Comprar por estar angustiado, triste, ou por acreditar que um sapato novo, um
celular mais moderno ou um carro mais sofisticado trarão segurança, autoestima
ou felicidade, são exemplos de dívidas contraídas por motivações afetivas.
De acordo com a psicanalista e escritora, Márcia Tolloti, da compra de um sapato
à aquisição de um iate, o status, o poder e a imagem que se quer passar para os
outros são alguns dos quesitos, conscientes ou não, que determinam as escolhas
das pessoas no dia-a-dia.
Além disso, diz ela, tanto homens como mulheres estão inundados por culpa e se
sentem devedores de alguma coisa, como uma imagem melhor, uma inteligência
maior, um corpo perfeito, e acabam recorrendo às compras na tentativa de suprir
uma falta que angustia.
"São os afetos que interferem nas escolhas financeiras, como, por exemplo,
quando os pais compram um presente para o filho, mesmo sabendo que não seria o
momento adequado. Muitos pais se sentem culpados por passar pouco tempo com a
família e compensam com algum presente, ou seja, eles se sentem em dívida com os
filhos", exemplifica a psicanalista.
Saindo do círculo vicioso
Tal comportamento, explica Márcia, algumas vezes resulta apenas em culpa, mas
também pode levar muita gente ao endividamento. Para sair desse círculo vicioso,
a especialista dá algumas dicas:
"Primeiramente, as pessoas precisam admitir para si mesmas que estão comprando
motivadas por algum sentimento. Os mais comuns são a culpa e a baixa autoestima",
diz ela.
O próximo passo é tentar aliviar a angústia de outras formas. Que tal, por
exemplo, em vez de comprar aquele carrinho de controle-remoto, que o seu filho
já tem vários iguais, planejar um passeio que a criança queira muito?
Outra atitude bastante eficaz é elaborar um planejamento de compras,
estabelecendo metas de consumo de curto, médio e longo prazos. Tais objetivos
irão ajudar a pessoa a manter o foco e a se controlar.