Os produtos de previdência privada à disposição no mercado são utilizados pelos
consumidores de diversas formas, de acordo com a finalidade que se pretende dar
ao montante acumulado a longo prazo. Essa forma de acúmulo de capital, aos
poucos, vai se integrando à cultura dos investidores na hora da diversificação
das aplicações financeiras, vista pelos economistas como essencial para a
proteção do dinheiro a longo prazo.
O conselho vale para todos: evitar ao máximo a acumulação de capital em
apenas um tipo de investimento, o que aumenta o risco de um possível prejuízo.
Para aqueles que declaram o imposto de renda por meio do formulário completo,
o atrativo do investimento, se comparado com os fundos de aplicação comuns é a
dedução até o limite de 12% da renda bruta anual do contribuinte .
"Quando se aplica em um FIF (Fundo de Investimento Financeiro), por exemplo,
são descontados 20% de Imposto de Renda, o que, na prática, faz com que a
rentabilidade caia para 80% do juro do CDI", explica Hosannah M. Santos Filho,
diretor de Vida e Previdência do Unibanco AIG Previdência.
Mas atenção: se quiser investir em um PGBL (Plano Gerador de Benefício
Livre), não aplique mais do que 12% do total do seu rendimento bruto. Acima
dessa margem, deixa de haver vantagem fiscal, podendo gerar até um imposto maior
a pagar.
Longo Prazo - Quem pretende utilizar um plano de previdência privada
como investimento, deve ficar atento que o investimento é de longo prazo.
"É necessário ter confiança na instituição que se está investindo esse
dinheiro, até porque o seu relacionamento com ela pode superar os 50 anos, em um
caso de uma pessoa que contribua por 30 anos e passe outros 20 da sua vida sendo
beneficiada pelos resgates", diz Santos Filho.
Apesar de os critérios serem um pouco subjetivos, algumas observações podem
ajudar na escolha: a empresa ter dois sócios diferentes, o que minimiza o risco
caso uma delas tenha alguma dificuldade, e se possível de países diferentes, o
que evita que uma crise como a vivida recentemente pela Argentina, possa
"derrubar" os dois sócios de uma vez.
Como calcular a sua renda - Outra dúvida freqüente daqueles que optam
por um plano de previdência privada é imaginar quanto será a sua renda ideal
para o período em que deixar de trabalhar.
Santos Filho explica que esse valor pode ser de 60% da renda atual do
trabalhador, ainda que algumas observações com o passar dos anos devam ser
levadas em conta.
"Esse valor de 60% foi obtido por meio de estudos técnicos e leva em conta
que com o passar dos anos, despesas como de prestalção da casa própria e estudo
dos filhos, por exemplo, diminuem ou deixam de existir, sendo que um valor menor
do que o atual seja suficiente para manter o mesmo padrão de vida", diz.
Porém, ele alerta para um detalhe: "normalmente, as pessoas fazem esse
calculo no início da aplicação e com o passar dos anos deixam de o atualizar.
Assim, uma pessoa que ganhe R$ 2 mil, quando começou a aplicação, depois de
cinco ou dez anos pode ter um rendimento melhor, chegando a R$ 5 mil, por
exemplo. Para essa pessoa, seria interessante fazer uma revisão da aplicação,
para não se decepcionar na hora do resgate, já que o seu padrão de vida mudou
para melhor", afirma. "O interessante é que se faça uma revisão a cada cinco
anos, deixando-a de acordo com o padrão de vida da época, para que se possa
manter o mesmo patamar de consumo."