Consumidor - Cheque, cartão, crediário: saiba como comprar para não sair no prejuízo
Nos dias de hoje é praticamente impossível não possuir na carteira um cartão de
débito, de crédito ou talão de cheques. Com essas facilidades, dificilmente se
vai ao shopping ou a qualquer outro centro comercial sem conseguir comprar o
produto desejado.
Contudo, é necessário ter alguns cuidados com a utilização desses meios de
pagamento: em vez de serem companheiros do orçamento, o descontrole financeiro
ou o desconhecimento de utilização pode gerar dor de cabeça.
Cheque pré-datado
Cheque pré-datado não existe. Por mais que a afirmação pareça absurda diante do
seu costume de compras, é assim mesmo que as coisas funcionam. Ocorre que alguns
comércios aceitam "segurar" a folha, como forma de facilitar o pagamento ao
cliente.
Dessa maneira, fica a orientação: quando for pagar em várias vezes com o talão,
peça para que seja assinado um contrato, no qual estejam especificados número do
cheque e respectiva data do desconto. Assim, você fica protegido de depósitos
não programados. Veja outras orientações gerais:
- Não ande com o talão inteiro na carteira. Selecione algumas folhas e
marque no contra-cheque que elas estão com você. Assim, caso você seja
roubado, não precisa sustar o talão inteiro. Além disso, com menos cheques
em mãos, menor é a possibilidade de você "se empolgar" e fazer
parcelamentos;
- De acordo com o Banco Central, a instituição é obrigada a fornecer
gratuitamente um tipo de pagamento - cartão de débito ou cheque. Se quiser
os dois, o correntista talvez tenha de pagar a mais pelo serviço. Portanto,
antes de aceitar um dos produtos, verifique se o gasto pela comodidade vale
a pena.
- Alguns bancos cobram tarifas diferenciadas, no valor médio de R$ 0,50,
para cheques de baixo valor (abaixo de R$ 40). Entidades de defesa do
consumidor entendem a prática como abusiva. De qualquer maneira, fique de
olho no seu extrato bancário e veja se pagou mais ao banco. Caso se sinta
lesado, procure seus direitos.
Dinheiro de plástico
Cartões de crédito têm como principal vantagem a segurança. Por meio de sua
senha e assinatura, você não precisa pagar contas que não fez, em caso de
clonagem ou roubo/furto do plástico. Neste ponto, o mesmo vale para o plástico
de débito.
Por outro lado, o descontrole caminha lado a lado com esses meios de pagamento.
Quem nunca se viu pensando: "vou comprar, afinal, são apenas R$ 30". Contudo, é
preciso ter em mente que, de pouco em pouco, o débito se torna grande, situação
que é claramente perceptível quando chega a fatura para ser paga.
Dessa forma, antes de gastar com a anuidade, leve em consideração a seguinte
questão: você sabe controlar seu orçamento? Em caso positivo, o plástico pode
ser um aliado - afinal, paga-se pela conta com as facilidades da modalidade à
vista, com o benefício de ter 30 dias para pagar.
Por outro lado, caso seu dinheiro acaba antes do mês e o histórico de sua
conta-corrente é de dívidas, avalie primeiro onde está o rombo financeiro e não
utilize o cartão como mais uma forma de deixar débitos pendentes.
Cuidado com crediário e parcelamentos
Todo parcelamento tem, por trás, uma taxa de juros. Crediários e cartões de
lojas, boletos, e até o parcelamento por meio de cheques e de cartão de crédito,
com juros, devem ser evitados sempre que possível. Antes de colocar aquilo que
deseja dentro da sacola e utilizar esses artifícios como "facilitadores" da
aquisição, tenha total noção de quanto a prática custará.
Não avalie apenas a parcela, mas o quanto dela é representado por juros. Veja o
valor à vista e o total que seria gasto a prazo. Às vezes, esperando mais alguns
meses para fazer a compra e juntando o dinheiro, é possível pagar no ato, sem
encargos, e ainda conseguir um desconto.
Deixe de lado o prazer imediato que a compra lhe proporcionará e pense na
questão do custo x benefício: com o dinheiro que seria gasto com o parcelamento,
apenas de juros, você poderia até comprar outro produto que já está de olho.
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