Consumidor - Selos de Qualidade
Para que servem?
Ao fazer compras, os consumidores, cada vez mais, estão podendo contar com
importantes aliados para conferir a qualidade dos produtos: os selos de
certificação. Presentes em eletrodomésticos, lâmpadas e até em alguns alimentos,
essas etiquetas têm por objetivo informar sobre a qualidade dos produtos e os
eventuais riscos que eles oferecem.
Esses selos seguem o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor (CDC), ou seja,
o direito básico do consumidor "à informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem".
Para o coordenador técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec),
Othon Abrahão, é importante que as empresas disponibilizem os telefones da
certificadora, para que o consumidor possa buscar informações sobre o processo
de certificação e saber exatamente o que está comprando.
Inmetro
Os selos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro) já são, em sua maioria, conhecidos pelos consumidores e
servem, muitas vezes, como pré-requisito na hora da compra.
Existem dois modelos de "avaliação de conformidade dos produtos", como explica
Adílson Vieira, técnico do Inmetro: a etiquetagem e a certificação.
Ou seja, é por meio desses dois tipos de selos que o consumidor pode se
orientar, uma vez que eles mostram que o produto está de acordo com as
regulamentações do instituto.
A certificação atesta que o produto foi fabricado de forma a atender aos
requisitos de uma norma ou de um regulamento técnico do Inmetro. É feita pelos
Organismos de Certificação Credenciados (OCC) no Sistema Brasileiro de
Certificação.
Alguns produtos possuem certificação compulsória, ou seja, para serem
comercializados precisam, obrigatoriamente, passar pela aprovação do Inmetro.
Esses produtos são aqueles que podem afetar a saúde ou colocar em risco a
segurança do consumidor. É o caso dos botijões de GLP (gás liquefeito de
petróleo), das mangueiras para GLP, dos reguladores de pressão de GLP, dos
fusíveis (rolha e cartucho), dos preservativos masculinos, dos capacetes, dos
extintores de incêndio, dos brinquedos e dos fios e cabos elétricos até 750
volts.
Os fabricantes também podem solicitar a certificação por conta própria, como
forma de atrair os consumidores. Como exemplo, Vieira cita o sabão em pó Ariel,
fabricado pela Procer & Gamble. Após ter passado por testes em laboratório
credenciado pelo Inmetro, que avaliaram seu desempenho na remoção de manchas e
eficiência de lavagem, ele foi certificado.
O selo é afixado no produto ou, quando isso não é possível - como no caso dos
preservativos e de alguns brinquedos -, em sua embalagem.
Para que seja certificado com o selo, o produto passa por vários testes e por
constantes avaliações e fiscalizações dos órgãos competentes, que dizem se eles
estão ou não em conformidade com as normas e regulamentações técnicas.
Controlando o consumo de energia
O Inmetro também criou o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que tem por
objetivo contribuir para a diminuição do consumo de energia elétrica nos
eletrodomésticos da chamada linha branca (geladeiras e fogões) e dos
condicionadores de ar, além de estabelecer requisitos de segurança para os
produtos e ações para a definição de índices mínimos de eficiência energética.
Os resultados referentes ao consumo e eficiência energética destes produtos
chegam até o consumidor por meio de uma etiqueta - a Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia -, cujo principal objetivo é informar exatamente o
consumo de energia e a eficiência energética, além de outros dados técnicos
relevantes para cada produto.
A informação contida na etiqueta é fornecida pelos fabricantes e verificada
periodicamente por meio de ensaios de controle e de acompanhamento da produção,
em laboratórios credenciados e com o acompanhamento de técnicos do Inmetro ou
dos OCCs.
A etiqueta permite também que o consumidor conheça as informações necessárias
para a seleção dos produtos na hora da compra.
Possuem essa etiqueta produtos como refrigeradores domésticos, chuveiros,
torneiras e aquecedores de água elétricos, condicionadores de ar, motores
elétricos de indução trifásicos, máquinas de lavar roupas, coletores solares
para aquecimento de água, etc.
A eficiência energética do produto é identificada por letras que vão de A a F.
"Um produto designado pela letra F, por exemplo, gasta o dobro de energia de um
com a letra A", explica Alexandre Novgorodcev, coordenador do PBE.
Desde 1993, os produtos elétricos de uso final (ou seja, utilizados pelos
consumidores) incluídos no Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) recebem
também o Selo Procel de Economia de Energia.
O selo é regulamentado pelo Programa de Combate ao Desperdício de Energia
Elétrica (Procel). O Procel é coordenado pelo Ministério das Minas e Energia e
gerido pela Empresa Brasileira de Eletricidade (Eletrobrás) e foi criado com o
objetivo de racionalizar a produção e o consumo de energia elétrica no País.
Os critérios para a concessão do selo são estabelecidos por uma Comissão de
Análise Técnica, cujo trabalho é coordenado pelo Procel e articulado com o PBE.
A finalidade do selo é reconhecer os equipamentos elétricos que são utilizados
em grande escala pela população e apresentam os melhores níveis de eficiência
energética ou o menor consumo de energia elétrica dentro de suas categorias. O
Selo Procel faz, portanto, uma diplomação dos produtos.
