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Taxas / Índices - Como funciona a taxa SELIC 

Data: 16/09/2007

 
 
Você sabe exatamente o que são as taxas de juros? Se você pensou naquele percentual que a sua aplicação rende no mês, ou no sobrepreço cobrado pelo banco quando você ultrapassa o limite do seu saldo e usa o cheque especial, acertou em cheio! Os juros são, por definição, o preço do aluguel do dinheiro. Não entendeu? Te explicamos nas próximas páginas.
 

O dinheiro é um produto como outro qualquer no mercado (como carros ou eletrodomésticos, por exemplo), comercializado exclusivamente por instituições financeiras. Todo produto tem seu preço. E todo preço sofre variação, ao sabor da lei da oferta e procura.

O preço do dinheiro

A lei da oferta e procura reza que quanto maior for a demanda por um determinado produto, maior será o seu preço. O contrário também é válido: quanto maior for a oferta de um produto, menor será seu preço.

 

Lei da oferta e procura

 
Imagine esta situação: você está precisando de dinheiro e, por isso, decide vender seu carro. O preço é R$ 25.000,00. Se ninguém se interessar, será necessário baixar seu valor até que apareça algum comprador.

Entretanto, se aparecerem vários proponentes logo de início, você poderá até elevar o preço do veículo, até que reste apenas um interessado, e com isso, ganhar um “a mais”, concorda?

Apesar da existência de um custo de produção, os preços variam de acordo com o número de produtos similares disponíveis no mercado e da quantidade de interessados em adquiri-los - da oferta e da procura, respectivamente.
 


E já que todo produto tem seu preço, qual é o preço do dinheiro? São as taxas de juros. E por que o termo aluguel? Porque dinheiro se empresta. Compreendeu agora?

Portanto, quanto mais dinheiro os bancos têm para oferecer aos clientes, menos eles cobram pelo empréstimo.

 

Risco

Mas não é só da lei da oferta e procura que são feitos os juros. Sua precificação (definição do preço) contempla diversas outras variáveis. Uma delas é o risco.

Risco tem a ver com a capacidade que um indivíduo tem de honrar um compromisso assumido. Quanto maior for esta capacidade, menor será o risco de empréstimo e, portanto, menor o valor dos juros cobrados.

No mercado nacional, a taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros. Isto significa que os títulos públicos são o investimento mais seguro do País (mais seguro até mesmo do que a poupança). Em nível internacional, os títulos do governo norte-americano são considerados “livres de risco”, apesar de que na prática não existe investimento sem risco.

Aquecimento ou recessão

Com certeza você já ouviu falar na taxa Selic em noticiários econômicos, bem como seu poder de impacto na economia. Mas por que ela é tão importante? Para responder a pergunta, é preciso entender o contexto em que se insere a taxa básica de juros da economia brasileira.

Toda nação possui uma política econômica. E toda política econômica possui quatro segmentos básicos: fiscal, cambial, de rendas e monetário. O cálculo do PIB, por exemplo, leva em conta cada um deles.

Quando falamos em taxas de juros, estamos nos referindo à política monetária, que consiste, resumidamente, no controle da oferta da moeda e das taxas de juros de curto prazo, com vistas à garantia da liquidez ideal para cada momento econômico. As taxas de juros são, portanto, um instrumento para o exercício da política monetária de um país.

Existem várias taxas de juros no mercado, entretanto, a mais importante delas, que tem o poder de influenciar todas as outras, é a taxa Selic.

 

O que é Selic

A sigla Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Trata-se de um sistema computadorizado, cujo responsável é o Banco Central, ao qual apenas instituições financeiras têm acesso.

O Selic é o depositário central dos títulos da dívida pública federal interna. Ele registra todas as transações com duração de um dia útil (chamadas de over-night, no jargão financeiro) entre bancos, lastreadas exclusivamente em títulos públicos. Esses papéis são comercializados diariamente entre os bancos, com a adição de um custo que representa os juros.

O sistema calcula a média ponderada dos juros dessas transações. O resultado do cálculo é conhecido como a taxa Over-Selic (ou seja, a Selic para um dia útil). Anualizada, ela representa a tão falada taxa Selic.
 

Como foi explicado, a taxa Selic é gerada à partir de operações interbancárias lastreadas em títulos públicos. É por este motivo, por representar os juros dos títulos públicos (que são os de menor risco no mercado brasileiro) que é considerada a taxa básica de juros da economia.

O governo, ao ajustá-la, aumenta ou diminui a oferta de moeda no mercado e, teoricamente, mantém controle sobre os preços dos produtos e serviços. É uma verdadeira “reação em cadeia”, que pode terminar em recessão ou aquecimento da economia.

A Selic e outras taxas de juros

O sistema Selic foi criado no final 1979, com a função de organizar a troca física de papéis da dívida e viabilizar uma alternativa à liquidação financeira por meio de cheques do Banco do Brasil.

Dos idos de 1979 aos dias de hoje, muita coisa mudou. A começar pelo fato de que as operações financeiras não mais são registradas em meio físico (isso mesmo, tudo era feito à mão!). Atualmente o registro é eletrônico, zilhões de vezes mais seguro.

