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Finanças pessoais - Dicas para quem está perto dos 40 (quarenta) anos 

Data: 03/01/2008

 
 
Pouco tempo atrás, você estava planejando a sua formatura, depois veio o casamento, em alguns casos a separação, ou os filhos, e agora, sem saber ao certo como, você chegou na tão temida meia-idade. É bem verdade que as pessoas estão vivendo cada vez mais, e que muitos de nós, a custo de uma alimentação saudável e atividade física, vamos superar tranqüilamente a barreira dos 80 anos.

Se, de um lado, isso significa mais tempo para aproveitar a vida, por outro implica que sua reserva financeira deve garantir-lhe por mais tempo. O grande problema é que a maior expectativa de vida das pessoas ainda não se reflete no lado profissional, pelo menos não no que refere aos empregos corporativos formais.

Tanto que muitas empresas obrigam seus funcionários a se aposentarem quando alcançam entre 50 e 60 anos, apesar de estarem no auge de sua capacidade profissional. E é por isso que, mesmo vivendo mais, as pessoas não gozam de mais tempo para juntar seu patrimônio. Daí a importância de refletir sobre a sua situação financeira ao chegar à meia idade, o que no Brasil tecnicamente equivale a chegar aos 35 anos, visto que a expectativa de vida média da população é de 71 anos.

Como você está encarando a meia-idade?
Quem já não ouviu falar na famosa crise da meia-idade? O grande problema dela é que, muitas vezes, acaba levando as pessoas ao descontrole financeiro, visto que, para compensar a frustração de não terem alcançado aquilo que esperavam, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, pode levá-las a compensarem este sentimento de fracasso através do consumo por impulso.

Por isso, antes de gastar dinheiro com a compra de bens que só vão lhe trazer uma compensação temporária, ou de mudar radicalmente a sua vida, faça uma análise detalhada do que efetivamente não está funcionando.

Qual é a origem de tanta frustração? Você está frustrado porque a sua vida pessoal é um desastre, ou porque profissionalmente ainda não alcançou aquilo que estabeleceu quando completou 30 anos? Até que ponto esta situação está afetando a sua realidade financeira, e o que efetivamente pode ser feito para melhorar sua situação atual.

Aprendendo com erros
Mesmo que esteja frustrado com as suas realizações pessoais e profissionais, você não deve se deixar consumir por este sentimento. Reflita sim sobre os erros que cometeu, mas para aprender com eles, e não para se desanimar. Lembre-se: o objetivo deste exercício é corrigir erros de planejamento, caso eles tenham ocorrido.

Por exemplo, se você comprometeu, por três anos, sua capacidade de investimento porque resolveu financiar um carro importado, ao menos agora sabe que financiar é bom, mas que deve ser algo analisado com cuidado. Não pense no que gastou a mais com juros, mas pense no quanto pode economizar se, na troca do seu próximo carro, planejar a compra, e pagar à vista.

Com este espírito, reveja com cuidado a sua situação financeira. Quanto efetivamente você acumulou em patrimônio? Para onde vai o dinheiro do seu salário? Por patrimônio, entenda-se a soma do valor dos imóveis e bens que possui, menos as dívidas que acumulou. Com estas informações em mãos, você pode entender se está, ou não, no caminho certo para um final de vida tranqüilo.

Dívidas nunca mais!
Se você tem dívidas no cartão, no cheque, ou no banco, esta é a hora para resolver pendências. Ninguém consegue acumular um patrimônio, se estiver atolado em dívidas. Aqui é importante enfatizar que nem toda dívida é ruim. Existem situações em que levantar crédito é saudável, pois ajuda na construção do seu patrimônio. Um bom exemplo disso é o financiamento imobiliário.

A questão que se coloca aqui é o endividamento que garante apenas um conforto material, mas não ajuda no crescimento do patrimônio. Se você tem dívidas no cartão de crédito, porque não resistiu à tentação de consumo, está na hora de rever esta situação.

Um erro comum entre as pessoas é esquecer de descontar as dívidas do patrimônio que possuem. Pois é, se você tem R$ 150 mil no banco, e já acumula dívidas de R$ 30 mil, não pode continuar gastando como se o seu patrimônio fosse de R$ 150 mil, pois, na verdade, ele é 20% menor. Seus amigos podem até achar que você tem um bom patrimônio, a julgar pelo estilo de vida que leva, mas se este estilo só for possível graças ao levantamento de dívidas sucessivas, mais cedo ou mais tarde perderá o controle da situação.

Sem poupar você nunca vai chegar lá!
Depois de vários anos brigando com a balança, você finalmente se convenceu de que as dietas milagrosas não adiantam. Pois bem, está na hora de você se convencer que a situação é semelhante quando falamos de acúmulo de reserva financeira.

Somente depois que você cortou os excessos à mesa e passou a se exercitar é que você perdeu peso. Em finanças pessoais a situação é a mesma: você só vai conseguir acumular algum patrimônio se cortar os excessos do seu orçamento, e poupar de maneira consistente por toda a sua vida.

Portanto, se você ainda não acumulou o patrimônio que gostaria, não há outra saída senão rever o seu orçamento. Daí a importância de saber exatamente para onde vai o dinheiro, porque você vai precisar priorizar gastos. Se você vive em família, ou seja, tem cônjuge e filhos, todos devem participar do esforço e, se preciso, da mudança de hábitos.

Por mais que não pareça, sempre existe espaço para cortar despesas desnecessárias. O que falta, muitas vezes, é um empurrãozinho. Faça um teste: ande por uma semana com um bloquinho na mão e, sempre que fizer uma compra, anote no bloco. Mas, é preciso incluir tudo, até mesmo a balinha que você comprou enquanto esperava no carro a abertura do sinal.

Muitas pessoas acabam se surpreendendo com os chamados "gastos invisíveis" que acumulam no mês. São eles que consomem o seu orçamento, e que devem ser cortados para que finalmente comece a poupar.

Fazendo as contas
Agora que você tem uma idéia mais clara do que já acumulou e do quanto pode poupar, é preciso ver se isso vai ser suficiente, ou se, efetivamente, você terá que rever sua meta de renda na aposentadoria, ou aumentar a sua poupança até lá.

Calcule quantos anos faltam para você se aposentar, considerando que sobreviverá, ao menos, até os 80 anos. Feito isso, especifique o tipo de renda que pretende ter. Mas seja realista! A menos que você ganhe na loteria, mudanças significativas de padrão de vida são difíceis, sobretudo para quem adiou o planejamento até a meia-idade.

Com estes dados em mãos, utilize nossa calculadora de Planeje a sua aposentadoria. Com ela você pode estimar quanto precisa acumular até a sua aposentadoria para alcançar a sua meta de renda mensal, tanto em termos de reserva, como em termos de poupança mensal. Caso sejam necessárias revisões, faça-as imediatamente, pois como certamente já sabe, quanto antes melhor!

Por mais que ainda se considere jovem, e provavelmente o é, em termos de planejamento financeiro não lhe restam tantos anos assim! Um erro comum entre muitos profissionais bem-sucedidos, que gozam de bons empregos, é acreditar que sempre poderão contar com esta renda, e que, portanto, podem deixar para depois o seu planejamento.

Lembre-se: a vida é cheia de mudanças, e é para fazer frente ao impacto financeiro que elas podem ter na nossa vida que o planejamento é importante!


 
Referência: voodooloungebrasilia.spaces.live.com
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