.
Ao que tudo indica, os empresários notaram a importância do capital humano
frente a um mercado cada vez mais competitivo. Na opinião do sócio da Terco
Grant Thornton, Wanderlei Costa Ferreira, a falta de funcionários altamente
capacitados está levando a uma revolução dentro das organizações.
"Os empresários já perceberam que não é apenas o salário que atrai os
executivos, então muitas empresas já oferecem benefícios diferenciados",
exemplifica. Para ele, funcionário motivado é uma das melhores formas de
marketing com que uma empresa pode contar. "Por isso as organizações estão se
esforçando para agradar o staff e manter seus profissionais", garante.
Situação é mais crítica a empresas de capital fechado
Ferreira afirma que reter profissionais é importante para o sucesso, no longo
prazo, de todas as empresas, mas é "particularmente crítico para as empresas
privadas não listadas em bolsas". "O recrutamento é um processo caro e uma
organização que está sempre perdendo seus talentos não vai progredir e crescer",
garante. "Além disso, mudar constantemente de colaboradores aumenta o trabalho
de quem permanece na companhia, criando desconforto na equipe".
Segundo o sócio da consultoria, o relacionamento do profissional com a empresa
para a qual ele trabalha é como qualquer outro. "Esse relacionamento leva em
conta se o colaborador acredita no que está fazendo, com quem ele trabalha, os
valores da organização e o tratamento que ele recebe. Além disso, oferecendo
benefícios, dificilmente os profissionais deixam a empresa apenas por causa do
salário".
Emergentes procuram pessoa certa para cada vaga
A pesquisa, que ouviu 7.800 empresas de 34 países, constatou que a China é a
nação com o percentual mais alto de empresas que estão gastando com suas
equipes, com um total de 91%. Já o Brasil aumentou os gastos em 66%, obtendo uma
média próxima da mundial, que é de 63%. No País, foram ouvidas 150 empresas,
sendo cem de São Paulo, 25 do Rio e 25 de Salvador.
Países emergentes, como Índia (86%), Turquia (85%), Polônia (82%) e África do
Sul (82%) são os que apresentam os gastos mais significativos. "São os países
emergentes que têm sido mais afetados pelos custos com funcionários", explica o
líder global da área de empresas não listadas em bolsas da Grant Thornton
International, Alex MacBeath.
Mas a preocupação vai além desses custos: na média, 59% das empresas ouvidas
afirmaram ter gasto valores maiores nos últimos 12 meses, para encontrar e
manter funcionários adequados às vagas, de executivos a trabalhadores braçais.
Também perto da média global, 61% das empresas brasileiras pesquisadas disseram
ter gasto mais para preencher as vagas.
Há países, no entanto, em que os gastos com recrutamento são bem maiores do que
a média mundial, como no Vietnã (84%), China (81%), Índia (79%) e México (79%).
"A falta de colaboradores e o aumento da competição estão levando as empresas de
capital fechado a criar políticas de recrutamento e retenção de pessoal",
explica MacBeath.
Lealdade e preocupação com sucessão de gerentes
Segundo as empresas entrevistadas, certificar-se de que o funcionário conhece os
valores e a missão da empresa é o meio mais eficaz de assegurar a lealdade da
equipe. A maioria (64%) afirmou ter essa percepção.
Essas organizações também estão preocupadas com a sucessão de seus gerentes e
diretores. Por isso, 57% responderam que estão dando treinamento e criando
oportunidade de ascensão aos funcionários.
|