A Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa) e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) vão
lançar na próxima sexta-feira (2/2/2007) um produto de renda variável que
possibilitará aos investidores aplicar em ações e, ao mesmo tempo, se proteger
contra eventuais perdas decorrentes da desvalorização dos papéis. Batizado de
Proteção do Investimento com Participação (POP), o produto agrupa ações de uma
empresa, e opções de compra e de venda dos papéis, de forma a garantir aos
investidores o recebimento de um valor mínimo pré-acordado ao final de um
período.
Ao comprar um POP, o
investidor determina o nível de proteção que deseja ter, podendo chegar a 100%
do capital investido. O produto terá duas datas de vencimento: 20 de agosto de
2007 e 18 de fevereiro de 2008. No término do prazo, se as ações da empresa
tiverem registrado desvalorização, o investidor receberá de volta o montante
combinado na compra (que poderá ser igual ou inferior ao valor pago pelo
produto). Já se os papéis tiverem subido, o investidor abrirá mão de 20% ou 30%
do lucro, a título de remuneração pela proteção oferecida.
"Imagine que você
queira abrir um negócio, mas não possa correr o risco de perder o dinheiro
investido. Nesse caso, você provavelmente deixaria de investir na abertura da
própria empresa. Agora imagine que você encontra um sócio que aceite lhe
devolver 90% do valor que você colocou na empresa caso o negócio dê errado e, se
der certo, ele fica com 20% do lucro. É essa a lógica do POP", afirma o diretor
de Controle da CBLC, Francisco Carlos Gomes.
Inicialmente, serão
ofertados POPs das sete ações mais negociadas na Bovespa (Petrobras PN, Vale do
Rio Doce PNA, Bradesco PN, Usiminas PNA, Telemar PN, Itaubanco PN e Siderúrgica
Nacional ON) e do certificado de Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB). O valor de
cada POP será definido com base no fechamento das ações no pregão desta
quarta-feira (31/1) e não há prazo para compra. "Não se trata de um produto
promocional. Estamos criando um novo mercado, que terá negociação constante",
diz Ricardo Nogueira, superintendente de Operações da Bovespa.
Quem precisar dos
recursos antes do final do prazo poderá vender o produto no mercado secundário.
Caso contrário, na data do vencimento, o investidor deverá entrar em contato com
sua corretora e orientá-la quanto ao que fazer com o dinheiro: em caso de perda,
o investidor receberá em sua conta o valor garantido pré-acordado. Já se houver
ganhos, o investidor receberá o valor garantido em dinheiro e o restante em
ações, podendo permanecer com elas (mas, neste caso, sem a garantia) ou
vendê-las e realizar o lucro do investimento.
Custos
Para investir no POP,
além da taxa de corretagem, que varia de acordo com a corretora, o investidor
deverá arcar com uma taxa de 0,035% cobrada pela Bovespa. No resgate, estarão
isentas de Imposto de Renda as aplicações com ganhos inferiores a 20.000 reais.
Nos demais casos, será cobrado 15% sobre o rendimento obtido.
Novos lançamentos
A cada dois meses, a
Bovespa reavaliará quais as ações mais negociadas e seus valores, lançando novos
POPs no mercado. " Queremos popularizar a Bolsa e acreditamos que o POP vai
ajudar bastante os pequenos investidores a lidar com a aversão a risco", afirma
o superintendente-geral da Bovespa, Gilberto Mifano.