Vamos ilustrar o conceito com um exemplo simples. Quando você compra uma
apólice de seguro de seu carro a seguradora vende um seguro que valerá por
determinado prazo e cobra um prêmio de seguro. Este prêmio é fixado pela
seguradora tomando-se em conta o valor do ativo-objeto (no caso, seu carro).
Quanto mais alto o preço do seu carro, mais alta será a indenização exigida por
você (comprador) e conseqüentemente o valor do prêmio pago. O prêmio também será
mais alto quanto maior for o risco de furto ou acidente e quanto mais longo for
o período de cobertura de riscos (1 mês, 1 ano, 2 anos). Ou seja, a compra de
uma apólice de seguro se assemelha à compra de uma opção de venda de um
derivativo. O valor pago pelo seguro corresponde ao preço pago pelo segurado
para ter esta "opção de venda", que, no caso das opções também é chamado de
prêmio que o comprador paga para ter um direito de vender um determinado ativo a
um preço no futuro. Portanto, a apólice de seguro é uma forma de derivativo
porque seu preço depende do valor do objeto segurado e das outras variáveis
(risco de furto, acidente, etc..) e caso o veículo segurado tenha um sinistro, o
detentor da apólice tem o direito de acionar a seguradora e receber o valor
segurado.
É difícil afirmar há quanto tempo existem derivativos. Apesar de ser um termo
relativamente novo, existem evidências de que desde meados do século 19 a famosa
Bolsa de Mercadorias de Chicago (EUA) já negociava contratos futuros de produtos
agrícolas. Contrato futuro é uma das classes de derivativos. Além deles, existem
os swaps (troca, em inglês), opções e contratos a termo, que são uma variação
dos futuros.
Futuros
Um contrato futuro é um acordo de intenções no qual as partes envolvidas se
comprometem a comprar ou vender determinado ativo para liquidação física ou
financeira, em data futura, mas a um preço estabelecido hoje. Para entender
melhor como funciona na prática, imagine se a pessoa "A" compre em Outubro de
2007 um contrato futuro de soja, com vencimento em julho de 2008 ao preço de R$
300 por saca. Imagine que em julho, data da liquidação do contrato, a soja
esteja sendo negociada no mercado à vista por R$ 350/saca. Neste caso, o
comprador pode optar por receber a mercadoria e vender as sacas de soja no
mercado pelo preço de R$ 350 ou receber R$ 50 por saca, que é a diferença entre
o preço que ele comprou e o preço no mercado no dia do vencimento.
No nosso exemplo, houve valorização do ativo, mas poderia ter ocorrido uma
desvalorização e daí, uma correção para baixo. Para evitar que seja realizados
os acertos financeiros apenas no vencimento, as Bolsas introduziram os ajustes
diários, que servem para quem compra e quem vende receber diariamente créditos
ou débitos referentes às diferenças dos preços. Além disto, para minimizar risco
de inadimplência por conta das oscilações entre preços pré-acordados e os
praticados no mercado à vista, existe um sistema de margens de garantia que, no
Brasil, é feito pela câmara de compensação da Bolsa Mercantil e de Futuros
(BM&F).
Você que é investidor pessoa física, antes de começar a "tentar" ganhar dinheiro
no mercado futuro é bom relembrar que não há garantia de lucro e que as boas
performances passadas de alguns mercados não garantem ganhos futuros. Além
disso, as operações neste mercado são normalmente muito arriscadas, pois embutem
elevado risco para quem quer especular com os preços de alguns ativos. Por outro
lado, podem ser realizadas operações de proteção utilizando os mercado futuros,
mas neste caso, é bom o investidor conhecer bem as características dos
contratos.