"Quem quer crescer dentro de uma empresa precisa pedir feedback e receber
críticas com sabedoria, absorvendo o recado e se recuperando o mais rápido
possível do baque", declara o headhunter da Case Consultores, Ricardo Nogueira.
Ele admite que existem as críticas interesseiras, feitas por outros
profissionais com ciúme, inveja ou medo de perder a posição. Neste caso, o
intuito é desmoralizar quem recebe a crítica. Entretanto, na maioria dos casos,
o chefe quer melhorias de fato. "Saber ouvir é uma arte, bem como saber
agradecer pela crítica, que é benéfica tanto do ponto de vista pessoal quanto do
profissional", explica.
Crítica positiva e crítica perigosa
Existe uma diferença, no entanto, entre a crítica positiva e a perigosa. A
primeira diz respeito a problemas pontuais observados pelo chefe, que o
profissional deve transformar em algo positivo e nunca rebater, uma vez que, com
isso, o trabalho irá melhorar.
Já a segunda se refere às críticas constantes e que tratam sempre do mesmo
assunto. "Esse tipo de crítica é uma luz amarela, que pode indicar, inclusive, o
risco de demissão", analisa o headhunter. De qualquer maneira, o importante é
não responder.
"Se não estiver ao alcance de quem recebe a crítica consertar o erro na hora,
recomendo desenvolver as competências que faltam ao profissional e, depois, de
um certo tempo, pedir um feedback sobre essa evolução. As críticas são
experiências que amadurecem o profissional e constituem uma chance de crescer na
empresa."
Como deve agir o líder na hora de criticar
Nogueira acredita que o líder deve fazer elogios em público e críticas em
locais separados, lembrando sempre de preparar o profissional. Uma dica é avisar
que precisa ter uma conversa séria. Além disso, ele deve estar preparado para
receber uma outra crítica: a de que o treinamento foi insuficiente e pouco
compatível com as cobranças.
Perguntar quais são as dificuldades sempre que puder é outra lição a ser
aprendida. Outro conselho é jamais criticar um membro da equipe pelas costas.
"As roupas sujas devem ser lavadas em equipe. Nas reuniões de resultados,
critique o grupo como um todo e não direcione os erros a somente uma pessoa."
"É preciso tomar cuidado, até por conta dos processos de assédio moral. Há
chefes que exercem um poder mental sobre seus subordinados, com o objetivo de
fazer com que o profissional tenha medo. Não recomendo isso", adverte.
Críticas entre colegas
Quando as críticas ocorrem entre colegas, o criticado precisa ter jogo de
cintura, para sair da situação, sem enfrentar o outro. "Analise o que a pessoa
está falando tranqüilamente, e não seja arrogante. Há a possibilidade da crítica
não ter fundamento e estar sendo feita por outro profissional que está infeliz
ou tem inveja. Ainda assim, não ofenda", diz. Por fim, ele lembra que a educação
também é necessária para quem faz a crítica.