Dívidas / Endividado ? - Enfrentando uma crise financeira? Veja o que não fazer nessa situação!
Por mais incrível que isso pareça, muitas vezes, quando se enfrenta uma crise
financeira, é melhor não fazer nada do que tomar uma atitude impensada,
que possa prejudicar ainda mais sua situação.
É bem verdade que a perspectiva de assistir passivamente à evolução do seu saldo
devedor lhe pareça impossível, mas é preciso cautela na hora de agir. Para
ajudá-lo a não cometer erros nesta fase delicada de sua vida, listamos abaixo
algumas das decisões que você deve evitar quando estiver enfrentando uma crise
financeira.
Não empreste mais dinheiro!
Por mais óbvio que esta recomendação pareça, na prática ela acaba sendo
esquecida pela grande maioria dos devedores. Pressionado e angustiado com a
situação, tudo o que devedor quer é um pouco mais de tempo para conseguir
contornar a situação, e daí a emprestar mais dinheiro é um pulo!
A perspectiva de usar o valor do novo empréstimo para pagar o antigo é
tentadora. Mas, na prática, ela é desastrosa, pois o que acontece é que você até
paga a outra dívida, mas não tem recursos para arcar com o pagamento do novo
compromisso. Frente a isso, atrasa outros pagamentos, o que faz com que o seu
perfil de risco piore.
Em outras palavras, a instituição financeira da qual emprestou o dinheiro passa
a lhe ver com outros olhos, pois o risco de que você venha a ficar inadimplente
aumenta. Para fazer frente a esse aumento de risco, a instituição cobra mais
caro pelo dinheiro emprestado, ou seja, eleva os juros, o que agrava ainda mais
sua situação.
Nesta hora, por maior que seja a tentação de emprestar mais dinheiro, não o
faça. Ao contrário, elabore um plano de pagamento das dívidas que possui. O
planejamento é importante, porque, se depois de pagar as prestações, não lhe
sobra um centavo, certamente você vai emprestar mais dinheiro.
Não se apegue aos bens e estilo de vida
A maior dificuldade de quem enfrenta uma crise financeira é se conscientizar de
que a sua vida precisa mudar drasticamente, se quiser sair dessa situação.
Dependendo do grau de endividamento em que você se encontra, não existe outra
forma senão cortar os gastos.
Comece pelos gastos pessoais, o que inclui desde as despesas com alimentação até
vestuário. Não se atenha a um estilo de vida que não consegue manter. As pessoas
que lhe conhecem gostam de você pelo que é, e não pelo que possui. Por outro
lado, se isso não for verdade, a perda não será tão grande.
Se o simples corte de despesas não for suficiente, está na hora de considerar a
venda de parte do seu patrimônio. E aqui vale tudo, até mesmo a troca do imóvel
que possui por um menor. Pense que, assim que você sair dessa, poderá começar
tudo de novo, e é só disso que precisa: uma segunda chance.
Não fuja dos credores
A maioria das pessoas tem a imagem de que todos os credores são carrascos, que
buscam a sua destruição financeira. Pode até ser que alguns sejam mesmo, porém
muitos preferem receber alguma coisa, mesmo que menos do que o inicialmente
previsto, do que nada.
Na próxima vez que algum credor ligar, ao invés de dizer que não está, atenda ao
telefone e explique a sua situação. Diga que não tem como arcar com o pagamento,
mas que quer fazê-lo, e se existe alguma possibilidade do mesmo ser facilitado.
Você pode não acreditar, mas cada vez mais os credores entendem que é melhor
aceitar o pagamento em parcelas, do que perder um cliente para sempre e não
receber nada, ou ter que esperar anos até receber algo.
Porém, se o seu credor efetivamente for um carrasco e cometer algum tipo de
abuso, você pode sempre procurar a ajuda de um advogado, e pedir que seus
direitos sejam respeitados com base no previsto no artigo 42 do Código de Defesa
do Consumidor. O artigo prevê que, na cobrança, o consumidor "não será exposto
ao ridículo, nem submetido a qualquer constrangimento ou ameaça".
Não pague tudo de uma vez
Procure entrar em contato com todos os seus credores, e exponha a situação em
que se encontra. A todos eles peça uma revisão dos termos previstos no pagamento
da dívida, e aguarde para ver o que eles lhe oferecem.
Mesmo que você tenha o suficiente para pagar integralmente um dos seus credores,
esse não é necessariamente o melhor procedimento. Antes de tomar essa decisão,
você deve fazer as contas do quanto a quitação integral dessa dívida lhe traz em
termos de redução de gastos mensais.
Como, em geral, as dívidas têm prazos de quitação distintos, e os juros cobrados
variam, é preciso analisar com cuidado a melhor forma de usar essa reserva que
você possui, para reduzir o seu saldo devedor total. Calcule quanto o seu gasto
mensal baixaria se quitasse parcialmente cada um de suas dívidas. Com base
nisso, decida a melhor forma de usar essa reserva financeira.
É bem verdade que pagar integralmente um dos credores parece tentador, pois ao
menos você resolve um problema. Mas, nesse tipo de situação, você deve pensar no
objetivo final, que é sair do vermelho o mais rápido possível. Pode ser que o
melhor no seu caso seja reduzir o tamanho dos obstáculos, ao invés do número. Ou
seja, você mantém o número de credores, mas deve menos para cada um deles.
Não deixe de pagar financiamento de casa
Na dúvida, dê preferência ao pagamento dos financiamentos associados a bens,
como casa e carro. Por mais que isso pareça estranho, visto que os juros
cobrados nesses financiamentos são mais baixos, existe uma razão para isso.
O credor pode, dependendo de como foi feito o financiamento, retomar o bem. E é
essa facilidade de execução que dá mais garantia ao credor, e permite que os
juros sejam menores. Quando isso acontece, todo o dinheiro já pago pode acabar
sendo perdido, além do bem em si. Portanto, na hora de priorizar os pagamentos,
leve isso em consideração!
É importante ressaltar que a intenção aqui não é incentivar a inadimplência, mas
simplesmente evidenciar que, ao decidir que dívida pagar antes, o devedor não
deve levar em consideração apenas os juros cobrados, mas também a natureza da
dívida. Perder o carro, por exemplo, pode comprometer a situação da pessoa ainda
mais, sobretudo se ela depende do veículo para seu sustento.
Não se desespere!
Por mais que a situação pareça difícil e você não consiga ver uma saída, esteja
certo de que ela existe. O grande problema é que, em geral, as opções
disponíveis exigem um esforço pessoal que você talvez não esteja preparado para
fazer.
Realmente, é difícil acreditar que existe alguma saída quando você está sendo
pressionado pelos credores, e não consegue em nenhum momento parar de pensar no
dinheiro que gostaria de ter, mas não possui. Muitas pessoas tendem a pensar que
estão sozinhas e que ninguém entende pelo que estão passando.
Isso não é verdade, muitas pessoas, mesmo as que planejam com cuidado, podem, em
determinados momentos de sua vida, enfrentar uma crise financeira. Se você
realmente está se esforçando e fazendo todo o possível para sair do atoleiro das
dívidas, não há motivo para pânico: pode demorar um pouco, mas você irá superar
essa crise.
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