Defenda-se - Fraudes: Precauções gerais a serem tomadas no Comércio e C.D.C.
Novamente segundo Arnaldo Ferreira dos Santos, o sucesso dos golpistas em mais
de 80% das fraudes aplicadas no comércio Brasileiro é explicado, não pela
habilidade do falsário, mas sim pelo excesso de rapidez na identificação do
cliente, e pelo despreparo, desatenção e a confiança demasiada de vendedores,
balconistas e caixas.
Na verdade, segundo minhas estimativas, aproximadamente 90% das fraudes e
golpes, tem base e origem a partir de uma Carteira de Identidade (que é o
principal documento de identificação) falsa. Mesmo uma fraude eletrônica via
ação de hacker em um banco de dados de uma instituição financeira, na hora de
transformar o produto da fraude em dinheiro efetivo na sua conta, terá que usar
uma identidade falsa, pois do contrário, após um rastreamento seria facilmente
identificado.
Algumas providências como a inclusão de fotografias digitalizadas e prazo de
validade nas Carteiras de Identidades a exemplo do Chile e de alguns países da
Europa, permitiriam ao Brasil uma redução na casa de 30% das fraudes chamadas
grosseiras ou domésticas. Esta ação elimina naturalmente o falsário chamado
“pouca prática” que não tem acesso e conhecimento dos recursos tecnológicos hoje
disponíveis.
Com medo de perder o cliente, ou não criar constrangimentos, lamentavelmente, o
comércio relaxa no processo de identificação, acentuando o problema por conta de
uma cultura equivocada da qual todos fazemos parte, que é a de ficarmos
“chateados” quando alguém nos identifica corretamente.
É importante entender que sempre que alguém procede corretamente no processo de
identificação, na verdade está procedendo em prol da nossa própria segurança,
evitando com isso que alguém, de forma indevida faça uso de nossos dados
pessoais, via perda ou roubo e extravios de nossos documentos.
Outro fato que tem gerado transtorno e prejuízo aos lojistas, e do conhecimento
do Banco Central, é a grande incidência de contas bancárias abertas de forma
fraudulenta. Utilizando Carteira de Identidade falsa, após os prazos de emissão
do talonário de cheques, saem lesando o comércio.
O que o lojista não sabe, é que a Circular 2025 do próprio BACEN, que disciplina
o processo de abertura e movimentação de conta bancária, possibilita atribuir
responsabilidade pecuniária ao Banco e o ressarcimento ao lojista.
As principais precauções e medidas para evitar golpes são as seguintes:
CHEQUES
- Verificar se a numeração do cheque está repetida na tarja magnética.
- Analisar se todas as letras e números do cheque apresentam mesmo
tamanho, forma, alinhamento e colocação.
- Passar a mão sobre as letras para descobrir possíveis letras adesivas
falsas.
- Ficar atento a contas conjuntas, verificando se o segundo nome não foi
acrescido.
- Verificar se tem picote ou serrilha na margem esquerda do cheque.
- Verificar indícios de rasura no extenso ou numeral.
- Recusar cheques preenchidos e assinados previamente.
- Cuidado com cheques amarelados e envelhecidos podem ser indícios de
contas inativas ou encerradas.
- Observar a posição da serpentina vertical (linha louca) que tem que ser
diferente para cada cheque no talão.
CARTEIRA DE IDENTIDADE
- Tatear a foto para verificar se não foi colada outra por cima.
- Conferir os furos de identificação.
- Estabelecer uma cronologia entre a data de nascimento e a data de
emissão da carteira, para verificar se é verossímil.
- Com a carteira nas mãos, fazer perguntas ao cliente, em relação à data
de nascimento e a filiação.
- Quando possível, sair do campo de visão do cliente por alguns segundos,
induzindo-o a pensar que você possa estar ligando para a polícia ou
segurança. Esse procedimento pode desestabilizar emocionalmente o
estelionatário, que geralmente sai xingando e deixa o documento nas mãos do
atendente ou caixa.
DINHEIRO
- Observar a autenticidade do papel com o toque.
- Verificar se a margem direita da figura e os numerais contêm as
microletras BC.
- Amassar a cédula - a falsa não é maleável.
- Observar se submetida à luz ultravioleta, a nota parece opaca - a falsa
tem brilho intenso.
- Quando for mais de uma nota, verificar se o número de série não é o
mesmo.
- Especial atenção para a cédula de R$ 10,00 Falsa. Ela está sendo muito
utilizada nos postos de gasolina por ser um tipo de estabelecimento que
facilita dinheiro falso em circulação.
CARTÃO DE CRÉDITO
- Conferir atentamente se os numerais do cartão em relevo aparecem
desalinhados, tortos ou mal posicionados.
- Verificar se o número do cartão e o nome do associado estão borrados ou
danificados.
- Observar, depois que o débito for aceito pelo terminal eletrônico, se o
número do cartão confere com o da boleta/nota impressa.
- Desconfiar se a tarja magnética estiver riscada ou destruída
deliberadamente, de modo que não possa ser lida pelo terminal eletrônico.
- Ao submeter um cartão à luz ultravioleta, aparece a logomarca da
administradora.
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