A artrite reumatóide (AR) é uma doença degenerativa caracterizada pela
inflamação e deformidade das articulações, tornando-as rígidas, dificultando os
movimentos e afetando diretamente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos.
A enfermidade acomete 1% da população, incluindo idosos e crianças. Mas as
mulheres entre 35 e 50 anos são as mais atingidas, totalizando 70% dos
pacientes. A cada quatro pacientes, três são do sexo feminino, sendo um dos
exemplos mais famosos o da atriz norte americana, Kathleen Turner.
Sabe-se que o processo de inflamação tem origem em uma disfunção do sistema
imunológico, que passa a atacar as articulações dos pacientes. O evento
biológico específico que dá início a essa alteração, no entanto, ainda não é uma
certeza. Alguns pesquisadores suspeitam, por exemplo, que algum estímulo
externo, como infecções comuns por vírus ou bactérias, seja capaz de desregular
o sistema imunológico em pessoas já propensas a apresentar o problema.
"Dor, inchaço, rigidez matinal nas articulações, incluindo dos dedos das
mãos, pés, punhos, joelho, quadris, cotovelos e tornozelos, quando ocorrem
simetricamente, ou seja, dos dois lados do corpo, são sintomas importantes",
afirma Dr Morton Scheinberg, clinico e pesquisador em Reumatologia do Hospital
Albert EInstein. "Além disso, a AR também provoca perda de peso, fraqueza e
depressão. Trata-se de uma doença crônica, que ataca os tecidos, especialmente o
que reveste e protege as articulações", explica o especialista.
Em alguns casos da doença, pode ocorrer a formação de pequenos "caroços"
embaixo da pele. Chamados de nódulos reumatóides, também podem surgir ao redor
dos olhos (uveíte) e nos pulmões (pneumonite). Além disso, a AR ocasiona outras
neuropatias e sintomas gerais, como cansaço e febre. Devido às características
da doença e na medida em que a inflamação das articulações progride para a
deformidade definitiva das mãos e outras juntas, em 10 anos, 17% dos pacientes
necessitam de próteses nas grandes articulações.[14]
Custo e impacto na qualidade de vida
Além das conseqüências físicas e para a saúde, a AR compromete a qualidade de
vida e a execução de atividades normais do dia a dia, como vestir-se,
alimentar-se, andar, subir escadas, pentear-se e escrever, sendo necessária a
ajuda permanente de membros da família ou outros cuidadores para estas
atividades. Por essa razão, a doença possui, também, um sério impacto econômico
na vida dos pacientes. De acordo com as estimativas feitas por especialistas,
até 37% dos pacientes ficam incapazes em um período de dois anos da doença. No
período de 10 anos, esse índice aumenta para 50%.