Uma realidade bastante comum quando uma empresa decide expandir a sua atuação
ou precisa atingir um maior número de clientes é perder o foco de quem é o seu
publico alvo. Aproveito para citar a analogia utilizada por Walter Longo
e José Luis Tavares, autores do livro “O Marketing na era do
Nexo” (Best Seller): as empresas lançavam uma bola de boliche (um comercial, um
anúncio etc.) e buscavam abater o máximo de pinos (pessoas) que conseguissem.
Mas, hoje, uma época em que somos inundados por mídia a todo o momento e em
que o consumidor saiu da frente da TV e tem maior poder de escolha sobre o que
ver, ler e ouvir - ele escolhe quais informações deseja receber -, fica difícil
acertar onde estão e quais são os pinos (consumidores); “abatê-los”, então, nem
se fala. Atualmente, parece-me improvável a possibilidade de se criar um produto
e divulgá-lo de tal maneira que todas as pessoas o considerem muito legal ou
necessário para suas vidas.
As pessoas, desde muito tempo, se organizam em grupos, nichos, tribos, que
dispõem das mesmas necessidades, vontades ou de características semelhantes. É
comum que os iguais se procurem e se unam. Isto é sobrevivência e sempre foi
assim. A realidade que menciono não foi criada por mim ou por um grupo de
pesquisadores. É um simples fato que sempre ocorreu.
Tudo isso para dizer que não há sentido em fazer publicidade do seu produto
para todas as pessoas, independentemente de quem forem elas. “Ah, mas
grandes empresas fazem propagandas o tempo todo e para todo o mundo, para a
massa” você deve estar pensando. Pois é, elas são
grandes, famosas e têm muito dinheiro. Querem marcar presença, mas ainda assim
focam em públicos específicos.
Se eu tivesse o dinheiro que elas têm, talvez fizesse algo um pouco
diferente. Experimentaria ações focadas naqueles com interesse em saber sobre o
meu novo produto ou sobre a promoção vigente, ao invés de simplesmente comprar
anúncios na TV ou entregar panfletos e jornais. Os nichos têm mostrado força e
muitas marcas aproveitaram para identificar-se com os grupos. Tente algo
direcionado, para quem quer e precisa ouvir o que você tem a dizer. Por isso a
importância de conhecer seus clientes e público alvo.
“Embora sejam criativas, de impacto e até mesmo premiadas, se pegarmos
tais propagandas e trocarmos a marca de uma empresa pela de seu concorrente,
o efeito da mensagem continuará sendo o mesmo. Ou seja: a propaganda serve
para qualquer anunciante. Não promove qualquer diferenciação, nem tem
personalidade.” Augusto Nascimento e Robert Lauterborn,
autores do livro "Os 4 Es de Marketing e Branding" (Editora Campus)
Insista nessa ideia, crie uma cultura de sempre criar produtos e promoções
para pessoas que estejam inseridas em seu publico alvo, ao invés de sair por ai
criando produtos que não sabe se alguém um dia irá comprar. A grande ideia aqui
é fazer um produto que as pessoas gostariam de ter. Por isso, aproxime-se de seu
publico alvo, nicho, tribo, grupo de pessoas ao seu redor e veja se eles se
interessariam pelo seu produto. E mãos à obra.