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Imóveis - Instalações elétricas no condomínio 

Data: 30/05/2007

 
 

1 - QUESTÃO DE SEGURANÇA

Instalações elétricas bem mantidas são uma garantia de segurança para o condomínio. Uma pesquisa realizada peloo Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre, em parceria com a USP, FAAP, Universidade Mackenzie, Instituto de Ensino São Caetano do Sul e Senai, mostrou que é alarmante a falta de segurança nas instalações elétricas residenciais em São Paulo. Por falta de conhecimento da população e pela ausência de fiscalização, são utilizados produtos de baixa qualidade, que não seguem as normas de segurança.
A falta de manutenção, nas instalações mais antigas, ocasiona sobrecargas, curtos-circuitos, choques e até perda do patrimônio: segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros, as instalações elétricas inadequadas são a segunda causa de incêndios no Estado de São Paulo.

Diante desse quadro, o Procobre elaborou um guia da Norma Brasileira de Instalações Elétricas, a NBR-5410, norma técnica existente há 60 anos, mas ainda desconhecida por muitos profissionais eletricistas.
O guia da norma é ilustrado, com uma linguagem fácil de ser compreendida, e está disponível para download, no site www.procobrebrasil.org, ou pode ser solicitado pelo site www.arandanet.com.br. Também no site do Procobre, você pode avaliar o grau de qualidade e segurança de sua instalação elétrica, respondendo a perguntas sobre ocorrências na parte elétrica de sua casa. De acordo com suas respostas, você saberá se precisa chamar um eletricista.

Mas, em se tratando de condomínios, de nada adianta cada apartamento verificar o seu quadro de luz, fiação e equipamentos, se as instalações do prédio não estão em ordem. “Fazer uma manutenção preventiva, uma vez por ano, é questão de segurança e não apenas de economia”, atesta Rubens Leme, analista de marketing da Eletropaulo. Faça primeiro um histórico das contas de energia do condomínio, para verificar se o consumo vem aumentando (o que pode ser indício de problemas). Num circuito antigo sobrecarregado, por exemplo, o revestimento dos fios fica ressecado, podendo causar fuga de corrente ou até um curto-circuito. Confie a revisão das instalações sempre a um eletricista habilitado, o qual não deve esquecer de verificar se as emendas de fios, em pontos de luz nos jardins e escadas, estão bem isoladas. “Ele deve fazer uma contagem de carga e verificar se a fiação está adequada a essa carga”, explica Leme. Fiação inadequada provoca flutuação de tensão e queima prematura de lâmpadas. Em caso de problemas na entrada do prédio, pode ser necessária a presença de técnicos da Eletropaulo: nesse caso, oriente os funcionários do condomínio a facilitar a entrada dos eletricistas e de suas viaturas, desde que identificados.

2 - VERIFICAÇÕES DE ROTINA
Independente de uma manutenção periódica, realizada por um eletricista profissional, o zelador do condomínio deve estar preparado para realizar uma vistoria no prédio, diariamente, verificando todos os componentes do sistema elétrico (chaves, disjuntores, caixas). O Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de São Paulo (Sindifícios) oferece para zeladores um curso de duas horas e meia que fornece noções básicas sobre eletricidade, cuidados necessários e providências a serem tomadas em caso de problemas elétricos. “O zelador precisa conhecer a distribuição do sistema elétrico no condomínio. Por exemplo, onde está a cabine primária que recebe a energia da rua e as caixas de distribuição, que levam a energia para as áreas comuns e aos apartamentos”, explica Gilberto Osmar Violin, instrutor de sistema elétrico, de elevadores e de segurança patrimonial do Sindifícios. Um zelador bem treinado certamente terá mais segurança. “Lembramos que, se ele mexer em algum componente sem conhecer, pode sofrer acidentes graves e até fatais. Ou ainda causar um incêndio”, completa o instrutor.

Vale lembrar que, segundo o Corpo de Bombeiros, as instalações elétricas inadequadas são a segunda causa de incêndios no Estado de São Paulo. Além da segurança, a economia precisa estar em pauta. Vazamentos de água, por exemplo, causam maior gasto de energia elétrica, já que a bomba de recalque trabalhará mais do que o necessário. “Um eletricista poderá avaliar se a bomba é adequada para o volume de água com o qual trabalha”, orienta Rubens Leme, analista de marketing da Eletropaulo. Vazamentos de água nos apartamentos também acarretam mais trabalho para a bomba, consumindo mais energia. Elevadores e sistemas de ar condicionado (especialmente em condomínios comerciais) são os itens que mais consomem energia nos edifícios. Em relação aos elevadores, o uso racional ajuda na economia. Por exemplo: não forçar o fechamento das portas e apertar a botoeira apenas para subir ou descer. Campanhas educativas entre os moradores - principalmente adolescentes e crianças - costumam ajudar na conscientização. Prédios que contam com sistemas de ar condicionado central devem orientar os condôminos a usar bem o ar frio que está sendo gerado, mantendo as janelas do ambiente bem fechadas. A limpeza dos dutos do sistema também auxilia na economia de energia, além de garantir a qualidade do ar.