A criação da taxa Selic é um pouco mais recente, a primeira meta foi divulgada em 5 de março de 1999. Antes dela, para fins de política monetária, o Copom fixava a TBC (Taxa Básica do Banco Central).

A taxa Selic é, portanto, uma referência para a economia brasileira.

A dinâmica da economia é mesmo contraditória. Suas variáveis estão todas emaranhadas, são interdependentes. Qualquer movimento brusco pode resultar em um caos econômico.

A diminuição da taxa básica de juros, como foi demonstrado, tem o poder de aquecer a economia. E uma economia aquecida significa mais emprego, mais salários e, portanto, aumento do consumo produtos e serviços.

E, de acordo com a lei da oferta e procura, quanto maior for a demanda, maiores os preços de produtos e serviços. Em português claro? Inflação.

É por isso que a meta da Selic periodicamente desce-e-sobe (veja o movimento no gráfico). O porquê disto? Se baixa demais, gera inflação: o governo é obrigado a elevá-la novamente. Se permanece muito alta, o País entra em recessão, a sociedade pressiona e o governo reduz novamente a taxa. E assim caminha a economia..... brasileira.

 

O Copom

Na maioria das vezes em que ouvimos alguma notícia relacionada a taxa Selic, aparece um tal de Copom no meio. Mas o que é o Copom, afinal? É o Comitê de Política Monetária do Banco Central.

O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros. Sua criação tem a ver com a credibilidade e a transparência do processo decisório de política monetária do País.

É um colegiado formado por diretores do BC, assessores e chefes de departamento da instituição, cujo atributo é definir o percentual da meta da Taxa Selic e a periodicidade em que ela é ajustada. Para tanto, eles avaliam fatores econômicos internos (como a projeção de inflação e do PIB) e externos (como os juros básicos dos EUA e as taxas de câmbio). Apenas os diretores têm direito a voto.
 


Além da meta Selic, o Banco Central do Brasil divulga outras taxas de juros, que são utilizadas para a remuneração de diversas aplicações financeiras e empréstimos do mercado nacional. São elas:
  • TBF (Taxa Básica Financeira): A TBF foi criada com o intuito de alongar o perfil das aplicações em títulos, através de uma remuneração superior à TR. Sua remuneração é calculada pelo somatório de captação de depósitos à prazo das 30 maiores instituições financeiras do País, pelo período de 1 semestre. É divulgada diariamente.
  • TR (Taxa Referencial): A TR foi criada, em 1995, para ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês vigente, e não um reflexo da inflação do mês anterior. Indexadora oficial dos contratos com prazo superior a 90 dias, contudo, ela remunera também a caderneta de poupança. A TR é calculada e divulgada pelo BC diariamente, em função do volume de captação de CDB’s e RDB’s.
  • TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo): A TJLP, como o próprio nome indica, tem a finalidade de estimular investimentos de longo prazo, como dos setores de infra-estrutura e de consumo. Sua remuneração, crescente, é resultado da média ponderada entre inflação (medida pelo IPCA) e o Risco-Brasil, que é um índice que mede o risco de investir no País.

Atualmente, a TJPL vem sendo aplicada na remuneração do PIS/PASEP, o FAT e o Fundo da Marinha Mercante, e em linhas de empréstimos empresariais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) como o Finame e o Finem.

No bolso do consumidor

Você deve estar se perguntando o que a Taxa Selic tem a ver com o seu bolso. Simplesmente tudo. Ela tem o poder de influenciar as taxas de juros oferecidas pelos bancos aos consumidores (empréstimos pessoais, cartão de crédito e cheque especial). Não é difícil entender o porquê, veja abaixo.

Os bancos lucram através de empréstimos de dinheiro. O dinheiro é emprestado tanto para o setor privado (pessoas e empresas), quanto para o governo. Lembra da lei de oferta e procura? Quanto mais dinheiro em circulação, menor serão as taxas? Pois bem.

Se o governo baixa a meta da Taxa Selic, todos as operações bancárias feitas com o governo lastreadas na Selic perdem rentabilidade. O que acontece? Torna-se mais interessante aos bancos emprestar dinheiro no mercado privado. Aumentando a oferta de moeda, caem as taxas de juros de produtos bancários, como cartão de crédito e o cheque especial. Caem mesmo? Veja o quadro abaixo.

 

Spread Bancário

Spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros cobrados de quem toma empréstimos dos bancos. Ingenuidade achar que esta diferença (o spread) não é grande. A diferença, na verdade, é abissal.

Enquanto a meta da Selic gira em torno de 10 a 12% ao ano, os juros cobrados no cartão de crédito, por exemplo, extrapolam a barreira dos 120%. Assim, o spread é a principal maneira pela qual os bancos ganham dinheiro. E muito.

Alguns especialistas são taxativos ao afirmarem que a queda de 1 ponto percentual da meta Selic tem o poder de redução de 0,4% nas taxas de juros bancários. Quase imperceptível...
 

Desorientado? HowStuffWorks traz a você uma tabela comparativa entre a meta da Selic e os juros cobrados nos principais produtos bancários do brasileiros. Fique esperto na hora de contrair uma dívida e escolha a melhor para você.



 
Referência: HowStuffWorks
Autor: Celso Monteiro
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :