Planejamento financeiro é um processo integrado pois, da mesma forma que
acontece na construção de uma casa, qualquer falha em uma parte pode comprometer
o todo. Afinal de contas, todo o esforço no controle de orçamento pode ser
prejudicado, se você não souber como preservar seu patrimônio.
Dentro do processo de planejamento financeiro, portanto, a gestão patrimonial é
tão importante quanto o controle de orçamento. Um dos principais erros que as
pessoas cometem quando administram suas finanças é colocar em risco, normalmente
por falta de conhecimento, tudo o que "suaram" tanto para conquistar.
Definindo patrimônio
Construir um patrimônio é fundamental para poder garantir uma aposentadoria
tranqüila. Considerando que você poderá não querer ou não ter condições de
trabalhar após uma certa idade, você terá que ter um patrimônio que garanta uma
renda suficiente para manter seu padrão de vida.
Portanto, de uma certa forma, o patrimônio pode ser encarado como a soma dos
esforços de toda uma vida. O fato de o patrimônio ser maior ou menor do que o
previsto dependerá não somente de quanto você conseguiu economizar e de fatores
imprevistos, mas também da forma como administrou os recursos já acumulados.
Desse modo, saber administrar seu dinheiro pode fazer toda a diferença.
Da poupança ao investimento
Ainda que poupar seja uma etapa importante, o sucesso do planejamento financeiro
de uma pessoa depende da sua capacidade de fazer crescer o dinheiro que
conseguiu poupar. Em outras palavras, é por meio do investimento ou da aplicação
dos recursos poupados que o esforço de abrir mão de consumo hoje, em favor da
capacidade de poder gastar no futuro, é recompensado.
Isso porque uma estratégia de investimento bem-sucedida permite que a quantia
poupada hoje cresça mais do que a inflação durante o período em que estiver
investida, o que permitirá o aumento do poder aquisitivo futuro.
Colocando em números
Imagine a seguinte situação: você consegue poupar R$ 500 por mês e, durante 60
meses, investe esse dinheiro a uma taxa líquida de 5% ao ano acima da inflação.
Após cinco anos, teria poupado R$ 30 mil. Ou seja, você abriu mão de gastar R$
500 por 60 meses. Mas, como investiu esse dinheiro a uma taxa que supera a
inflação, ao final do período teria acumulado a quantia de R$ 33 mil. Na
prática, isso significa que você "abriu mão de gastar R$ 30 mil" em favor de
poder gastar R$ 33 mil no futuro, ou seja, 10% a mais.
Como estamos falando em retorno acima da inflação, a diferença entre o valor
poupado e aquele acumulado após o investimento pode ser vista como crescimento
do poder aquisitivo futuro.
Fica fácil entender, portanto, que quanto melhor for a capacidade de uma pessoa
investir o dinheiro que conseguiu poupar, maior será o retorno para o
"sacrifício" que fez de poupar e, conseqüentemente, maior o poder aquisitivo
futuro.