Mulheres e homens agem de maneira diferente quando lideram equipes. Para a
consultora da Search Recursos Humanos, Lucila Yanaguita, essa percepção já está
ultrapassada e, hoje, os líderes têm seu próprio estilo para liderar,
independentemente do gênero. “Essa diferença diminuiu muito”, afirma.
Para ela, poucas características podem ser atribuídas aos homens e às
mulheres, distintamente. “Os homens tendem a ser mais diretos e não se preocupam
tanto com o conforto dos colaboradores ao fazer um feedback, por exemplo”,
afirma a consultora. “Já as mulheres tentam amenizar as situações, por meio de
exemplos, e se preocupam mais com o conforto dos profissionais”, avalia.
Mesmo essas características, no entanto, dependem da própria natureza dos
gestores, de suas características pessoais.
Uma questão de geração
Para a especialista, as diferenças entre homens e mulheres na liderança não
são tão perceptíveis hoje devido à geração. Aqueles que começam a ocupar cargos
de chefia pertencem à geração Y - o que impacta na queda das diferenças de
estilo, uma vez que tanto homens como mulheres dessa geração atuam no mercado
praticamente de igual para igual, com foco nas competências.
“De uma maneira geral, essa geração não tem preocupação com hierarquia e
possuem uma tendência de criar um estilo próprio”, afirma Lucilia. Líderes de
gerações anteriores, na avaliação da consultora, têm características mais
marcantes, considerando os gêneros. Segundo ela, os homens das gerações
anteriores são mais dominadores frente aos subordinados. E as mulheres mais
maternais.
Lucila reforça que hoje, embora essas características tenham sido preservadas
em menor grau, as diferenças entre homens e mulheres na liderança não são tão
marcantes.
Competência
Para a consultora da Search, até a avaliação das equipes sobre a atuação dos
seus líderes não leva em consideração o gênero, principalmente quando a
liderança está nas mãos de uma mulher. “Os homens aprenderam a respeitar e
admirar as mulheres”, acredita Lucila.
Mesmo em uma equipe predominantemente formada por mulheres, na qual, na
avaliação de Lucila, a competitividade é mais forte, essa diferenciação na
liderança não existe mais. “O que o mercado está buscando hoje nos líderes é que
eles sejam pessoas que inspirem”, afirma. “Não basta mais ter apenas o domínio
técnico, mas é preciso, também, saber trabalhar com pessoas”. E isso serve para
homens e mulheres.