Investimentos / Fundos - Planejamento financeiro: como começar a investir?
Economizar, poupar e investir. Não raro estas três palavras são vistas como
sinônimos, quando, na verdade, representam etapas distintas do planejamento
financeiro.
Antes de pensar em investir, é necessário ter a capacidade de poupar e, para
isso, é preciso, em primeiro lugar, economizar.
Primeiros passos
Confira, passo a passo, as dicas para ter sucesso em seu planejamento
financeiro:
Economia
Comparar preços e gastar menos com um determinado item é uma parte
importante do planejamento orçamentário, mas acaba não gerando os benefícios
necessários quando é vista de forma isolada. Portanto, o primeiro passo é
elaborar uma planilha de orçamento.
Sem uma idéia clara do seu padrão de gastos mensal, fica difícil entender o
impacto que a economia na compra de um determinado produto (ou serviço) tem
no todo. Assim, a decisão de economizar passa a ser quase um reflexo e não
parte de um planejamento. Em outras palavras, aquilo que é economizado com
um item acaba sendo gasto com outro.
E isso é muito ruim, pois economizar implica em esforços, que acabam não
sendo compensados se o dinheiro é gasto de outra forma. Por quê? Simples:
você economiza, mas não poupa. Assim, apesar do esforço de economizar, você
acaba não conseguindo acumular um patrimônio, de forma a melhorar a sua
qualidade de vida.
Poupança
Transformar economia em poupança fica mais fácil quando se possui um
orçamento. Isso porque, através do orçamento, é possível definir metas de
poupança mensal, o que, em geral, impede que você gaste aquilo que
economizou com outro item.
Aos poucos, da mesma forma como aprendeu instintivamente a comparar preços e
economizar, você aprende novos hábitos de consumo e começa a tomar decisões
mais inteligentes para o uso do seu dinheiro.
Investimento
Ainda que poupar seja uma etapa importante, o sucesso do planejamento
financeiro de uma pessoa depende da sua capacidade de fazer o dinheiro que
conseguiu poupar crescer. Em outras palavras, é através do investimento, ou
da aplicação dos recursos poupados, que o esforço de abrir mão de consumo
hoje em favor da capacidade de poder gastar no futuro é recompensado.
Isso porque uma estratégia de investimento bem-sucedida permite que a
quantia poupada hoje cresça mais do que a inflação durante o período em que
estiver investida, o que permitirá o aumento do poder aquisitivo futuro.
Na hora de investir, o que considerar?
Depois de muito esforço você finalmente conseguiu estabelecer o hábito de
poupar. Feliz com a conquista, você se sente inseguro e não sabe ao certo onde
investir seu dinheiro? Algumas dicas podem ajudá-lo na decisão:
Definindo objetivos
Antes de decidir como investir o seu dinheiro, você precisa ter em mente
qual o seu objetivo: você quer comprar uma casa, pagar seus estudos,
garantir um pé de meia para emergências? É com base em suas metas que poderá
definir, por exemplo, o prazo pelo qual poderá manter o dinheiro aplicado.
Prazo este que terá implicações sobre o risco e liquidez da sua aplicação.
Como? Simples: quanto mais tempo (prazo) você tiver para alcançar o seu
objetivo, mais risco pode correr, pois caso venha a sofrer perdas, terá mais
tempo para recuperá-las. Raciocínio semelhante permite entender que, quanto
maior o prazo, menor a necessidade de liquidez. Para quem não sabe, a
liquidez de uma aplicação é determinada como sendo o tempo necessário para
transformá-la em dinheiro. Portanto, quando o prazo é longo, você tem mais
tempo para isso, e a necessidade de liquidez é menor.
Que tipo de risco quer correr?
É extremamente difícil chegar a uma medida de risco que valha para todas as
pessoas, já que cada um encara riscos de uma forma distinta.
De maneira geral, pode-se afirmar que, se você perde o sono com a oscilação
de preço dos seus investimentos, e tem como maior preocupação a proteção do
seu dinheiro, o melhor é optar por aplicações mais conservadoras, como a
renda fixa, por exemplo. Por outro lado, se você está preparado para as
oscilações do mercado e tem como objetivo fazer o seu dinheiro crescer,
provavelmente se interessará por aplicações mais arriscadas, como é o caso
da renda variável.
Fazendo o dinheiro crescer
Um dos símbolos mais familiares do ato de poupar é o cofrinho no formato de um
porquinho. Mesmo que o valor não seja significativo, o cofrinho mostra que um
pequeno esforço, porém realizado de forma contínua, pode gerar um bom resultado.
Se a surpresa ao abrir o cofrinho já é positiva, imagine como seria se ele
rendesse juros?
O poder multiplicador
Investindo constantemente, você não somente aumenta o seu patrimônio com o
que consegue guardar, mas também se beneficia dos juros sobre os recursos
que investe. Essa situação é particularmente favorável em países com juros
ainda elevados, como o Brasil.
Qualquer recurso que sobra deve ser investido. Caso contrário, você estaria
trocando mais recursos no futuro por um consumo no presente. A questão não é
simplesmente acumular mais dinheiro: deixar de gastar R$ 200 hoje pode
permitir que você compre algo que custará R$ 300 ou mais no futuro,
dependendo do tempo e do retorno que conseguir obter.
Freqüência
Muitas vezes não é o valor que você investe que faz a diferença, mas sim a
freqüência na qual você consegue aplicar. Ao investir sempre, dentro de
intervalos definidos, o esforço parece menor.
Poupar e ter recursos para investir significa abrir mão do consumo presente
para poder ter mais no futuro para atingir seus objetivos. Ao fazer isso
gradualmente, você faz a "batalha" entre poupança e consumo ficar mais
fácil. Afinal, pequenas quantias não proporcionam a chance de consumir muita
coisa, o que é mais fácil de aceitar.
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