Investimentos / Fundos - Investimento tamanho família: educação financeira deve começar em casa
Viver constantemente com problemas financeiros pode
significar falta de habilidades profissionais, ou em alguns casos mais sérios,
até mesmo distúrbios psíquicos que levam ao consumismo compulsivo. No entanto,
muitos especialistas em psicologia financeira já atribuem boa parte das
características financeiras de uma pessoa a sua educação familiar.
Controlar os gastos e planejar a vida financeira é assunto para se aprender com
os pais em casa. Em geral, os filhos de casais com uma situação financeira
saudável são mais responsáveis com o talão de cheques e buscar a orientação de
especialistas na hora de aplicar suas economias.
Crianças devem começar a lidar com dinheiro logo cedo
Segundo a psicóloga Regina Previati, quanto antes as crianças tiverem contato
com o dinheiro, melhor será sua relação com ele no futuro. "Crianças que recebem
mesada precisam enfrentar pequenos problemas orçamentários e isso é extremamente
benéfico para essa aprendizagem". O simples fato dos filhos receberem uma
quantia mensalmente acaba obrigando-os a controlar os gastos e pensar em
economizar, especialmente se quiserem comprar alguma coisa para a qual não
tenham o suficiente.
A mesada é o primeiro passo na educação financeira de crianças, que devem
adequar seus gastos às suas receitas. Esse processo deve ser conduzido de uma
forma natural para não causar traumas nas crianças. Nesse sentido, não basta
entregar o dinheiro e ponto final. O ideal é prestar toda assistência e auxiliar
as crianças nas contas, para que elas saibam quanto se pode gastar por dia,
assim como a definição do que é caro e do que é barato.
Compartilhando a planilha de orçamento
Atualmente as famílias ocidentais gozam de maior liberdade, e não é difícil
encontrar filhos opinando sobre o destino das férias de verão, ou mesmo sobre o
modelo do novo automóvel dos pais. As decisões familiares estão cada vez mais
democráticas, atingindo também a parte financeira. A recomendação é a de que os
filhos participem ativamente na administração das contas da família.
Regina Previati acredita que essa atitude pode melhorar as relações entre os
familiares, uma vez que os filhos terão acesso aos gastos da casa e pensarão
duas vezes antes de reclamar da mesada. "Aquele tempo em que a mulher e os
filhos não participavam dessa atividade está acabando. Um filho que sabe quanto
seus pais ganham e quanto custa o aluguel de casa, a mensalidade do colégio, a
compra do supermercado, vai entender com maior facilidade porque ele não ganhou
o presente que ele queria no aniversário", explica a psicóloga.
Conhecendo o mercado
Um item bastante importante na educação financeira está relacionado com o
mercado, já que é ele quem dita o comportamento dos investimentos. Essa parte é
talvez uma das mais difíceis, até porque geralmente os próprios pais têm
conhecimentos limitados sobre o assunto. Desse modo, a melhor dica é consultar a
opinião de consultores financeiros, e ler periodicamente jornais e sites
especializados, recortando notícias que possam interessar aos filhos. É preciso
evitar a procura por gerentes dos bancos, pois, ao contrário do que a maioria
pensa, eles defendem exclusivamente os interesses das instituições financeiras.
É muito importante que toda a família conheça onde está aplicado o dinheiro que
vem sendo economizado por ela. Situações em que os filhos que não fazem idéia de
quanto seus pais possuem são muito preocupantes, já que eles podem ser
facilmente enganados por advogados ou agentes financeiros. E não estamos falando
apenas sobre investimentos financeiros. Não podemos deixar de lado os imóveis e
outros ativos tangíveis, como máquinas, equipamentos ou bens que tenham um
grande valor de mercado.
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