Investimentos / Fundos - Renda fixa e referenciado DI: quem cobra menores taxas oferece maior rentabilidade
A indústria de fundos de investimento mostra acentuada concentração de
recursos, o que inibe a competitividade e, conseqüentemente, não estimula os
players deste mercado a reduzirem as taxas de administração cobradas pelos
gestores.
A taxa de administração é fator decisivo na rentabilidade líquida dos fundos, ou
seja, tem o poder de aumentar (ou reduzir) os ganhos do investidor. Nos fundos
de renda fixa e referenciado DI, a relação inversa entre rentabilidade e taxa de
administração se mostra ainda mais evidente, visto que estes fundos buscam
retornos atrelados em parâmetros previamente oferecidos pelo mercado.
Assim, quem deseja investir em um fundo de investimentos deve se empenhar na
busca pelas instituições que cobram as menores tarifas.
Quem cobra as menores taxas rende mais
Segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), ao
final do primeiro semestre, 57,4% do patrimônio líquido (PL) total doméstico (R$
1,037 trilhão no período abordado) era administrado pelas cinco maiores
instituições do mercado de fundos de investimento do país: Banco do Brasil,
Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e HSBC.
A tabela abaixo relaciona os intervalos de taxa de administração e a
rentabilidade acumulada em 2007 de duas das maiores categorias de fundos de
investimentos do país - renda fixa e referenciado DI - destes cinco maiores
gestores. Nesta amostragem, foram escolhidos os fundos com maior patrimônio
líquido destinados ao pequeno investidor (ou seja, com menor aplicação mínima).
Tipo de fundo |
Investimento mínimo |
Taxa administração |
Rentabilidade 2007 |
Renda Fixa |
R$ 30,00 a R$ 300,00 |
3% a 5,5% |
3,56% a 5,14% |
Referenciado DI |
R$ 30,00 a R$ 300,00 |
2% a 4,5% |
4,24% a 5,79% |
Comprovando a relação inversa entre rentabilidade e taxa administrativa cobrada,
em ambas as categorias de fundos avaliadas, a instituição que cobra a maior taxa
apresenta a menor rentabilidade. Na contrapartida, a Caixa Econômica Federal,
que cobra a menor taxa em ambos os exemplos, responde pelas maiores
rentabilidades nas duas amostras em questão.
Por que a Caixa cobra as menores taxas?
Em recente entrevista cedida à InfoMoney, José Luis Pelaes Pinheiro, gerente de
fundos de previdência da Caixa, explicou os porquês das menores tarifas cobradas
pelo banco.
Além de fatores comerciais (busca de novos aplicadores) e de gestão (busca de
rentabilidade), a Caixa Econômica Federal tem por meta cobrar taxas, no mínimo,
semelhantes à menor taxa cobrada no mercado.
Por ser um banco público, a política da instituição busca evitar que
insatisfações com tarifas mais elevadas cobradas por bancos privados atinjam sua
imagem.
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