Alimentos com garantia
Dos alimentos que compõem a cesta básica, apenas dois são certificados por
selos: o café e o macarrão.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), há alguns
anos, a má qualidade do café torrado e moído oferecido ao consumidor
desvalorizava o produto. A associação concluiu que essa má qualidade se devia,
em grande parte, à adulteração do produto por meio da mistura de diversos tipos
de impurezas. Para ajudar a Vigilância Sanitária a fiscalizar o café que chega à
mesa dos consumidores, criou-se, então, o "Programa de Autofiscalização e
Controle de Pureza do Café e o Selo de Pureza Abic", em 1989.
O "Selo de Pureza Abic" é concedido às marcas de café que têm a sua pureza
comprovada. "O café é coletado permanentemente em todo o Brasil nos
pontos-de-venda e analisado em laboratórios para que, só então, nós possamos
autorizar ou não a utilização do selo", explica David Nahum Neto,
secretário-geral da Abic.
Segundo ele, a adoção do selo contou com uma forte resposta por parte dos
consumidores, porque deu credibilidade ao produto. "Após sua criação, houve um
aumento do próprio consumo de café, em termos de volume e volume per capta."
Em 1988, na primeira coleta nacional feita pela Abic, detectou-se que 30% das
marcas analisadas burlavam a fiscalização com impurezas. Hoje, de acordo com
Nahum Neto, somente 5% das marcas apresentam impurezas. "E isso representa menos
de 1% do café que é consumido no País."
Desde 1996, a Associação Brasileira das Indústrias de Massas (Abima) implementou
um programa de auto-regulamentação que envolve inspeção periódica nas fábricas e
um monitoramento constante do macarrão comercializado no Brasil. Para efetivar
esse sistema, a Abima desenvolveu uma parceria com a SGS do Brasil Ltda.,
empresa de origem suíça e considerada uma das mais conceituadas em inspeção de
mercadorias do mundo.
Um levantamento feito pela SGS do Brasil mostrou que, nos últimos três anos, a
avaliação de aproximadamente 19% das empresas do setor passou de boa para
excelente. Justamente há três anos foi criado o "Selo de Garantia Abima", com o
objetivo de aprimorar a qualidade do macarrão consumido no Brasil.
Ruído também é fiscalizado
O "Programa Silêncio", do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), é responsável pelo "Selo Ruído", cujo objetivo é
dar ao consumidor informações sobre o ruído emitido por eletrodomésticos,
brinquedos, máquinas e motores, para permitir a escolha do produto mais
silencioso.
De acordo com Silvânia Medeiros Gonçalves, responsável pelo "Programa Silêncio",
o selo também busca incentivar a fabricação de produtos com menor nível de
ruído. "Buscamos a conscientização dos setores privado e industrial. Este selo é
único no mundo", afirma.
Tecnologia
Para Silvânia, as próprias empresas já estão se adequando e procurando fabricar
produtos que emitem menos barulho. É o caso de alguns fabricantes de aspiradores
de pó, por exemplo - produtos que, em breve, serão certificados pelo Ibama. "Um
fabricante quer mostrar que tem mais tecnologia do que o outro."
Por enquanto, apenas os liquidificadores e os secadores de cabelo recebem o
selo. Logo - além dos aspiradores de pó - furadeiras e lixadeiras domésticas
também deverão ser fiscalizados.
O selo foi instituído em dezembro de 1994, a partir da Resolução nº 20 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Os fabricantes são obrigados a
submeter os aparelhos à avaliação do Inmetro.
Conheça alguns
selos
Veja a garantia
oferecida por alguns selos |
SELO INMETRO |
ETIQUETA
NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA |
Produtos: brinquedos, botijões de GLP, mangueiras para GLP,
reguladores de pressão de GLP, fusíveis, preservativos masculinos,
capacetes, extintores de incêndio, brinquedos, fios e cabos elétricos de
até 750 volts (certificação obrigatória)
Garantia: são certificados os produtos que estão de acordo com
normas e regulamentos técnicos do Inmetro, que variam para cada produto. |
Produtos: refrigeradores domésticos, chuveiros, torneiras e
aquecedores de água elétricos, condicionadores de ar, motores elétricos
de indução trifásicos, máquinas de lavar roupas, coletores solares para
aquecimento de água, etc.
Garantia: informa o consumo de energia e a eficiência energética,
além de dados técnicos relevantes para cada produto. |
SELO RUÍDO
(IBAMA) |
SELO DE GARANTIA
ABIMA |
Produtos: liquidificadores de secadores de cabelo
Garantia: informa o nível de potência sonora (medido em decibéis)
emitido pelos produtos |
Pordutos: macarrão
Garantia: certifica as marcas de macarrão que tiveram sua
qualidade comprovada por meio de testes. |
SELO PROCEL DE
ECONOMIA DE ENERGIA |
ETIQUETA
NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA |
Produtos: produtos elétricos de uso final incluídos no PBE
Garantia: reconhece os equipamentos que apresentam os melhores
níveis de eficiência energética e/ou o menor consumo de energia
elétrica. |
Produtos:café
Garantia:certifica as marcas de café que, após testes, tiveram
sua pureza comprovada. |
|