Pais procuram investimentos para bancar despesas com educação e saúde.
Entre as opções estão fundos de previdência para jovens e aplicações pela
internet.
Planejar o futuro dos filhos desde cedo já uma tradição na família do
publicitário Murilo Rosa Junior. Quando era adolescente, ele ganhou de seu pai
uma carteira de ações – investimento que o ajudou na compra da casa própria.
Agora, Rosa vai repetir a receita com seu filho, Eric Fernandes Rosa, de dois
anos. “É um investimento com objetivo de longo prazo, para quando ele tiver os
seus 18 anos”, diz Murilo.
O caso de Murilo e Eric não é exceção. São cada vez mais comuns pais que
procuram investimentos para garantir o futuro de seus filhos. A tradicional
caderneta de poupança ou o simples cofrinho já deixaram a muito tempo de ser as
únicas opções. Hoje, há uma série de investimentos, de maior ou menor risco,
capazes de garantir o pagamento de uma faculdade, a compra do primeiro carro ou
mesmo o financiamento de um intercâmbio para estudar fora do país.
Entre as opções mais “modernas” estão os fundos de previdência para jovens, as
aplicações pela internet em ações (homebroker) ou títulos públicos (Tesouro
Direto) e os mais variados fundos de investimento em renda fixa ou renda
variável.
• Como pouparMas por onde começar? De acordo com o consultor
financeiro Gustavo Cerbasi, o primeiro passo é levar em consideração a
capacidade de poupança da família e definir o período de aplicação.
O investimento mais popular nessa área é o fundo de previdência privada para
jovens. São planos feitos em nome do filho ou dependente, que devem ter no
máximo 21 anos. Esses planos permitem fazer depósitos mensais programados ou
aplicações esporádicas, de acordo com a disponibilidade de dinheiro.
Esse tipo investimento só é recomendado para quem vai fazer uma aplicação de
longo prazo, devido à possibilidade de pagar uma alíquota menor de imposto de
renda e, assim, compensar o pagamento das taxas de administração. As vantagens
começam a aparecer depois de oito anos, mas o ideal é não mexer no dinheiro
antes de dez anos.
“Se a família não tem estabilidade financeira, com um colchão que permita cobrir
as despesas por pelo menos seis meses, é recomendável um plano de previdência
privada. Não é o investimento que tem o maior retorno, mas é muito seguro e
fácil de planejar”, diz Cerbasi. “E esses planos também embutem um seguro em
caso de falecimento do patrocinador”, diz.
• Ações e renda fixaPara quem possui um pouco mais de
disciplina para poupar e pode arriscar um pouco mais, Cerbasi recomenda os
fundos de investimento tradicionais. Essa é uma boa opção que pode ser vantajosa
se você pretende mexer no dinheiro no médio ou curto prazo.
Nesse caso é preciso decidir quanto aplicar em renda fixa (fundos DI, de renda
fixa ou títulos do governo) e quanto colocar em renda variável (ações ou fundo
de ações).
Segundo ele, em uma aplicação com prazo mais longo, o investimento deve ser um
pouco mais arrojado (de alto risco). Em um período próximo de dez anos, é
recomendável colocar entre 40% e 60% do dinheiro em um fundo de ações ou um
multimercado mais “agressivo”.
Os multimercados são fundos que investem tanto em renda fixa como em renda
variável. Também colocam dinheiro em títulos privados de renda fixa que pagam
juros maiores que os do governo. Há multimercados com diferentes níveis de risco
(essa questão deve ser avaliada junto ao gerente do banco na hora do
investimento).
“Quanto mais jovem o filho, maior deve ser a parcela investida em renda
variável”, diz Cerbasi. “Nesse caso, um fundo multimercado seria a sugestão mais
conservadora”.
Mas ele faz uma ressalva: esse percentual de risco deve ser menor para aquelas
famílias que não possuem uma reserva financeira que possa ser usada em uma
emergência. Isso porque, em um momento de queda na Bolsa de Valores, é
recomendável que se adie o saque desse dinheiro.
Para quem vai aplicar no curto prazo - para fazer uma viagem ao exterior ou
garantir um reforço no pagamento da faculdade - também é recomendável reduzir o
percentual de dinheiro em renda variável, para no máximo 25%. Em prazos
inferiores a dois anos, até mesmo a caderneta de poupança pode ser vantajosa, já
que essa aplicação está isenta do imposto de renda e seu rendimento pode ficar
próximo do resultado de alguns fundos.
• Investimento pela internetOutra opção de investimento são as
aplicações feitas pela internet, que oferecem taxas menores e, conseqüentemente,
rentabilidade maior em relação a um fundo similar de uma grande instituição
financeira. Entre os investimentos mais populares estão o Tesouro Direto, que
possibilita a compra de títulos do governo a partir de R$ 200, e o homebroker, o sistema de compra de ações oferecido pelas
corretoras.
Para esses investimentos, valem as mesmas regras anteriores: quem pode arriscar
mais deve investir mais em renda variável; quem precisa de segurança procura a
renda fixa.
No Tesouro Direto, por exemplo, é possível comprar um título do governo federal
corrigido pela inflação oficial (IPCA) e que ainda garante o pagamento de juros
prefixados. São apontados como uma boa opção de investimento para quem quer
fazer uma poupança de longo prazo. É possível comprar uma NTN-B ou NTN-B
Principal com vencimentos que variam de 2008 a 2045 (o título pode ser vendido
antes do vencimento).