3 - RESPONSABILIDADE
O engenheiro eletricista e mecânico Duílio Moreira Leite sentiu na própria pele o descaso dos condomínios em relação às instalações elétricas. O prédio em que mora teve a energia cortada pela Eletropaulo por não ter realizado as reformas solicitadas pela concessionária. Com a interferência do engenheiro, o condomínio deixou a parte elétrica em ordem e teve o problema resolvido. “Os condôminos acham que as reformas de elétrica são caras. Para meu espanto, logo depois desse fato, uma assembléia no meu prédio aprovou rapidamente a reforma do salão de festas, que tinha um valor muito mais alto do que a elétrica”, conta Duílio.

Segundo o especialista, prédios construídos há mais de 20 anos estão com as instalações elétricas no fim da vida. “As cargas aumentaram, já que hoje existem muito mais aparelhos elétricos. O resultado é o aquecimento dos condutores e a deterioração da isolação”, diz. De acordo com Duílio, se um acidente for causado por falha na instalação elétrica, o engenheiro que fez o projeto e assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) será responsabilizado civil e criminalmente. Se o síndico chamou alguém não autorizado, ele próprio será o responsável. Duílio lembra do incêndio no Edifício Joelma, causado por um eletricista que instalou indevidamente um aparelho de ar condicionado.

Para o engenheiro Milton Lucas, que durante 23 anos trabalhou na Eletropaulo, é importante que os condomínios solicitem um estudo de carga a uma empresa especializada. “Através do estudo de carga podemos avaliar o dimensionamento elétrico de uma edificação”, explica, ressaltando que o procedimento é necessário tanto para prédios novos como antigos. Em caso de carga excessiva, o aquecimento dos fios prejudica sua condutibilidade e resistência de isolação, causando também a perda de energia ao longo dos circuitos. “Curto-circuitos podem ser gerados por sobrecargas e cargas ligadas inadequadamente no sistema”, completa. Vale lembrar que, segundo o Corpo de Bombeiros, as instalações elétricas inadequadas são a segunda causa de incêndios no Estado de São Paulo.

4 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA
A melhor maneira de evitar problemas é procedendo a uma cuidadosa manutenção preventiva. “Ela evita danos futuros em todas as instalações elétricas”, opina o engenheiro eletricista Rodrigo Costa dos Reis. Alguns dos procedimentos necessários são reapertos de terminais e limpeza de contatos. A presença de cupins nas partes de madeira dos centros de medição também é comum. É indicada uma revisão periódica nesses centros. “Os cupins comem até as capas dos fios”, conta. Na opinião de Rodrigo, o ideal é fazer a manutenção preditiva, ou seja, a troca dos equipamentos antes de quebrarem. “Os condomínios, principalmente residenciais, não têm cultura de manutenção. Custa muito mais caro consertar do que manter”, completa.

“Prédios que não fizeram a atualização das suas instalações ficaram defasados”, acredita o engenheiro eletro-técnico Leandro Amatti dos Santos. “Costuma-se trocar o disjuntor existente por um de maior capacidade. O síndico acha que resolveu o problema, mas causou um maior ainda. O disjuntor não cai mais, mas põe em risco toda a fiação”, explica Amatti.
Essa troca de disjuntor pode até acarretar ao condomínio uma autuação por parte da Eletropaulo, que considera o procedimento um aumento de carga à revelia: “O condomínio responde por irregularidade no centro de medição.” O recomendável é acionar uma empresa especializada para fazer um projeto de reestudo de carga, que é encaminhado para aprovação da Eletropaulo. “Com esse projeto, o síndico tem condições de solicitar vários orçamentos para o mesmo serviço”, orienta Leandro, lembrando que é essencial procurar empresas idôneas e especializadas na área. “Nós, por exemplo, trabalhamos com a termografia, uma tecnologia de primeiro mundo para diagnosticar o aquecimento de peças antes que elas tragam problemas”, exemplifica.

5 - LÂMPADAS
Além da necessidade do aumento de carga, atualmente os condomínios dispõem de equipamentos elétricos mais modernos e que auxiliam na economia de energia. É o caso dos sensores de presença e das lâmpadas fluorescentes compactas. “Há uma preocupação com a economia e com a qualidade da iluminação, que interfere inclusive na decoração de halls, salões e jardins”, constata Gladiston Moretti, distribuidor de material elétrico. Moretti recomenda aos síndicos a compra de material elétrico, inclusive lâmpadas, em lojas especializadas, que dão garantia do produto. Outro comerciante do setor, Luiz Fernando G. Rosa, também tem percebido uma maior procura por produtos que auxiliem o condomínio a economizar energia. “Sensores de presença são muito usados nos halls e nas garagens”, afirma.
 



 
Referência: LicitaMais
Autor: Revista Direcional
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