Carisma e inteligência são qualidades frequentemente associadas ao perfil de
grandes líderes. Segundo o senso comum, quem não dispõe desses atributos tende a
se sair mal nos cargos de comando.
Nos últimos anos, porém, os gestores de pessoas e responsáveis pelos
processos de recrutamento passaram a elencar outras qualidades tão desejáveis
quanto estas nos profissionais que contratam para ocupar cargos de gerência e
até de direção.
Mais do que "senso de autoridade", o mercado de hoje valoriza o profissional
flexível, que se adapta às características do grupo e, dessa forma, evita
choques desnecessários. Em vez de se impor o tempo todo, ele conquista o apreço
dos colegas, desperta o desejo de cooperação e fortalece a unidade da equipe.
Também está claro que não adianta o líder ter um altíssimo quociente de
inteligência e não ser capaz de interagir com o restante do time. Mais do que
uma mente brilhante, ele precisa ter a chamada "inteligência emocional",
imprescindível para a construção de bons relacionamentos.
Diante dessa nova abordagem, deixa de fazer sentido o delineamento de um
único "perfil de liderança" – o que se busca, na realidade, é a pessoa certa
para estar à frente de cada grupo, com suas peculiaridades e natureza
específica.
Mas, se não é um conjunto de características específicas, o que, afinal,
torna uma pessoa talhada para a liderança?
Estudos conduzidos pelo professor Glenn Rowe, da Faculty of Business
Administration da Memorial University of Newfoundland (Canadá), indicam que
líderes eficazes são indivíduos que, por um lado, personificam as
características do grupo, e, por outro, têm qualidades que os diferenciam
positivamente de seus pares. Em outras palavras, é importante que um líder tenha
afinidades que lhe permitam criar uma espécie de sinergia com a equipe, pois
essa empatia profunda se traduzirá em cumplicidade, companheirismo e,
consequentemente, em trabalhos executados com mais entusiasmo e eficiência. Por
outro lado, o líder eficaz deve ter talentos que o façam merecer sua posição de
destaque – e estes devem ser muito bem evidenciados, para que não passem
despercebidos por aqueles que estão sob seu comando.