Carro / Veículo - GNV: o investimento para converter o carro para gás natural vale a pena?
O motorista que converte seu carro de
combustível comum pra GNV (Gás Natural Veicular) economiza mesmo no
abastecimento? O automóvel sofre valorização quando passa por esse processo?
Estas são algumas das perguntas que passam na cabeça de quem pensa em submeter o
veículo à mudança. Confira as dicas de especialistas para ver se vale a pena.
Antes da década de 80, os motoristas de carros comuns só tinham a gasolina como
opção de combustível. De lá para cá, o quadro mudou. O álcool, que veio logo
depois, logo conquistou seu espaço no mercado. Então surgiu o GNV (Gás Natural
Veicular), com custo significativamente menor.
Economia de até 70%
Segundo Antonio José Teixeira Mendes, coordenador técnico da ABGNV (Associação
Brasileira de Gás Natural Veicular), a economia pode chegar a 70% dos custos com
gasolina quando se passa a usar o gás.
De acordo com Mendes, a conversão de combustível comum para GNV é realizada em
uma média de 16 mil carros por mês. Apesar de a previsão histórica ser de queda
no mês de julho, que registra desaceleração do processo desde 1996, no primeiro
trimestre esse número era de 20 mil por mês. A previsão é de que, até o fim de
2006, o número de convertidos chegue a 1,3 milhões.
Processo
Apesar dos altos números, porém, este "é um mercado ainda em formação", diz
Alexandre Carneiro, estatístico da Assovesp (Associação dos Revendedores de
Veículos Automotores no Estado de São Paulo). Assim, ainda não há carros a gás
saindo direto das fábricas - algumas montadoras, como Volkswagen, têm parceria
com empresas que fazem a conversão, mas a única montadora que está para começar
a oferecer esta opção é a Fiat.
O consumidor interessado tem de ir atrás do processo. Antes de fazer a alteração
no seu carro, porém, é preciso pesar os prós e contras e verificar se o negócio
vale a pena. Confira alguns dos principais pontos apontados pelos profissionais
da área:
Confira de vale a pena
- Custo: segundo Mendes, uma conversão que atenda as exigências do
Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores -
www.ibama.gov.br/proconve) em carros fabricados antes ou até 1998 sai por
cerca de R$ 3,2 mil.
Os veículos mais novos, principalmente a partir dos modelos 2001,
necessitam, para conservar o padrão tecnológico, de um sistema mais
sofisticado que o de aspiração, utilizado no caso anterior. Assim, a
instalação do kit de injeção a pressão positiva de gás custa em média R$ 5,5
mil.
- Valorização?: de acordo com a Assovesp, não há valorização do carro por
causa da conversão. Carneiro explica que na hora da compra, o motorista do
veículo a gás sai em desvantagem, já que há um deságio maior (a companhia
paga menos em relação aos outros).
O preço de venda é o mesmo para os três combustíveis: gasolina, álcool e
gás. Mas como nas revendedoras os veículos movidos aos dois primeiros tipos
vendem mais rápido que os a gás, ainda há receio. A procura maior ainda é
por bicombustíveis.
- Postos que oferecem GNV: outro problema apontado por Carneiro é a falta
de oferta do gás fora das cidades. Segundo ele, o motorista "tem uma
vantagem de preço do combustível na cidade, mas fora dela, isso se torna um
problema".
Ele aponta que no interior são poucos os postos de abastecimento que
disponibilizam o gás. A vantagem é grande apenas para quem roda nos grandes
centros urbanos, principalmente profissionalmente, como taxistas.
Coloque na balança todos esses fatores antes de decidir se o investimento será
superado pelas vantagens. Quem se interessar pode obter mais informações sobre o
GNV no site da Rede Via Verde (www.redeviaverde.com.br).
|