Quando entra na bolsa e começa a operar via análise técnica, o investidor
aprende o que é suporte, resistência, candlestick, LTA, LTB, Fibonacci, enfim,
estuda o básico para poder fazer a leitura dos gráficos. O problema é que muitos
acham que fazendo apenas isso estarão preparados para ir à “guerra”. E aí começa
aquela velha história. O investidor compra em um mês e tem um bom retorno. Então
ele se empolga, compra mais e acaba se dando mal.
Por que isso ocorre? Simplesmente porque não há estratégia. O investidor
compra desorientadamente achando que cada vez que abre sua plataforma home
broker uma nova aventura se inicia, quando deveria fazer deste momento apenas
mais uma missão inserida em um objetivo maior a ser alcançado.
Em outras palavras, o investidor precisa ter um planejamento bem definido e
fazer uma boa gestão dos seus investimentos. O papel está subindo? Então
acompanhe e faça a manutenção caso seja necessário. Quando atingir o objetivo –
que já deveria estar previamente determinado – pronto. Hora de partir para outro
ativo.
Um grande erro que percebo é que o investidor simplesmente não sabe o que
fazer quando vê um ativo de sua carteira despencar. Começa a perder dinheiro, se
deixa dominar pelo emocional e continua a acreditar em uma virada que
(possivelmente) não virá.
Esse investidor não conhece a palavra gestão. E é só com uma boa gestão que
poderá controlar e prevenir o descontrole emocional, que tanto afeta os
investidores. A partir do momento que tem esse controle, ele aprende a hora
certa de entrar e sair de uma posição e sabe fazer a transposição de ativos. Ou
seja, começa a ter uma carteira gerenciada de forma mais profissional.
O pensamento de posto de gasolina
Os investidores (estou generalizando) pensam muito errado. É como se
seguissem o que chamo de “pensamento de posto de gasolina”. Explico: quando
abastecemos, colocamos 100 reais de gasolina, e não 30 litros - pensamos em
dinheiro. Na bolsa, muitos não fazem isso. Têm o costume de comprar “20 litros”
de Vale, “10 litros” de Petrobras. Esse é o problema.
Ao invés de fixar-se no dinheiro, os investidores se fixam na quantidade de
papéis que possuem e aí não trocam! Não vendem os tais 20 litros de PETR para
comprar 20 litros de VALE porque se esquecem que estão pegando a mesma
quantidade de dinheiro e apenas trocando de ativo. Ficar preso a um papel
enquanto o vê derreter é a crônica de uma morte anunciada.
Como montar uma carteira?
É fundamental que o investidor saiba:
- Como se monta uma carteira;
- Quais são os seus critérios de escolha;
- O que é uma carteira conservadora, moderada ou arrojada;
- Como colocar ativos arrojados na carteira;
- O que é um ativo arrojado;
- Como escolher;
- Como classificar os ativos;
- Como balancear uma carteira;
- O que é o beta;
- Etc.
Enfim, o investidor precisa ter o domínio de uma série de questões. Ele
precisa ser um pianista – tem que saber olhar os ativos, trocar, sobrepor.
Sempre com maestria. Uma coisa precisa ser fixada na cabeça de todos: não
adianta apenas saber análise técnica; é preciso saber como utilizá-la para
ganhar dinheiro. Para isso, é fundamental subir a um outro nível – que é o da
gestão.
E é por tudo isso que defendo a gestão de forma tão contundente. O investidor
precisa saber como montar e balancear uma carteira de investimentos. Não por
meio de técnicas, mas sim de estratégias. É nisso que acredito e é para isso que
trabalho.