Finanças pessoais - Casal: Mitos sobre finanças que podem separar um casal
A vida a dois certamente é algo que exige muito esforço e comunicação. E, não
raro, casamentos terminam por causa de conflitos financeiros. Ainda que seja
extremamente importante que o casal estabeleça uma estratégia para gerenciar
suas finanças, também é importante manter uma relação saudável.
Fique atento(a) para que a discussão sobre o planejamento financeiro não acabe
separando vocês. Lembre-se: o objetivo deve ser construir uma vida e um
patrimônio juntos, e não destruir o relacionamento. Neste sentido, identificamos
alguns mitos e crenças que podem acabar "desvalorizando" a relação.
Quem ganha mais, sabe mais!
A renda de uma pessoa reflete várias coisas (área de atuação, experiência na
área de atuação), mas não refletem, em absoluto, a capacidade da pessoa de
negociar, de gerenciar o seu dinheiro, ou simplesmente o seu bom senso para
tomar decisões inteligentes acerca do uso do dinheiro.
Muitas vezes o fato de ganhar menos faz com que a pessoa seja mais criteriosa
com o uso do dinheiro, levando-a a perguntar e questionar opções de
investimento, ou gastos, que o cônjuge com renda mais elevada não se preocuparia
em analisar. Assim, é importante que a opinião dos dois seja levada em
consideração na hora de se decidir sobre o melhor uso para o dinheiro. São o bom
senso e o diálogo que devem prevalecer, e não a renda mensal!
Centavos fazem milhões!
São raros os casais que encontram o equilíbrio em termos de hábitos de consumo.
Assim, o mais comum é que uma das partes seja considerada mais gastadora do que
a outra. Ainda que seja importante (para não dizer fundamental), que o casal
desenvolva o hábito de poupar regularmente, isso não deve ser justificativa para
se abdicar completamente do consumo no presente.
É bem verdade que o consumo de hoje é a poupança que você deixou de fazer para o
consumo futuro. Mas, é preciso viver o presente também! Não é porque vocês
concordaram em poupar regularmente, que devem abrir mão de todos os sonhos.
Desde que não sejam realizados em prejuízo da estabilidade financeira do casal,
não há nenhum problema em se "dar alguns presentes" ao longo do caminho.
Negar à outra parte todos os seus sonhos, além do ressentimento pode, nos casos
mais extremos, levar à compulsão. E estas duas opções certamente custam mais
caro ao casal do que a realização de alguns sonhos de consumo ao longo da vida.
Não é preciso concordar em tudo!
Mais importante que o consenso, é o diálogo e o respeito à opinião do outro.
Muitas vezes os casais pensam de forma semelhante, e aí o consenso é decorrência
do perfil semelhante que as partes têm.
Mas, se o consenso é resultado simplesmente do fato de que uma das partes cede
sempre, então isso pode acabar colocando o casamento em risco. O fato de que
vocês não pensam exatamente igual não precisa ser visto como uma
incompatibilidade, como algo que pode ameaçar o futuro de vocês. Muito ao
contrário, deve ser visto como uma oportunidade a mais para reflexão e discussão
do assunto!
Assim, o ideal, quando o assunto é dinheiro, é que vocês aceitem discordar nas
pequenas coisas, mas consigam chegar a um consenso nas grandes.
Pense no futuro, mas não esqueça o presente!
Preocupar-se com o futuro não só é saudável como correto, mas desde que isso não
seja desculpa para você esquecer o presente. Um planejamento financeiro só pode
ser considerado eficiente se contemplar algum tipo de consumo ou lazer presente.
E aqui o bom senso deve prevalecer. Ainda que o sonho de vocês seja uma segunda
lua de mel em Paris, pode valer mais a pena guardar o dinheiro, e esperar as
finanças ficarem mais sólidas para realizá-lo. Afinal, quem disse que a segunda
lua-de-mel precisar ser comemorada aos cinco anos de casado? Isso não significa
que devam deixar de comemorar a data, mas sim que devem escolher algo que esteja
mais compatível com a sua realidade financeira.
Um casal precisa de investimento constante, e isso exige não só tempo, mas
também algum recurso! A falta de investimento pode colocar em risco a relação, e
o próprio futuro para o qual você tanto planeja. O ideal é procurar o
equilíbrio: investir demais, em termos de recursos financeiros, pode comprometer
a saúde financeira do casal, colocando em risco a união!
Dinheiro não deve ter prioridade!
Quem já não ouviu falar que dinheiro não é um bem restrito, pois existe muito em
circulação, basta você estar disposto a trabalhar para ganhar a sua parte? É bem
verdade que, ao final do mês, você constata que esta frase, por mais que seja
inspiradora, não reflete exatamente a sua realidade.
Mas, se existe algo verdadeiro na afirmação, é que é mais fácil ganhar dinheiro,
do que formar uma relação estável. Não coloque disputas sobre dinheiro na frente
da relação. É bastante provável que, ao longo da vida, vocês tenham visões
distintas quanto ao uso mais eficiente do dinheiro. Mas, ao invés de alimentar
mágoas que podem destruir a relação, tentem aprender com os erros.
Ficar remoendo sentimentos negativos não é bom para ninguém, e certamente é
bastante nocivo para a união. Por outro lado, uma relação forte e bem
estruturada pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso profissional das
pessoas. Sucesso este que certamente contribuirá para o alcance mais rápido dos
sonhos de vocês! Pense nisso.
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