Por que as pessoas a temem tanto?
( Parte deste texto foi extraído e adaptado do Livro O Poder da Simplicidade –
Jack Trout).
Ser chamado de “simples” nunca foi vantajoso. E ser chamado de “mentalidade
simples” ou de “simplório” é negativo. Significa ser idiota, ingênuo ou
indeciso. Não é de se admirar que as pessoas temem ser simples.
Você se sente nu com uma idéia simples.
Nossa educação geral, bem como a maior parte do treinamento administrativo, nos
ensinam a lidar com cada variável, a buscar cada opção e a analisar cada ângulo.
Isso leva a uma complexidade enlouquecedora. E o mais inteligente entre nós
produz as propostas e recomendações mais complexas.
Infelizmente, quando começa a produzir todos os tipos de soluções diferentes,
você está na estrada para o caos.
A complexidade não deve ser admirada. Deve ser evitada.
Jack Welch, o bem sucedido presidente da General Eletric, expressou esta
situação ao dizer, numa entrevista para a Harvard Business Review:
‘Gerentes inseguros criam complexidade.
Gerentes amedrontados e nervosos usam grossos livros de planejamento, bem como
slides abarrotados de detalhes, contendo tudo o que conheceram desde a infância.
Líderes reais não precisam de desordem.
As pessoas devem ter autoconfiança para serem claras, precisas, terem certeza de
que toda pessoa de sua organização, do mais alto ao mais baixo escalão,
compreende o que a empresa está procurando alcançar.
Porém, não é fácil.
Não se pode acreditar quão difícil é para as pessoas serem simples, o quanto
temem ser simples.
Elas se preocupam com a suposição de que, se forem simples, as pessoas as
considerarão simplórias.
Na verdade, sem dúvida, é exatamente o oposto. Pessoas claras e diretas são as
mais simples’.
O verdadeiro antídoto para o medo da simplicidade é o bom senso.
Infelizmente, as pessoas, muitas vezes, deixam seu bom senso no estacionamento
quando vão trabalhar.
Bom senso é sabedoria compartilhada por todos.
Idéias simples tendem a ser idéias óbvias por terem uma aura de verdade sobre
elas.
Recentemente li na revista Time um comentário sobre um famoso economista:
“seu talento é complicar o óbvio”.
Um empresário ao sair de uma visita à Harvard Business School, observou:
“O problema com as pessoas daqui é que aquilo que vocês chamam de
esquadrinhamento ambiental ( enviromental scanning), eu chamo de olhar pela
janela”.
Para pensar em termos simples de bom senso, você precisa começar a seguir estas
diretrizes:
1 – Tire seu ego da situação. Bom julgamento se baseia na
realidade. Quanto mais você examina as coisas por meio de seu ego, mais afastado
você se torna da realidade.
2 – Você precisa evitar profecias auto-realizáveis. Todos nós
queremos que as coisas fluam de certa maneira. No entanto, a forma de as coisas
caminharem, com freqüência, estão fora de nosso controle. O bom senso tende a
estar sintonizado com a maneira de as coisas fluírem.
3 – Você precisa ser melhor ouvinte. Bom senso, por definição,
se baseia naquilo que os outros pensam. Esse pensar é comum a muitos. Pessoas
que não se mantêm atualizadas perdem o acesso ao bom censo.
4 – Você precisa ser um pouco cínico. As coisas, às vezes, são
o oposto do que realmente são. Com freqüência, esse é o caso por que alguém está
indo ao encalço de sua própria agenda. O bom senso ideal se baseia nas
experiências de muitos e não no que se desejaria que fosse verdade.
Confie em seu bom senso. Ele lhe dirá o que fazer.