Como muitos investidores ainda dão mais valor para simplicidade e segurança,
a caderneta de poupança, apesar da baixa rentabilidade, ainda é um dos
investimentos mais populares do Brasil. Mesmo tendo perdido espaço para outras
aplicações nos últimos anos, o saldo de contas de poupança era de cerca de R$
188 bilhões no final de 2006, superior aos R$ 167 bilhões aplicados nos fundos
DI.
Além de ser uma forma fácil e simples de investir, a poupança é garantida pelo
Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até um valor máximo de R$ 60 mil por CPF.
Assim, você recebe o seu dinheiro, até o valor limite, mesmo que o banco onde
tem o depósito em poupança passe por dificuldades.
Baixo retorno, mas vale a pena comparar
A queda dos juros minimiza o grande problema da caderneta: sua baixa remuneração
frente a outras aplicações. Sua remuneração mensal, equivalente à TR +0,50%,
ficava, na grande maioria das vezes, abaixo do que poderia ser obtido em
aplicações alternativas, como fundos DI ou Tesouro Direto.
Embora o retorno da poupança seja baixo, mesmo sendo isenta de Imposto de Renda
para pessoas físicas - o que não acontece com outros investimentos - muitos
fundos de investimentos, principalmente DI e voltados para aplicadores de
pequeno porte, mostram rentabilidade ainda pior.
Isso ocorre pois a queda da Selic reduz, quase que proporcionalmente, a
rentabilidade dos investimentos ligados ao CDI, como os fundos DI. Já a queda da
rentabilidade da poupança ocorre em ritmo mais lento, em função da fórmula de
cálculo da TR.
Alternativa para quem investir pouco com baixo risco
Além de comparar a rentabilidade, o investidor deve olhar também para o risco.
Assim como no caso da caderneta, existem outros investimentos, como os CDBs e
RDBs, que possuem garantia do FGC até R$ 60 mil. Já o perfil de risco no
investimento em papéis pós-fixados, seja através do Tesouro Direto como via
fundos DI, também é bastante reduzido.
Além do risco reduzido, a poupança permite a aplicação de pequenas quantias. Mas
não é a única alternativa para o pequeno poupador: no Tesouro Direto o
investimento mínimo fica na faixa de R$ 200, enquanto existem fundos DI que
aceitam aplicação a partir de R$ 100.
Quem deve aplicar na poupança
Mesmo apesar da melhora relativa da rentabilidade da caderneta de poupança em
relação a alguns fundos DI, o investimento em poupança é apenas recomendado em
alguns casos: pequenos investidores que querem investir por um curto período de
tempo. Na comparação com fundos DI com taxas de administração superiores a 3,0%
ao ano a poupança pode aparecer como boa alternativa.
No entanto, que tem recursos para aplicar em fundos com taxas de administração
mais baixas (lembrando que na maioria das vezes a taxa de administração cai de
forma significativa para quem pode investir quantias maiores), deve analisar e
comparar de perto a rentabilidade.
Por fim, mesmo o pequeno investidor pode encontrar no Tesouro Direto uma
alternativa interessante, já que os custos e taxas envolvidos nesta aplicação
são mais baixos do que em boa parte dos fundos de investimentos.