Carreira / Emprego - Delegação para energização
Um dos mais poderosos instrumentos de ajuda na administração do tempo é a
delegação, especialmente pelo o que ela representa em termos de energização (empowerment)
e motivação dos subordinados, com evidentes conseqüências no aumento da
qualidade de atendimento para os clientes internos e externos.
Conceitualmente, delegação é a transferência de autoridade e responsabilidade
para execução de uma tarefa que, no entender do delegante, será mais
propriamente executada pelo delegado.
O próprio conceito de delegação merece alguns comentários:
» Delegação é essencialmente resultado de uma análise comparativa, só se
pode e deve delegar a partir de uma visão de conjunto.
» Delega-se o urgente para ficar com o importante; o programável, para
reter o não programável; o rotineiro, para ficar com o que requer inovação e
criatividade.
» Delegar o que não é do nosso agrado pode ser muito perigoso, na medida
em que essas tarefas possam ser importantes e inovadoras.
» A delegação da responsabilidade será sempre parcial. Perante à
organização, o delegante será sempre o responsável final.
Por que delegar?
As razões para delegação não se relacionam apenas com os temas produtividade ou
administração do tempo, mas também com energização, motivação, treinamento,
qualidade de atendimento a clientes, etc.
Delega-se para:
» Desenvolver aptidões específicas dos subordinados.
» Treinar subordinados.
» Motivar subordinados.
» Aumentar o grau de iniciativa e energização dos subordinados.
» Incrementar a qualidade do que se tem a fazer.
» Aumentar a criatividade e a inovação a partir das contribuições dos
subordinados.
» Ter tempo para execução de atividades mais importantes.
Causas mais comuns da não-delegação
Causadas pelas chefias:
» Falta de visão sistêmica do trabalho – Delegar é comparar o mais
importante com o menos importante, e para isso é necessário que se tenha diante
de si um registro das atividades desenvolvidas durante o dia e/ou a semana.
» Medo de perder poder – O gerente é avaliado pela quantidade e a
qualidade de trabalho de seus subordinados, pela sua capacidade de coordenação,
e não pela sua habilidade na execução direta de determinadas tarefas. É sempre
bom lembrar que gerentes imprescindíveis não são promovidos.
» Medo de errar – Errar na escolha de pessoas ou na seleção de tarefas a
serem atribuídas a uma determinada pessoa. Admita a possibilidade de que você
também errou no passado, que outras pessoas podem executar aquela tarefa até
mais eficientemente que você mesmo. Admita, por último, que o erro é inerente ao
processo de aprendizagem.
Causadas pelos subordinados:
» Não pedir delegação – Não tomar a iniciativa de chamar a si a execução
de tarefas novas.
» Delegar para cima – Devolvendo à chefia a decisão, evitando assumir
riscos.
» Incapacidade (técnica, psicológica, etc.) – Não ter habilitação ou
competência para execução da tarefa solicitada, preferir a segurança da rotina à
ambigüidade e a incerteza gerada pela execução de novas tarefas.
Erros na delegação
» Delegar o que fazer, mas dizer também como deve ser feita a tarefa,
impedindo o subordinado de escolher seus próprios caminhos, em muitos casos mais
adequados que os anteriormente usados.
» Delegar responsabilidade, mas não a autoridade correspondente.
Admite-se a delegação gradual de autoridade, mas sempre existindo um mínimo de
autoridade.
» Indefinição dos limites quanto a prazo. Início e término da tarefa,
grau de autoridade.
» Abdicação: “Não quero ver mais isso”. A chefia impede a colocação de
dúvidas por parte do subordinado, aumentando a possibilidade de eventuais
problemas na fase inicial da delegação.
» Não definir previamente formas de controle. É preciso definir o
controle como uma maneira de ajudar, e não como sintoma de desconfiança em
relação ao subordinado.
» Expectativa de ideais e perfeccionismo. Esperar algo do subordinado,
mas não deixar claro isso para ele. Depois cobrar como se tudo já fosse do
conhecimento dele.
» Esperar que o subordinado execute a tarefa igual ou melhor que a chefia
(a curto prazo).
Delegação eficiente
» Faça os subordinados saberem que você verificará periodicamente o
andamento das tarefas; defina os tipos de relatório que deseja, sua
periodicidade, etc.
» Mostre interesse em ajudar os subordinados a solucionar problemas
importantes para eles (embora, às vezes, corriqueiros para você como gerente).
Esteja acessível para responder perguntas.
» Conceda margem de erros. Não repreenda ninguém por reportar um erro.
Use o erro como oportunidade para treinamento, nunca esquecendo de pesquisar as
causas do que aconteceu.
» Determine prazos realistas, que poderiam ser cumpridos por você mesmo
se fosse executar a tarefa.
» Partilhe os seus pensamentos e as suas expectativas com os subordinados
a fim de que tenham uma base inicial para a tomada de decisões.
» Defina até onde vai a autonomia de ação e decisão de cada subordinado
para cada tarefa.
» Não estruture demasiadamente a tarefa a ser desenvolvida pelos
subordinados. Deixe margem para que eles escolham os próprios caminhos.
» Por último, se você acha que já delega suficientemente proponha a si as
seguintes questões:
1) Quando você viaja ou entra em férias seu departamento ou unidade funciona
mais devagar, chegando a parar?
2) Seu substituto eventual, em sua ausência, resolve apenas 10% dos problemas
que aparecem?
3) Freqüentemente você é interrompido para tomar decisões sobre um assunto que
já ocorreu no passado, cuja decisão, na época, já foi do conhecimento do seu
interlocutor?
Se a resposta é afirmativa para duas ou mais perguntas, você deve questionar se
não está delegando pouco. Provavelmente estará!
Referência:
lideraonline.com.br
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