De acordo com a consultora Cássia D´Aquino, uma dúvida sempre preocupa os
pais: como e quando falar de dinheiro com as crianças?
"Os pais sempre querem saber quando devem falar de dinheiro com as crianças, e
muitas vezes não percebem que desde bem pequenos o dinheiro já faz parte da
vidinha deles. Eles não precisam falar sobre, mas eles escutam os pais falando e
veem a família lidando com isso", conta.
Para a consultora, diversas são as oportunidades de falar sobre o assunto, seja
na hora de comprar uma roupa nova, uma chuteira para o futebol, na hora de pagar
o cinema ou de comprar comida. "Porém, o que realmente importa é o exemplo dos
pais. É por meio dele que as crianças vão estabelecer a sua relação com o
dinheiro".
Participar
Além disso, segundo Cássia, as crianças podem ajudar em atividades relacionadas
ao orçamento doméstico e, consequentemente, aprenderem com elas.
"Um bom exemplo dessas atividades é a lista do supermercado. As crianças podem
ajudar a verificar o que é preciso comprar e depois podem participar da compra
no supermercado. O simples fato de elas perceberem que a família faz uma lista e
a cumpre, ensina para a criança a importância de elaborar e executar o
planejamento financeiro".
Cássia conta, ainda, que tão importante quanto ensinar a planejar é mostrar para
a criança quais são as escolhas dela e quais os desdobramentos dessas escolhas.
"É fundamental fazer com que ela perceba que os seus atos têm consequências.
Essas medidas tornam a criança mais confiante em sua capacidade de perceber
situações, resolver problemas e fazer escolhas apropriadas aos interesses dela",
explica.
Crise
Ainda de acordo com a consultora, outro tema que tem gerado dúvidas entre os
pais é se eles devem, ou não, falar sobre a crise financeira com os filhos.
Ela aconselha: "é um assunto delicado. É importante falar com a criança sobre as
prováveis mudanças no orçamento da família, porque se essas mudanças
acontecerem, elas vão perceber, vão notar que algo vai mal. E se os pais não
explicam, o filho pode começar a fantasiar e imaginar cenários muito piores do
que o real".