Há alguns anos, os profissionais liberais e pequenos empreendedores tinham
poucas escolhas de espaço físico para trabalhar. Entre as alternativas mais
comuns estavam trabalhar em casa ou alugar um espaço para montar o seu negócio.
Escolher trabalhar em casa é positivo, mas é necessário que o profissional
tenha muita disciplina, para evitar que distrações como a televisão, telefone e
até idas à geladeira atrapalhem a produtividade. Já a alternativa de alugar um
espaço comercial pode pesar no orçamento, principalmente no início da
empreitada.
Mas nos dias atuais, os profissionais não precisam mais ficar entre “a cruz e
a espada”, já que existem outras possibilidades, como o coworking e o escritório
virtual. Para entender melhor sobre o assunto o Portal InfoMoney conversou com
especialistas.
Coworking e escritórios virtuais
Sobre o coworking, a proprietária do My Job Space, empresa especialista em
escritório colaborativo, Ana Fontes, explica que são escritórios colaborativos,
ambientes abertos, em que os profissionais de diferentes áreas compartilham
estações de trabalho. “O coworking existe há seis anos nos Estados Unidos e está
crescendo no Brasil”, afirma.
Já os escritórios virtuais são ambientes fechados, com maior privacidade aos
profissionais. É o que afirma o gerente-geral do Grupo Virtual Office, Patrícia
Coelho. “No escritório virtual, as pessoas têm uma sala exclusiva, mas
compartilham uma mesma estrutura”.
Vantagens
Tanto os ambientes de coworking como os escritórios virtuais oferecem
diversas vantagens aos profissionais. A primeira é o custo: em ambos os casos,
os profissionais podem escolher o plano que melhor se adequa ao bolso e às suas
necessidades.
Além disso, o profissional não precisa se preocupar com questões inerentes a
quem aluga um espaço comercial, como pagamento de aluguel, de telefone, de
internet, IPTU, segurança, contratação de outros funcionários, treinamento,
limpeza e até mesmo compras para itens da copa da empresa, como o pó de café,
por exemplo.
Segundo as especialistas, todos estes custos podem chegar a R$ 3 mil por mês,
valor que pode aumentar conforme a região do imóvel. Ao optar por compartilhar o
espaço, o custo pode ser reduzido em até 60%. Para se ter ideia, no coworking, é
possível contratar um plano por R$ 790 mensais, enquanto no escritório virtual
ter uma sala exclusiva pode custar a partir de R$ 1.800.
Outro aspecto positivo de trabalhar próxima a pessoas de outras áreas é
ampliar a rede de relacionamentos. Para quem trabalhar por conta própria, é uma
maneira eficiente de encontrar parceiros, fornecedores e até clientes.
Entre os profissionais que procuram as duas opções de trabalho, estão os do
setor de TI (Tecnologia da Informação), consultores, advogados, jornalistas,
publicitários e designers.
Uma casa para muitos profissionais
Um dos profissionais que compartilha o espaço físico é o produtor de Áudio
da Zastrás, Luís Rovai. Ele explica que a Associação Cultural Cecília surgiu em
2009, quando um grupo de 12 amigos, profissionais recém-formados, decidiram
abrir um espaço comum de trabalho.
“Nós não gostávamos do clima de escritório. Por isso, alugamos uma casa e
reformamos. Hoje, trabalham designers, programadores, produtores de evento. É um
clima diferente, bem caseiro. Temos até um cachorro”, afirma.
Pelo sistema coworking, os profissionais têm acesso à internet, sala de
reunião, impressora, telefone fixo e faxineira. Além disso, eles podem almoçar
todos os dias na cozinha da casa. O valor da refeição é de R$ 6 por dia ou R$ 80
mensais. A casa também é aberta ao público para apresentações musicais,
palestras, cineclube, entre outros projetos.
Sobre as desvantagens de dividir espaço, Rovai acredita que quase não
existem. A única que ele apontou foi o barulho, quando se quer um pouco de
silêncio para se concentrar.