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Salário e negociação na carreira - Feliz apesar do salário  

Data: 11/12/2008

 
 

O dinheiro traz felicidade. Mas exige planejamento e uma nova atitude diante do que ele pode comprar para fazer você mais feliz. Em geral, a pessoa trabalha, recebe seu salário e mesmo ganhando mais sente que está faltando algo. Como explicar que um ganhador da loteria possa estar infeliz um ano depois? Ou que um executivo compre um carro zero e tenha vontade de trocar o veículo em poucos meses?

'Isso ocorre porque a felicidade está ligada a expectativas', diz Manuel Baceulls, professor da Iese Business School, escola de negócios da Universidade de Navarra, na Espanha. 'A questão é que as pessoas se acostumam rapidamente a um nível de vida mais alto e querem mais quanto mais têm.' Isso não sacia os desejos. Só gera angústia. Junto com Rakesh K. Sarin, da Ucla Anderson School of Management, dos Estados Unidos, o professor Manuel desenvolveu o estudo Com Mais Dinheiro se Pode Comprar Mais Felicidade? Ele foi publicado em inglês no início do ano. A dupla apresenta os motivos que levam as pessoas a ficar angustiadas mesmo quando têm mais dinheiro e dão dicas de como usar sua carteira de maneira mais eficiente. O segredo é a adaptação às novas situações e a uma nova realidade econômica. Se essa transformação for gradual, planejando cuidadosamente o consumo ao longo do tempo, você certamente conseguirá tirar mais proveito do dinheiro e será mais feliz. Duvida? Veja como fazer isso em apenas quatro passos. O professor Manuel falou à VOCÊ S/A e sugere o seguinte:

1 - Mude o padrão de vida aos poucos

As pessoas acostumam-se rápido com a aquisição de novos bens. Depois de alguns meses, a casa nova já perdeu a graça e o carro novo parece velho. Isso gera uma profunda angústia, que só será sanada se novas aquisições forem feitas. Quanto mais se tem, mais se quer. Mudar essa situação é difícil porque o processo de adaptação é inerente ao ser humano. Tentar retardar isso também não é uma das coisas mais simples. Uma possível solução é não gastar tanto dinheiro em bens de valor tão alto. Por isso, você deve mudar o padrão de vida gradualmente e calcular o efeito da adaptação ao longo do tempo. Quando a projeção não está correta e a acomodação acontece mais rápido do que o esperado, você gastará mais dinheiro em outros bens para se sentir melhor.

2 - Cuidado com a comparação social

Não há como negar: todas as pessoas têm uma tendência a se comparar com os vizinhos, principalmente com os mais ricos. Alguém que mudou de bairro quer se comparar com as pessoas que estão melhor posicionadas socialmente. Quando uma pessoa fica sócia de um clube também costuma traçar comparações entre a sua vida e a dos colegas. E, normalmente, essas comparações são feitas com quem tem mais dinheiro, o que pode gerar insatisfação e angústia. Os professores ensinam que neste caso é preciso mudar o foco da comparação. Por que não comparar outros aspectos da vida? Por exemplo, com alguém que entenda mais de vinhos ou mais de filmes. Por que comparar apenas o seu padrão de consumo se nem tudo você vai poder comprar?

3 - Evite consumir muitos produtos supérfluos

Quando as forças da adaptação e da comparação social se unem, elas podem dar lugar a uma profunda insatisfação social. Esse fenômeno é observado no mundo todo por meio de estudos de medição da felicidade. Os habitantes dos países ricos são, na média, mais felizes do que o de países pobres. Por quê? Porque a ascensão econômica deles já foi realizada e o padrão de vida das pessoas é muito semelhante. Já nos países em desenvolvimento o progresso é necessário para solucionar a fome, a doença e os problemas de adaptação social. E as diferenças sociais estimulam o consumo e a busca por mais dinheiro. Por isso, até os mais pobres caem na armadilha de gastar mais com produtos supérfluos, como bebidas alcoólicas, do que com os bens de primeira necessidade.

4 - Aumento de salário nem sempre traz felicidade

Paradoxo de Easterlin é uma teoria que explica que a felicidade não depende só do dinheiro. Estudos mostram que nos países ricos, como Japão e Estados Unidos, o aumento de renda por si só não garante mais felicidade. A partir de um certo nível de renda, por exemplo, 15 000 dólares por mês, mesmo que se ganhe mais dinheiro, ele não trará mais felicidade. Essa tendência é explicada porque a sensação de felicidade depende também da estrutura genética, das relações familiares, da comunidade, dos amigos, da saúde, do trabalho, dos valores pessoais, como religião e espiritualidade. Para sermos verdadeiramente felizes, deveríamos dar valor aos bens básicos, como alimentação, descanso, amizade, e os outros bens materiais que não custam caro. Não desejar apenas ganhar mais.



 
Referência: curriculum.com.br
Autor: Chrystiane Silva - Você S.A
Aprenda mais !!!
Abaixo colocamos mais algumas dicas :