O entusiasmo tem um papel muito importante no mundo dos negócios, assim como
acontece nos esportes, na política, me praticamente todas as atividades. Ele é a
mola propulsora que leva a uma melhor canalização e utilização adequada da
energia do individuo ou do grupo, a criatividade, ao sucesso. Porém, como quase
tudo na vida, ele tem seu lado negativo e, com grande freqüência, pode ser
observado na raiz de grandes fracassos.
A sabedoria popular generalizou a crença na eficácia do pensamento positivo. Mas
o mundo insiste em lançar-nos diante da realidade.
O que precisamos é saber usar o entusiasmo e o pensamento positivo. Aqui vão
algumas regras práticas para isso:
1- Evite o entusiasmo e o pensamento positivo antes de tomar a
decisão. Freqüentemente, as pessoas se entusiasmam com a idéia de abrir um novo
negócio, lançar um novo produto, tentar uma alternativa diferente de
administração. Esse entusiasmo as faz cegas para os pontos negativos da decisão,
tendem a idealizar tudo e tornam-se pouco realistas. O resultado pode ser
desastroso. Para tomar uma boa decisão, devemos lançar mão daquilo que tivermos
de melhor em matéria de análise e julgamento lógico racional; o entusiasmo aí
costuma atrapalhar.
2- Depois de tomada a decisão racional e lógica, exeqüível e
viável, cultive o entusiasmo e o pensamento positivo. Se antes da decisão o
entusiasmo atrapalhava, agora ele se torna essencial. Se vamos agir
individualmente ou em grupo, agora que a decisão está tomada é hora de
enchermo-nos de entusiasmo pois ele dirige bem a ação, leva-nos a contagiar os
outros, influenciá-los, a ter um desempenho excelente naquilo que vamos fazer. A
raiz etimológica de entusiasmo quer dizer “Deus no corpo”: através dele
tornamo-nos mais eficientes.
3- Cuidado com o entusiasmo coletivo. Se vamos tomar uma
decisão em grupo é mais fácil haver cegueira decorrente de entusiasmo, em
determinadas circunstâncias. Os membros do grupo costumam apoiar-se uns aos
outros e chegar a ilusões que o individuo isolado poderia evitar. Ao analisar
uma idéia, o grupo tem de usar uma metodologia adequada que impeça os efeitos
negativos do entusiasmo. Uma boa alternativa é desenvolver a idéia com detalhes,
depois buscar todos os pontos positivos e, num terceiro momento, levantar todos
os seus pontos negativos e refletir sobre eles.
4- Colocar entusiasmo nas coisas certas. As tarefas criativas e
inovadoras não acontecem sem entusiasmo; na verdade, ele é uma das molas da
criação. Por outro lado, entusiasmo na área financeira (Poe exemplo, no
investimento em ações) pode ser desastroso. Há áreas e tarefas em que a análise
fria e racional deve preponderar.
Enfim, o entusiasmo é uma faca de dois gumes e o segredo do sucesso é aprender a
usa-la bem. A observação cuidadosa, a análise de casos reais, a atenção dirigida
ao assunto são os melhores caminhos para aprendermos a utilizar bem essa arma.